Onde a relva é mais verde – O primeiro dia do festival NOS Alive 2016
São dez anos de Alive e de romaria em direcção ao Passeio Marítimo de Algés para celebrar o verão, os amigos e a boa música. Para comemorar esta data, a organização do festival preparou sete palcos para acolher os festivaleiros, de 7 a 9 de julho.
As portas abriram às 15h e consta que às 9h da manhã já eram muitas as pessoas que aguardavam pelo momento em que lhes seria dado acesso ao novo relvado sintético – e a um dia cheio de sol, para viver ali mesmo à beira Tejo.
Pelas 17h subiram ao palco os Baywaves, num concerto de última hora e que abriu as hostes no palco NOS Clubbing. À mesma hora, Luis A. Segura – aka L.A. – apresentava-se no palco Heineken, trazendo na bagagem o último álbum From The City To The Ocean Side.
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Os portugueses The Happy Mess subiram ao palco Heineken, pelas 18h. A banda constituída por Miguel Ribeiro, Joana Duarte, João Pascoal, Rui Manuel Costa e acompanhada por Zé Miguel Vieira e Hugo Azevedo presentearam o público presente com um concerto animado e cheio de energia.
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Enquanto isso, no palco NOS, The 1975 davam música a uma multidão que começava a compor a plateia. Nesta encontravam-se muitos chapéus brancos, como é apanágio deste festival onde o merchandising já faz parte da mobília e é uma peça imprescindível no outfit de muitos dos festivaleiros. De Manchester para Algés, os britânicos Matthew Healey, Adam Hann, Ross MacDonald e George Daniel trouxeram consigo o novo álbum I Like It When You Sleep For You Are So Beautiful Yet So Unaware Of It, com lançamento agendado para 2017.
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From Los Angeles, Califórnia, senhoras e senhores: Vintage Trouble. A banda é constituída por Nalle Colt (guitarra), Rick Barrio Dill (baixo), Richard Danielson (bateria) e Ty Taylor (voz). Ty é homem para fazer a festa, lançar os foguetes e apanhar as canas. A sua presença em palco é qualquer coisa de enigmático e inesquecível. Viram o salto? Não há problema, pois conseguimos registá-lo.
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Biffy Clyro regressam a Portugal, depois de duas passagens pelo Alive (em 2010 e em 2013). Com tantos momentos Alive no curriculum arriscamos dizer que a banda escocesa já se sente em casa. O seu concerto no palco NOS acontece nas véspera do lançamento do novo álbum Ellipsis. Eram muitas as pessoas que envergavam t-shirts da banda, denunciando uma legião de fãs por terras lusas.
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Robert Plant dispensa apresentações – chega ao NOS Alive acompanhado pelos The Sensational Space Shifters. The one and only vocalista dos Led Zepellin, destacado pela revista norte-americana Rolling Stone como um dos melhores vocalistas da história. Ao ver Robert Plant em palco é fácil pensar: “quando tiver 67 anos quero ser assim”. É certo que o tempo deixa as suas marcas, mas a voz, a postura e a interpretação do cantor são de se lhe tirar o chapéu.
Foi naquela hora do lusco-fusco, em que o sol começa a despedir-se do Tejo que o norte-americano John Grant subiu ao palco Heineken. Grey Tickles, Black Pressure é o nome do terceiro álbum que se inclui numa carreira onde constam participações com outros músicos. O ex-vocalista dos Czars cumpriu com as expectativas do público presente. O palco Heineken cumpre o seu papel como palco secundário onde é possível encontrar um alinhamento alternativo. Por vezes, as bandas escolhidas para este palco acabam por surpreender – e por voltar, para este ou para o principal.
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Não sabemos se será esse o caso de Wolf Alice. Os londrinos marcaram a sua estreia em Portugal com um concerto no palco Heineken. Trata-se de uma banda assumidamente indie rock, cujo primeiro álbum My love is cool, editado em Junho passado, era há muito aguardado. O quarteto é composto por Ellie Rowsell (voz, guitarra), Joff Oddie (guitarra, voz), Theo Ellis (baixo) e Joel Amey (bateria,voz).
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É certo que o nome de Branko estará sempre associado aos (já saudosos!) Buraka Som Sistema. João Barbosa é DJ e produtor – uma rápida visita ao youtube permite-nos conhecer uma série de trabalhos em parceria com outros artistas. Depois da sua passagem pelo Globaile, em Lisboa, Branko surpreendeu-nos com um espectáculo audio e visual onde a simplicidade marcou pontos a seu favor. Foi um momento dançante para todos aqueles que encheram a tenda do Clubbing. O palco montado para Branko e a forma como os ecrãs foram montados à sua volta, fizeram-nos viajar pela cidade onde os ritmos se misturam. Conseguimos discernir Lisboa – mas havia por ali cheiro intenso a África. Foi também assim que Branko se sentiu acompanhado pelos cantores que fazem parte de alguns dos temas de Atlas, uma vez que também foram partilhadas imagens de estúdio.
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“Here comes your man” – que é como quem diz, here comes the Pixies. A banda terá sido a razão para que muitos dos festivaleiros se deslocassem ao Alive, numa quinta-feira de Julho. Fazem parte da história da música: são 30 anos de carreira para comemorar e cinco álbuns de originais na ponta da língua de muitos dos fãs que quiseram marcar presença nesta noite. Ainda que seja um dado meramente empírico, era várias as t-shirts da banda que se passeavam nos corpos dos festivaleiros. Muitos destes não ficaram propriamente impressionados com a banda: a prestação em palco foi morna e não chegou para marcar a noite – sobretudo depois da energia e dedicação de Robert Plant. Durante a actuação de Pixies havia um mar de gente – sentada. Afinal, o novo relvado sintético convida a isso mesmo. Estariam a guardar a energia para o último grande concerto da noite?
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Sim, falamos do outro dos nomes mais aguardados da noite: The Chemical Brothers. São muitos os prémios que já fazem parte da carreira deste duo que acabou por revolucionar a forma como se experiencia a música electrónica, nos concertos ao vivo. Born in the Echoes é o nome do oitavo álbum de originais que se estreou no nº 1 da tabela britânica. Hey Boy, Hey Girl foi o tema que abriu o concerto do duo que transformou o espaço do festival numa discoteca XXL. O recinto não estava a abarrotar: das 55 mil pessoas que deram entrada no festival, foram muitas as que saíram após a actuação dos Pixies.
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E porque a noite ainda era uma criança, o palco NOS recebeu ainda a presença de Sean Riley & The Slow Riders, 2 manydjs e Throw + The Shine.
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Há que falar de outra das novidades da 10ª edição do NOS Alive é o palco EDP Fado Cafe. Neste primeiro dia de festival o cartaz contou com nomes como Marco Rodrigues, Raquel Tavares e Dead Combo e as Cordas da Má Fama. O espaço era pouco para todos aqueles que pretendiam ouvir um pouco de fado.
Ainda um dado a reter sobre esta 10ª edição: não sobrou nem um bilhete deste primeiro dia para contar a história. Foi a primeira vez que o NOS Alive esgotou nos três dias.
Fica uma informação útil para quem vai até ao Passeio Marítimo de Algés para o segundo e/ou terceiro dias de festival: o túnel que dá acesso à estação de comboios é encerrado após os concertos do palco NOS. Assim, há lugar a caminhada via IC 17 CRIL – tal como aconteceu no ano passado. Uma verdadeira romaria, senhores – desta vez para rumar até casa e dormir o sono dos justos.
The dream is real – é sim. Ainda agora começou. Preparados para mais dois dias de festival?