Valete, Ella Eyre e Dillaz marcaram a terceira noite do Monte Verde Festival 2017
“O melhor dia do festival é hoje!”, ouvia-se no recinto.
O segundo dia do Palco Azores Airlines, na Ribeira Grande, começou com uma noite bem animada. A banda de raízes açorianas Ronda da Madrugada, com o seu estilo já conhecido na região desde 1998, animou os primeiros festivaleiros presentes no recinto.
Um dos mais esperados nomes do festival, Valete, não desiludiu. Começou com um dos clássicos e acabou com o novo single, sem deixar de fazer um Rap Consciente. Para delírio dos fãs do rapper, que trouxe cerca de 10 mil pessoas a abanar a mão no ar, o artista estreou uma nova música do álbum que está aí para vir, Johnny Walker. Muitos elogiaram o artista, muitos desconhecem o seu trabalho mais antigo, mas nenhum conseguiu contrariar a sonoridade do hip-hop português e a energia e sinergia que Valete transmite para fora do palco. Havia quem dissesse: “Foi dos melhores concertos que já vi”. Na verdade só quem estava na praia do Monte Verde consegue contar, mas houve muito Poder, isso houve.
Seguiu-se a estrela em ascenção e cabeça de cartaz da noite, Ella Eyre. A jovem britânica de 23 anos conhecida pelos singles Deeper, We Don’t Have To Take Our Clothes Off e mais recentemente Come here for love cumpriu completamente com todas as expectativas. Com uma casa já cheia do concerto anterior, apenas restavam uns pequenos espaços no início do recinto, mas depois da artista dar cordas ao seu vozeirão, estes pequenos espaços “foram-se” todos. Com uma dinâmica em palco muito boa e energética, a jovem não parou um segundo sequer para beber água ou limpar o suor.
Foi uma hora de concerto sem parar, que fez o público saltar e aplaudir efusivamente o final de cada música, como se fosse sempre a última: “Uma surpresa muito boa! Desconhecia a artista mas ela tem cá uma voz… Arrepiei-me toda” referiu um olhar mais envelhecido por entre a miudagem da multidão; “Para mim foi o melhor concerto do festival até hoje! De longe! Foi mesmo incrível”, disse outro espectador que referiu também “Se o festival acabasse agora, acabava em grande!”.
Antes de prosseguirmos para Dillaz, fomos perceber entre os espectadores a opinião até ao momento do festival, que para muitos a resposta foi idêntica: “Isto pode tornar-se num dos melhores festivais em Portugal”. Com uma atmosfera fantástica e muito festivaleira, o cartaz “encontra-se muito equilibrado” a agradar todos os tipos de público. Desde miúdos a graúdos, há um dia para todos os gostos. O recinto dista cerca de 20 metros da praia do Monte Verde, e ao aproximarmo-nos do mesmo observamos os jovens na praia junto ao mar à espera de amigos ou, à espera da sua banda preferida.
E por falar em bandas preferidas, está na hora de entrar em palco mais um rapper: Dillaz. Imaginem um carro de cinco de lugares com 10 pessoas – foi isto que o jovem português trouxe à arena do Monte Verde. Eram milhares de pessoas, e podiam ser muitas mais se o recinto fosse maior. Foi a hora dos graúdos dizerem “até amanhã” e dos jovens que por ainda no campismo se encontravam e na praia darem o “check-in” na entrada do festival. Acreditem, foi de loucos. Com as luzes dos telemóveis criou-se uma atmosfera fantástica na multidão! O rapper sorria e o público abraçava-o. O carisma do jovem português é enorme entre os jovens, e não podia faltar nenhum single por tocar: desde Mo-Boy a Não sejas agressiva o rapper fez o público delirar. Tanto delirou que no final pediam “só mais uma”.
Seguiu-se Sigala (fotos). Com o público já aquecido, foi fácil para aguentar e aguardar pelo final da noite com música eletrónica. Até às sete da manhã ainda atuaram The Prototypes.