24 Ago 2017 a 26 Ago 2017

Skye, Rats & 50 anos de Rock’n Roll – a reportagem no último dia do EDP Vilar de Mouros

Da genética pura dos Led Zeppelin chegaram os The Zanibar Aliens. Os lisboetas vieram até ao Norte do país para mostrar que o Rock and Roll vive nas gerações mais jovens também. A banda conta com dois álbuns até à data, um de 2016, Bela Vista e outro já de 2017, Space Pigeon. Foram os primeiros a atuar no último dia de festival, e atraíram o público para o recinto logo no primeiro rasgar de guitarras. Se há idioma que os festivaleiros reconhecem é o da música, e os artistas não desapontaram.

Numa pauta bem menos rock atuou a austríaca Avec. Às 20h30, e pela primeira vez em Portugal, entrou em palco e surpreendeu aqueles que esperavam uma descida de tom com a sua atuação. De guitarra na mão, pôs na mesa (neste caso em palco) um indie folk imponente, envolvido numa batida poderosa. Mesmo com a chuva a ameaçar, fez jus à pedalada do festival e conquistou a atenção e carinho do público.

Mas foi a performance que se seguiu que sacudiu a chuva dos ombros dos festivaleiros. The Boomtown Rats: ainda nem tinham entrado em palco e a voz de Bob Geldof já tinha levado os fãs à loucura. Para quem já os conhece, era certo e sabido que vinha um concerto estrondoso. Confirmou-se e, na opinião da maioria, foi mesmo o melhor de todo o festival. A banda, a celebrar já os 40 anos, não se mostrou cansada, talvez mesmo envigorada por tantos anos de puro Rock. Tocaram êxitos como I don’t like mondays, She’s so modern, Like clockwork e Rat Trap. Do início ao fim a plateia vibrou, saltou, acompanhou as letras, sempre abastecida pela energia inesgotável do vocalista, que além de um espetáculo incrível, arranjou um tempinho para escrever umas palavras em português num papel, que leu durante o concerto.

“Obrigado” foi a palavra de ordem e o público aplaudiu o esforço e dedicação do artista. O criador do famoso Live Aid, fez anda uma forte crítica aos problemas que afetam o mundo e apelou à luta pela igualdade e paz. Os irlandeses, incansáveis, e 30 anos mais tarde, estão a preparar-se para apresentar o seu próximo álbum Mega. Venha ele!

Seguiram-se os The Psychedelic Furs numa nota mais post-punk. Iniciaram carreira em 1977 e lançaram o primeiro álbum em 1980. Chegaram a Vilar de Mouros e tiveram a difícil tarefa de manter a fasquia do concerto que os antecedeu. O seu êxito Pretty in Pink era muito esperado, assim como Love My Way e The Ghost In You. Apesar de uma breve pausa entre 1992 e 2001, os ingleses vieram agora a Portugal para felicidade de muitos fãs, que aproveitaram cada segundo do enérgico concerto.

Também muito esperados neste último dia eram os Morcheeba. Atuaram à 00h40 no palco de Vilar de Mouros e, através da inconfundível voz de Skye Edwards, foi feita magia. Poderosa, levou tantos quanto estavam presentes numa viagem “down memory lane”. Os temas Rome wasn’t built in a day, Otherwise e World Looking In eram os mais esperados. A simplicidade na voz da artista a comunicar com o público, não tinha comparação com o vozeirão na altura de cantar os êxitos. A banda começou de início em 1995, terminou em 2014 a par da saída de Paul Godfrey. No entanto o irmão Ross Godfrey e Skye uniram-se num projeto para continuar a fazer música. E reuniram-se agora de novo para um espetáculo incrível em Vilar de Mouros.

Para os mais destemidos a festa continuou até às 3h30 com 2ManyDJs.

Encerrou-se assim mais uma edição de EDP Vilar de Mouros. As datas do próximo ano já foram anunciadas: 23, 24 e 25 de agosto de 2018. Segundo foi revelado em conferência de imprensa, o festival teve cerca de 4 mil festivaleiros a mais que no passado ano de 2016, e cerca de 8 mil por dia, sendo que o último dia foi o mais concorrido com cerca de 10 mil. O objetivo do festival é ter um festival que seja não só feito na vila, mas para a vila e com aqueles que a integram. E acima de tudo unir todos, através daquela que é uma linguagem universal: a música.

Ângela Afonso  

1,60m de aleatoriedade, inspirada por coisas e pessoas boas. Vive para as artes e as letras. A sua religião é a música e mora atrás da lente da câmara fotográfica. Minhota da cabeça aos pés e em tudo o que diz. (O mau feitio é mito)


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