Terceiro Dia de Meo Marés Vivas: Chegando a Bom Porto
As portas do recinto no Cabedelo abriram a 19 de Julho para encerrar a 12ª edição do MEO Marés Vivas e convenhamos que, à boa maneira lusitana, a melhor Maré ficou guardada para o fim.
Pouco passava das 18:00 quando Mimicat fez as honras ao Palco Santa Casa para o que viria a ser um cocktail de boas-vindas aos já presentes, e aos que iam chegando ao recinto e se aproximaram para a ouvir. Presente entre o público esteve Aúrea, que distribuiu sorrisos e balançou ao som das muitas canções. O disco de apresentação de Mimicat será lançado já no fim do Verão e conta com notórias influências dos “oldies” das décadas de 50 a 70.
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Os The Black Mamba subiram ao palco pelas 19h15 para, à semelhança do que fizeram há poucos dias no palco principal do Alive, brilharem para um público que rapidamente preencheu o espaço do Palco Santa Casa, dando força à opinião de que a banda já merecia mais do que o palco secundário. A voz soul bem suportada pela destreza na guitarra e uma competente banda proporcionaram um espetáculo interessante, com o público a reagir de forma efusiva aos singles com mais airplay.
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Começava o Sol a descer para dar lugar à última noite do MEO Marés Vivas, quando os We Trust sobem ao palco. André Tentúgal e a sua banda tocaram o som perfeito para um fim de tarde solarengo após a torrencial chuva da noite anterior. Descontraídos, acompanhados por um quarteto de cordas e uma secção de sopro, e com um público já consideravel, deram um muito bom concerto e, como os próprios cantam, foi melhor nem parar de dançar até ao fim.
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Os The Gift subiram ao palco e arrasaram, como habitualmente. Simpática e vestida de forma excêntrica, Sónia Tavares governou o palco de coroa na cabeça mostrando que aquele palco era o seu reino e o Cabedelo a sua praia. Dona de uma voz que, mais do que recintos, preenche almas, cantou, fez cantar, captando em absoluto a atenção do público presente no recinto.
O arranque com “RGB”, qual hino ao verão, foi o começo do que se previa ser um alinhamento para aquecer corações e enrouquecer vozes em encore. “Music”, “Driving you slow”, “Primavera” tornam “Fácil de entender” que a banda da esposa do frontman dos Moonspell trilhou caminho para tornar a noite do 19 de Julho ainda mais memorável.
“Ok! Do you want something simple?” foi cantada em coro e plenos pulmões por toda a plateia, que se mostrou assim grata por The Gift nos presentear desta maneira ao longo dos anos.
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Eram 23h00 quando o cabeça de cartaz do último dia do MEO Marés Vivas, Portishead, surge em palco de braço dado a chuva, que começara a orvalhar momentos antes do início do concerto. Cenário ideal para receber Beth Gibbons e companhia, e a inconfundível voz de Gibbons agarrou as atenções de muitos, embora alguns preferissem passear pelo recinto à espera da Soul mais “mexida” de Joss Stone. Começou muito morno, com algumas queixas de falta de interação com o público, mas “Glory box” e “Sour Times”, do album Dummy, que faz 20 anos, foram entoadas na magnífica voz da cantora e da massa humana à sua frente. A banda continua a encantar e a levar o Tri-hop às massas festivaleiras, apesar de acharmos que o seu real valor se mostra em palcos fechados.
No semi-caloroso encore finalizaram com “Roads”, bastante conhecido pelas lides portuguesas mais nocturnas através de remixes infindáveis.
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Joss Stone foi sem dúvida a “última bolacha do pacote” e a “cereja no topo do bolo”. A que toda a gente apreciou, saboreou e no fim “chorou por mais”.
Subiu ao palco perto da 1h00 saudando e agradecendo calorosamente o mar de gente que a esperava na Margem Sul do Douro.
Descalça, vestida de preto e de cabelos soltos como se estivesse no areal da praia, apenas dando um pézinho de dança, Joss Stone encantou o público desde o primeiro instante, com os acordes Funk e a sua voz “negra” de Soul. Espelhou a sua alma em cada nota de cada música de forma apaixonante e intensa. Dotada de uma voz divinal, a jovem britânica, sempre com um incomparável sorriso que não desvaneceu por um momento, contagiava os fans que encarecidamente cantaram, balançaram e se deixaram levar pelas ondas positivas que Stone fez agitar neste Marés.
“You had me” e “Teardrop” dos Womack and Womack num registo mais lento, anteciparam um espectaculo apoteótico de hits como “Super Duper Love”, e “Fell In Love With a Boy” (célebre cover dos White Stripes que a catapultou para as luzes da ribalta no seu 1º albúm), que terminou com um “Right to be wrong” num petrificante e soberbo encore, cantado emotivamente por todos e para todos.
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Finalmente, e para surpresa de muitos, que já iam abandonando a zona do palco principal, DJ Ride entrou em cena com os seus “pratos” e, com a participação especial de Jimmy P, conseguiu ainda fazer mudar as ideias de uma considerável parte dos festivaleiros, que voltaram para fazer a festa com ele até bem perto das 5 da manhã.
Uma noite em grande de um MEO Marés Vivas sempre bem composto, com a organização a estimar uma assistência de 70000 pessoas ao longo dos 3 dias do festival, e que justifica o anúncio da realização do mesmo no ano que vem, de 16 a 18 de Julho. E nós cá estaremos para tudo lhe contar, no Horários dos Festivais de Verão.