PUSSY RIOT em Lisboa e no Porto em Junho

PUSSY RIOT em Lisboa e no Porto em Junho

O coletivo artístico russo PUSSY RIOT arranca este ano com uma tour europeia e estão previstas duas paragens em Portugal, no Porto, dia 8, na casa da Música e em Lisboa, dia 9, no Capitólio.

As PUSSY RIOT (liderada pela ativista Maria Alyokhina) são uma peculiar formação de protesto, feminino e feminista, de geometria variável, com sede em Moscovo e fundada em 2011.

O grupo – que chegou a integrar 11 mulheres – tornou-se famoso em grande parte pelas encenações de espetáculos de guerrilha punk rock provocatórios não autorizados em locais públicos invulgares, que foram transformados em vídeos musicais e colocados na internet e que se foram espalhando pelo planeta.

Entre os temas mais abordados, ganham lugar de destaque o feminismo, os direitos LGBT e, claro, a oposição explícita e assumida ao presidente russo Vladimir Putin, que o grupo considera ser um ditador com ligações perigosas à igreja Ortodoxa Russa.

Mas as PUSSY RIOT conseguiram notoriedade à escala planetária quando cinco membros do grupo arriscaram uma atuação em plena Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo, em 2012.

O clero ortodoxo considerou um sacrilégio esta “atuação” e o espetáculo acabou com a intervenção de oficiais de segurança da igreja. Em sua defesa, as artistas/ativistas esclareceram que o seu protesto se dirigia ao apoio dos líderes da Igreja Ortodoxa a Putin durante a sua campanha eleitoral.

Mas a relação das PUSSY RIOT com as autoridades tem conhecido vários episódios, alguns deles com razoável impactomediático.

Em 2012, três dos membros do grupo, Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich foram detidas e acusadas de hooliganismo. Em Agosto do mesmo ano, foram condenadas por “hooliganismo motivado pelo ódio religioso” e cada uma foi condenada a dois anos de prisão. Em Outubro, na sequência de um recurso, Samutsevich saiu em liberdade condicional e a sua pena foi suspensa. As sentenças das outras duas mulheres foram mantidas.

O julgamento e a sentença atraíram muitas críticas públicas e atenção nos media internacionais, particularmente no Ocidente. O caso foi adotado por grupos de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional, que designou as mulheres como prisioneiras de consciência e uma série de artistas de renome no mundo da música mostraram solidariedade.

Com 21 meses de pena cumpridos, Tolokonnikova e Alyokhina foram libertadas, em Dezembro de 2013, após a Duma (parlamento russo) ter aprovado uma amnistia.

Depois da sua libertação, Tolokonnikova e Alyokhina e vários outros membros atuaram como Pussy Riot durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, onde foram atacadas por seguranças, com bastões e gás pimenta.

Entre 2014 e 2016, as Pussy Riot (Alyokhina e Tolokonninkova – com formações diferentes), gravaram e lançaram vários vídeos: “Putin I Will Teach You To Love The Motherland”, “I Can’t Breathe” (nomeado pelas últimas palavras que Eric Garner disse quando a polícia de Nova Iorque o asfixiou), “Chaika”, “Organs” e “Make America Great Again”.

Alyokhina e Tolokonnikova apareceram como oradoras em muitos festivais internacionais, em conferências e outros eventos, nos EUA, no Canadá, Europa, Austrália e Singapura.

Em 2016 Maria Alyokhina estreou-se com – sucesso e aclamada pela crítica – como atriz principal de “Burning Doors”, uma peça de teatro do Belarus Free Theatre, sobre a história de três artistas que se tornam prisioneiros políticos na Rússia: Maria Alyokhina, Petr Pavlensky e Oleg Sentsov. Atuando em “Burning Doors”, Alyokhina fez uma digressão pelo Reino Unido (durante dois meses), Itália e Austrália.

Em Dezembro de 2016, Maria Alyokhina e o produtor musical Alexander Cheparukhin iniciaram um novo projecto – PUSSY RIOT THEATRE com RIOT DAYS – uma peça baseada no livro “RIOT DAYS” de Alyokhina.

Declaração de Maria Alyokhina:

“Se se pode mudar alguma coisa, é preciso começar com a indiferença. Alguns impotentes políticos afirmam que não temos voz e escolha.

Nós temos uma voz. Temos uma escolha.

Queremos inspirar as pessoas. Queremos as novas ações (como a Marcha das Mulheres). Queremos aqueles que estão em silêncio, sem medo de falar. E acreditamos naquilo que conseguiríamos.

Pussy Riot Theatre – é uma revolução cultural.

A comunidade é mais forte do que qualquer governo.

Para superar o nacionalismo, o sexismo, o racismo, o medo e a indiferença, devemos revoltar-nos juntos.

Tem uma voz. Eu mostro-lhe.”

Fonte: Press Release


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