Warm up, mas a ferver! Dia 0 do Paredes de Coura 2015
Já passava das 20 quando finalmente chegámos a Paredes de Coura. O carro ficou longe, que nestes dias é impossível estacionar perto do recinto, e estava já a meio a actuação de Ceremony quando entrámos no recinto. Este estava já bem completo, e o rock da banda fazia abanar cabeças desde o fundo até praticamente ao topo do anfiteatro da margem do Tabuão.
Bem recebidos foram também os Blood Red Shoes, que continuaram a toada eléctrica da banda anterior. O duo, já conhecido de muitos festivaleiros, aplicou a bem conhecida receita de ritmo forte e distorção, e desfilou uma set list bem pensada, com as músicas a subirem de tom e electricidade, para terminar em beleza, com um mosh pit a mostrar que o público aprovou, e de que maneira, a actuação.
Seguiram-se os Slowdive. O ambiente mudou para uma acalmia etérea, e eram muitos os festivaleiros, que não paravam de chegar, a ouvir de olhos fechados as notas quase fantasmagóricas da banda. A voz angelical, a batida lenta e os acordes quase inaudíveis da melodia arrefeceram, mas muito pouco, a audiência. E sentia-se um borbulhar, escondido, mas praticamente à superfície, pelo que seria o encerramento da noite.
E quando os TV On The Radio subiram ao palco, ferveu. Ferveu, espumou, transbordou. Os americanos começaram com um som a misturar funk e rock, pondo toda e gente a dançar, a bater palmas em uníssono, para depois avançarem para um rock mais duro, com mais distorção, e aí Paredes de Coura explodiu. Mosh pits, crowd surfing, e uma nuvem de poeira a mostrar que a audiência estava ali para aquilo, para a catarse rock. O vocalista teve inclusivé de pedir moderação, porque o perigo de esmagamento contra as grades foi real. Mas nada de grave aconteceu, apenas o descarregar da energia sonora do palco e para o palco a energia dos festivaleiros, tão característica de Paredes de Coura.
Um estrondo!
Foto oficial Vodafone Paredes de Coura © Hugo Lima
(A organização não nos atribuiu acreditação com possibilidade de fotografar)