Concentração Motard de Lisboa – Rosalía no Altice Arena

Concentração Motard de Lisboa - Rosalía no Altice Arena

Rosalía atuou neste domingo, dia 27, numa Altice Arena esgotada. Prova que Rosalía já não é um fenómeno apenas de Espanha, mas também já é muito maior do que a Península Ibérica: Rosalía é das estrelas pop mais ouvidas do mundo neste ano. 

Rosalía apresentou-se ao público com os dois primeiros álbuns Los Ángeles e El Mal Querer, de 2017 e 2018, respetivamente, mas foi com os ‘singles’ que saíram de 2019 a 2022 que a carreira de Rosalía partiu do panorama espanhol para o mundo. O concerto que dá em Lisboa faz parte da “Motomami World Tour”, que passou por dezenas de cidades, incluindo Braga, na última sexta-feira.

O tema das motas está presente neste último disco da cantora espanhola, mas também na indumentária de todos os que estão na plateia desta arena, já que são vários os blusões para andar de mota, as calças com proteção nos joelhos e até as botas de motocrosse, tal como a própria Motomami.

Apesar de provavelmente não ter vindo de mota para Lisboa quando a Motomami entra em palco com os barulhos de mota, com a tape de Ni Hao! MATSURI-SHAKE e a abanar o capacete, literalmente. A primeira música que Rosalía traz para Lisboa é mesmo Saoko.

Com oito bailarinos, o concerto funciona como um videoclipe ao vivo, muito cinematográfico, mas, em simultâneo, em vertical, o que faz com que pareça sempre um feed de livestream de Instagram. A coreografia faz-se com atenção às câmaras e aos dois ecrãs gigantes que se encontram de lado do palco. Os operadores de câmara são quase bailarinos, e em algumas músicas os próprios bailarinos seguram em câmaras portáteis. São dois ecrãs verticais e uma espécie de tela, também vertical, que nos levam para este universo de Rosalía.

A setlist de Rosalía, foi, como o nome da digressão diz, fundamentado no álbum “Motomami”. Ouvimos Candy, Bizcochito, La Fama, sem The Weekend, e é aqui que chega a altura em que Rosalía agradece a todos os que saíram de casa para ver este concerto que pega na sua guitarra elétrica para interpretar Dolerme, um dos singles que lançou sem fazer parte de nenhum álbum.

Rosalía tem uma voz belíssima e ao vivo é ainda mais cristalina do que nas versões de estúdio – é uma cantora de mão-cheia. Em Bulerías, voltamos ao flamenco que a viu crescer e que ainda hoje continua uma marca em todas as suas músicas, sejam mais reggaeton, mais pop ou mais hip-hop.

Passamos para a música que dá nome ao álbum, Motomami. Aqui os bailarinos fazem uma espécie de motorizada humana para Rosalía conduzir. É nos momentos de silêncio que nos apercebemos de quão amada Rosalía é pelos seus fãs, ela que conta que G3 N15 foi uma música que escreveu quando vivia em Los Angeles e sentia muita falta de todos os amigos e família. É uma canção muito triste e muito íntima que é um pedido de desculpas a todas as pessoas que não viu durante os dois anos que viveu nos Estados Unidos.

Com as músicas de Tokischa e Bad Bunny, Linda e La Noche de Anoche, respetivamente, Rosalía injeta energia e ritmo de volta ao concerto. A seguir, Diablo, Rosalía senta-se e entra um cabeleireiro e uma maquilhadora para retocar o cabelo e a maquilhagem. É mesmo caso para dizer à cantora espanhola que “Y como tú ninguna, brillas como la luna”. Em Hentai, há uma versão tocada ao piano por Rosalía, uma música intimista que fala sobre desejos carnais. Seguimos caminho por Pienso En Tu Mirá, chegando ao alfabeto de Abcdefg, com P de Portugal e L de Lisboa, alfabeto inteiro com Alberto, um fã espanhol que tinha um cartaz a pedir para cantar este abecedário. Voltamos a ouvir a voz de Tokischa, mas desta vez para a música do álbum “Motomami”, em La Combi Versace. Ouvimos os dois versos de Rosalía, em TKN, com Travis Scott, e, em Yo x Ti, Tu x Mi, com Ozuna.

Uma versão muito curta de Gasolina de Daddy Yankee traz-nos até Despechá, o hit do tik-tok com toques de cruzeiro transatlântico. Passa por Aislamiento. Canta ainda o verso da versão que remixou de Blinding Lights, e vamos para a loucura controlada de Malamente, com Como Un G, Lax, e Delirio de Grandeza pelo meio. Chegamos assim ao energético hit Con Altura. Rosalía despede-se, mas volta para o encore.

As músicas que fecham o concerto são mesmo Chicken Teriaki, os agudos de Sakura e a tão energética e intensa CUUUUuuuuuute. Rosalía fecha assim o concerto “Keeping it cute”.

Tomás Lampreia  

O Tomás gosta de ler, escrever, ouvir e ver. Tem 19 anos e é estudante de Jornalismo, na Escola Superior de Comunicação Social. Sonha ser tudo, mas ainda não é nada.


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