16 Ago 2017 a 19 Ago 2017

Uma noite para “COURAjosos” – até 2018, Vodafone Paredes de Coura!

Uma noite para “COURAjosos” – até 2018, Vodafone Paredes de Coura!

19 de Agosto, sábado: o último dia de festival, em Paredes de Coura. E como foi? Um arraso. Tudo começou com a atuação dos Toulouse e a terminou com a festança a cargo do DJ Nuno Lopes. A Ângela Afonso e o Pedro Gama estiveram por lá: divertiram-se, dançaram e ainda tiraram notas e fotografias, tudo a pensar em ti, caro leitor!

Os números não enganam: foram cerca de 27.000 as pessoas que levantaram poeira no encerramento da 25ª edição do Vodafone Paredes de Coura. Foi, sem dúvida, uma celebração em grande, com cabeças de cartaz ainda maiores.

O dia levantou-se quente e os campistas aproveitaram para dar os últimos mergulhos no Taboão, entre a poesia e música do Palco Jazz na Relva. O sentimento era já de nostalgia.

O primeiro concerto no recinto esteve a cargo dos vimaranenses Toulouse. Tocaram às 18h00 no palco Vodafone.FM e trouxeram consigo o novo trabalho, Yuhng. De mão dada a um pop melódico, são já bem conhecidos pelo público nortenho. A maioria dos presentes não abdicou de ir apoiar a banda, uma vez mais.

Também muito bem reconhecido pela audiência portuguesa é o ex-vocalista dos Ornatos Violeta, Manel Cruz. Abriu o palco Vodafone para uma plateia já cheia. A sua última passagem pelo festival em 2012 foi em modo despedida, mas regressa a solo para abraçar os fãs com Estação de Serviço. Bom filho a casa retorna, neste caso, a Paredes de Coura.

Polivalente, conhecido nos X-Wife como o vocalista e guitarrista e ainda na cena clubbing como Dj Kitten, chega a Coura através da sua persona White Haus. Entrou no mundo da eletrónica no final dos anos 90 enquanto trabalhou em Londres como Dj e promotor de clubes. Em Coura tocou com mais 3 elementos e deu uma nova vida ao ambiente incandescente que já se fazia sentir.

Da Califórnia para Coura, a rockar por esse oceano fora chegaram os Foxygen. A dupla iniciou-se já em 2005 e desde então lançaram 4 álbuns, entre o psicadélico, garage, indie e o clássico, o rock sempre foi o seu nome do meio. Apresentaram o seu álbum bem fresquinho Hang, num concerto vibrante no palco Vodafone.

Seguiu-se o artista Alex Cameron, ali perto, no Vodafone.Fm. Alex não se encontra musicalmente distante dos Foxygen, que são absolutamente fascinados pelo trabalho do artista. Também baseado no Indie Rock, já andou em tour com artistas como Mac Demarco, Kevin Morby e Unknown Mortal Orchestra (de realçar que todos eles já passaram pelo festival courense). No entanto, e apesar de ter sido um bom concerto, as atenções estavam já viradas para o palco Vodafone.

Benjamin Clementine protagonizou, muito provavelmente, o melhor concerto de todo o festival. Acompanhado de um coro, humilde, arrasou com todas as expectativas; não havia como esperar uma performance tão boa quanto a do artista inglês. Enviou condolências ao medo, às inseguranças e a todo o mal que se passa no resto do mundo enquanto esteve em cima do palco. Foi precisamente durante o tema Condolence que pediu que as luzes se apagassem, pedindo aos presentes que cantassem de olhos fechados.  A sua música tem profundidade, humana, cultural e sentimental. Clementine foi  (é!) sublime. Apresentou alguns temas do novo álbum, I Tell a Fly, tendo acabado por trocar as voltas ao alinhamento, cantando e encantando com temas mais conhecidos do público, como I won’t complain. Despediu-se com um Adios, perante um público rendido à sua grandeza – que é maior do que os seus 1,93 metros de altura.

E para quem não estava suficientemente boquiaberto, no line-up seguiam-se os Lightning Bolt. Se havia muita gente na lua desceram rápido à Terra. O noise rock do seu Fantasy Empire destoou drasticamente do concerto anterior (num bom sentido), chegaram ao palco Vodafone.Fm como um trovão, isso não pode ser negado e deixaram o público on fire. Foram de certa forma a introdução para a performance seguinte.

Ty Segall passou por Paredes de Coura em 2015, com os Fuzz, num concerto explosivo. Regressou este ano para virar o público do Palco Vodafone do avesso. O crowdsurf foi uma constante, da primeira à última música. Emotional Mugger chegava aos ouvidos dos mais destemidos e estes pareciam atraídos por magnetismo para o mosh, alimentados pela insanidade do garage, punk rock do artista. Para muitos, um concerto exímio; outros acreditam-no capaz de ainda melhor. Difícil de imaginar! Mais um concerto para a história dos 25 anos do festival.

A encerrar o palco principal estiveram os míticos Foals, perto da 1h00. Não desiludiram. What went down (nome do seu último álbum) foi algo que só vivido mesmo. Apresentaram-se com uma energia inesgotável, exatamente o que o público estava a precisar para sacudir o pó uma vez mais. O seu punk rock imponente deu conta dos cerca de 27.000 espetadores e de toda a bicharada circundante. No final elevaram a bandeira portuguesa em mote de despedida. Voltem sempre!

O after-hours no palco Vodafone.FM ficou a cargo dos THROES + THE SHINE e do Dj Nuno Lopes, que, já bem de manhãzinha, entre confettis e bolas coloridas não sabia como largar a mesa para se despedir.

Assim aconteceu mais uma edição histórica do festival Vodafone Paredes de Coura. Durante a tarde, houve oportunidade para uma conversa com Benjamin Clementine, bem como para a escuta do novo álbum. Além disso, foram divulgadas as datas da 26ª edição. Pega na tua agenda e toma nota:  15, 16, 17 e 18 de agosto de 2018. Não há desculpas para faltar: no dia 15 é feriado e tudo! A aposta da organização, segundo as palavras de João Carvalho, será nas infraestruturas, de forma a que os festivaleiros usufruam, o melhor possível, de mais uns dias pelo Couraíso. Quanto a nós, só podemos mesmo dizer: até já, Paredes de Coura, Ainda mal recuperámos destes dias intensos e já temos saudades.

Edição de Joana Rita

Ângela Afonso  

1,60m de aleatoriedade, inspirada por coisas e pessoas boas. Vive para as artes e as letras. A sua religião é a música e mora atrás da lente da câmara fotográfica. Minhota da cabeça aos pés e em tudo o que diz. (O mau feitio é mito)


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Mais sobre: Alex Cameron, Benjamin Clementine, Foals, Foxygen, Lightning Bolt, Manel Cruz, Toulouse, Ty Segall, White Haus


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