Querida, foi um Ho99o9!! (Algo que nunca ouvirás no Milhões!) – Reportagem no dia 24
Chegou ao fim mais uma edição do Milhões de Festa. No entanto, a atmosfera que se sentiu durante o dia não foi de algo que chegava ao fim, mas de continuidade: “Onde fica a tenda para o ano?”
Ao alvoroço da piscina, as lutas de bolas insufláveis foram acompanhadas pelo som de Ghost Hunt, Tomaga, Barrio Lindo e o mítico The Legendary Tigerman, desta vez em versão “DJ Set”. Já de dedos enrugados pela água, os festivaleiros deram o tudo por tudo para fazer do último dia um dia em grande, e aproveitaram todas as atuações até à “hora da janta”, já o palco Taina dava tudo do outro lado da grade.
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Primeiro com Qer Dier, depois My Expansive Awareness, Extraperlo, Orchestra Elastique e já mítica “Rádio Popular” que, fora a timidez, não deixa um verdadeiro tuga indiferente. Se há paleta de cores e géneros completa é a do Milhões, basta escolher o tom, se existe, passa por lá com certeza.
No Palco Milhões, tivemos Evil Blizzard a começar a noite com um “baile de máscaras” em família. Os britânicos, inicialmente sinistros e rockeiros indiferentes, mostraram-se bem acessíveis e sociáveis. No final do concerto, com meia plateia a ajudar à festa no palco, os instrumentos já eram tocados pelos próprios fans e adeptos do estilo pouco usual desta banda que gradualmente cativou a plateia.
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Por volta das 23h pisava o palco El Guincho, artista que regressa seis anos mais tarde aos palcos do festival que afirma ter bem perto do coração. Com um estilo bem diferente ao que o antecedia, os seus ritmos tropicais acompanhados da sua voz da “Gran Canaria” puseram o público a rodar toda a área da plateia. Super comunicativo, o artista encheu muito coração de quem o ouviu.
A última atuação do palco principal foi a de Dan Deacon, acompanhado na bateria pela incansável April, a levar a taça de interação com o público. Deram e exigiram show, puseram um ou outro ajudante em sentido, e do nada já todo o mundo dançava ferverosamente ao som eletrónico da voz de Dan e da batida infatigável de April. Insufláveis pelo ar, colorido, comunicativo e vibrante, assim se apresentou e despediu.
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Já no palco Lovers o ambiente em geral mostrou-se bem mais pesado, a começar com Part Chimp, com a malta a dar tudo no head banging, a escalar para Oozing Wound, que se seguiu, e ainda os Ho99o9 (lê-se Horror), que unem o hardcore e o hip hop para rebentar com tímpanos e consciências limitadas, a fazerem lembrar um cruzamento genial entre Bodycount e Rage Against The Machine. Absolutamente estrondosos e animados, deram o boost e a vontade de mosh foi imperdoavel. O melhor da noite, quiçá do festival.
A terminar Nídia Minaj, DJ que não se fica por um género bem definido como o techno ou house ou kuduro ou a junção destes, que nos trouxe os sons e misturas mais improváveis, pôs a malta a “partir pista” mesmo após a destruição dos concertos anteriores. Thumbs up para esta menina. A noite, no entanto, não terminava por aí: seguiam-se os DJs Yeah contava já o relógio as 5 da manhã, com alguns já regressando às tendas e outros aventuravam-se pela cidade à procura do after dos afters.
O Milhões é, para a maioria, de facto interminável e quem dele se despede é com a promessa de regresso. Este foi mais um ano de variedade e novidade na cidade de Barcelos, e são estas as qualidades que fazem deste festival não mais um, mas O TAL: onde todos se inserem porque há música para todos. Genialidade é o adjetivo que melhor o descreve e o excentricíssimo é sempre bem-vindo (e os fotógrafos agradecem).
Um até já.
Nota do Fotografo de Serviço: À excepção do palco Lovers, alguém se esqueceu de ligar a luz.