24 Ago 2017 a 26 Ago 2017

Segundo dia de Vilar de Mouros: um pouco de calma antes de a tempestade regressar

Vilar de Mouros reservou-nos um segundo dia dia bem mais calmo com Golden Slumbers, Peter Bjorn and John, Salvador Sobral, George Ezra, Capitão Fausto e The Dandy Warhols.

Ao inicio da tarde o festival minhoto recebeu as irmãs lisboetas Catarina e Margarida Falcão. Neste que foi um dia menos rock, as jovens artistas iniciaram a noite com um som indie folk e não deixaram nada por dizer. Dão-se por Golden Slumbers e admitiram que trabalhar com irmãos é sempre fortalecedor, mas que as zangas também fazem parte. Com melodias reconfortantes foram cativando o público que, como que a medo, foi chegando ao recinto.

De Estocolmo chegaram os Peter Bjorn and John, banda que se estreou em 1999 e desde então espalha a magia do indie pop/rock de palco em palco. São donos e senhores do êxito Young Folks com colaboração de Victoria Bergsman. Os anúncios publicitários rodaram o mundo com este hit, e mesmo em Vilar de Mouros foi difícil deixar de acompanhar o mítico assobio. Mostraram-se acessíveis e souberam envolver o público em nostalgia canção a canção. O seu último álbum Breakin’ Point foi lançado no verão de 2016 e, este ano, foi em Vilar que atracou.

Muito admirado e aclamado pela claque portuguesa é o jovem Salvador Sobral, que conquistou corações de norte a sul do país. Isto após vencer o Festival Eurovisão da Canção com a canção Amar Pelos Dois, composta pela irmã Luísa Sobral. Foi a primeira vitória de Portugal na competição musical europeia desde que esta começou em 1964. No entanto, Salvador já havia passado pelos ídolos também em 2009, acabando em 7º lugar. Agora, na ribalta do mundo musical, chega a Vilar de Mouros. Honrado por fazer parte do line-up de um festival como este, admite em tom de brincadeira que talvez tudo tenha começado por “um erro de casting”. O público discordou e não desviou os olhos do artista e dos “amigos” músicos que trouxe consigo.

Também jovem, mas já vencedor de vários prémios no Reino Unido, chegou o autor do hit Budapest, George Ezra. Foi a primeira vez que pisou um palco português e fez as maravilhas do público feminino. Influenciado por nomes como Bob Dylan e Woody Guthrie, o artista de 24 anos já abriu concertos para grandes artistas, entre eles, Robert Plant, Sam Smith e Hozier (com quem andou em tour). Numa performance emocionante, admitiu que o último álbum se baseia na ideia de se libertar e fugir em sonhos. Além do êxito Budapest, que deixou para o fim, o artista cantou Classy O e apresentou alguns dos novos trabalhos. O tema Barcelona foi dedicado às vitimas do recente atentado em Barcelona. Esta canção foi escrita enquanto o artista ainda se encontrava na cidade espanhola e quis prestar homenagem através da sua música. Humilde e bem-disposto, despediu-se entre os aplausos fervorosos do público.

Meia hora passada da meia-noite e eram os Capitão Fausto a agarrar o leme. São os queridos dos jovens alternativos, e mesmo dos graúdos, que apreciam uma boa dose de música portuguesa com caráter. Não terá sido a melhor performance dos artistas, mas virtuosos e irreverentes, na voz distinta de Tomás Wallenstein, sabem sempre como fazer chegar o barco a bom porto. De norte a sul têm percorrido todo o tipo de festividades académicas e festivais de verão. Tornaram-se indispensáveis nos eventos músicais em Portugal. Se é para fazer a festa, estes são os artistas a chamar. “Amanhã estarão (sempre) melhores”.

Nas bocas do mundo desde 1994 andam os The Dandy Warhols. Os americanos continuam a fazer música, e lançaram o seu último álbum em 2016: Distortland. O nome é baseado no artista Andy Warhol, mas além disso, são muito conhecidos pelo seu hit Bohemian Like You, utilizado na publicidade da Vodafone, e que não deixa ninguém ficar indiferente à corrente rock alternativa. Exatamente o que aconteceu em Vilar de Mouros. Os artistas não deixaram os fãs pendurados e deram o melhor que tinham, desde os hits às novidades. Foram uma lufada de ar fresco, renovaram energias, bem mais dinâmicos e soberanos, fizeram desta despedida uma catapulta para o ultimo dia de festival.

Ângela Afonso  

1,60m de aleatoriedade, inspirada por coisas e pessoas boas. Vive para as artes e as letras. A sua religião é a música e mora atrás da lente da câmara fotográfica. Minhota da cabeça aos pés e em tudo o que diz. (O mau feitio é mito)


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