24 Ago 2017 a 26 Ago 2017

?? no ar, Vilar de Mouros está de volta – a reportagem no 1º dia do festival minhoto

O EDP Vilar de Mouros está de regresso a Caminha. Apesar de algumas interrupções, este festival, que foi já considerado o Woodstock português, celebra 50 anos de muito talento e grandes nomes da música, como Robert Plant, Neil Young, Elton John, U2 e Iggy Pop.

Este ano o line-up não conta com nenhum destes últimos, mas não deixa de ter uma boa seleção de artistas. O primeiro dia começou às 20h00 e terminou por volta das 2h20, com uma boa amostra de que é feito o Vilar de Mouros. No festival existe um único palco onde as bandas se sucedem, ideal para quem não gosta de perder nem um minuto de musica. O público é, em geral, mais para o graúdo, mas tão jovem de espírito quanto possível.

A inaugurar o palco estiveram os The Veils. Desde Londres trouxeram o melhor do seu último álbum e não só. Total Depravity foi lançado em 2016, é o 5º álbum da banda e está carregado com o melhor da música indie alternativa. A banda que conta já com 16 anos desde a sua criação, tem sido muito inspirada em artistas como David Bowie e Nick Cave. Chegaram a Vilar de Mouros de corpo e alma e puseram a ainda pequena plateia a mexer aos sons do teclado e da voz de Finn Andrews.

20 minutos de pausa e seguiram-se os suíços The Young Gods, uma das bandas mais esperadas do primeiro dia. Entraram em palco às 21h00 e lançaram-se no rock sem demoras. Também conhecidos pelo acrónimo “TYG”, lançaram o seu último álbum em 2010, Everybody Knows. A fundação da banda data de 1985 e desde então tornaram-se referencia para inúmeras bandas como os U2, Sepultura e David Bowie. O seu industrial rock passa pelo francês, o inglês e o alemão, é só escolher. Em Vilar de Mouros foi hora de abanar cabeças assim que pisaram o palco.

The Mission, antes conhecidos como “Sisterhood”, chegaram às 22h20 para mais uma variação do rock, que encaixou no Vilar de Mouros como em nenhum outro festival faria. Os ingleses já fizeram várias interrupções da banda, mas acabam sempre por regressar. O seu último álbum data de 2016 e chama-se Another Fall From Grace, que a avaliar pela sua performance poderia ser corrigido para «Rise» em vez de «Fall». Foi um concerto à altura da sua resiliência e a plateia, já bem mais composta, soube responder “às letras”. Um dos êxitos que tocaram foi The Tower of Strength, criada em tributo a David Bowie e que, na altura da sua gravação, contou com a colaboração de John Paul Jones dos Led Zeppelin.

Mais tarde fomos presenteados pela performance de The Jesus and Mary Chain. A banda de 1983 mostrou que, apesar das divergências no passado entre os irmãos Jim e William Reid, consegue compreender a importância de ambos na banda. No entanto, o seu noise pop, talvez mais post-punk, não deu espaço para muitas tréguas e resultou, em Vilar de Mouros, num concerto bem temperamental e tempestuoso como o bom rock alternativo deve ser. Lançaram o seu primeiro álbum em 1985, Psychocandy e o último e 7º álbum, que traduz exatamente o que eles formam enquanto banda, Damage and Joy, foi lançado no inicio deste ano, 2017.

A encerrar o primeiro dia do festival caminhense estiveram os Primal Scream perto da 1h20. Desde Glasgow trouxeram uma mistura de rock alternativo, com eletrónica e indie pop. Com álbum lançado recentemente, em 2016, Chaosmosis – 11º álbum da banda, não deixaram o amplificador avariado arruinar o seu show-to-be. Afinal, não se faz rock sem guitarra. Problema resolvido, a banda devolveu o ritmo intenso aos pés dos festivaleiros, que incansáveis se mostraram deliciados pelo talento nato e descontração do vocalista.

Ângela Afonso  

1,60m de aleatoriedade, inspirada por coisas e pessoas boas. Vive para as artes e as letras. A sua religião é a música e mora atrás da lente da câmara fotográfica. Minhota da cabeça aos pés e em tudo o que diz. (O mau feitio é mito)


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Mais sobre: Primal Scream, The Jesus and Mary Chain, The Mission, The Veils, The Young Gods


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