24 Mai 2019 a 25 Mai 2019

Um (re)viver de experiências no último dia do North Music Festival

Um (re)viver de experiências no último dia do North Music Festival

A lotação praticamente esgotou no segundo dia do festival do Norte. Para uns foi um reviver de experiências com bandas como Bastille e Franz Ferdinand. Para outros ficou a comprovação da magnitude destas bandas. Mas não foram os únicos bons concertos; aqui também se ouviu música feita por portugueses…

No palco principal, os barcelenses Glockenwise iniciaram as atuações do último dia do festival. Com um público que se foi compondo ao longo do concerto, deleitaram-nos essencialmente com o seu 4.º disco, Plástico (2018). Nuno Rodrigues, vocalista e guitarrista, fez ainda questão de nos relembrar que, este dia, fica marcado pela presença de bandas amigas e pediu-nos para nos congratularmos com a boa música portuguesa.

Bandas como os lisboetas Capitão Fausto, que lhes sucederam no main stage, contaram com umas dezenas de fãs mais fervorosos a acompanhar nos temas mais conhecidos da banda. No palco indoor lá estiveram os amigos: Stone Dead de Alcobaça (fotos) e os Cave Story das Caldas da Rainha (fotos). Estão de parabéns pela sua assonância e dissonância arrockalhada.

Influência e Teatralidade de Bastille

A banda de Londres, Bastille, trouxe consigo um aglomerado de fãs de tenras idades. Fizeram-se notar pela veemência do vocalista Dan Smith, pelos incríveis e bem posicionados vocais que este conseguiu atingir e por toda a teatralidade do concerto em si. Em palco, e sempre aliado a representações de imagens pertinentes que foram passando no ecrã principal, Dan explorou diversos artefatos. Desde escadas até a um televisor retro. Cada adereço embelezava de forma estudada cada canção da noite. Para 4AM e World Gone Mad entoou as canções num sofá posicionado numa plataforma giratória. Na retaguarda do sofá lia-se Doom Days, nome do próximo álbum da banda que será lançado no próximo dia 14 de junho.

Dan Smith também foi mais um artista que se aventurou pelo meio da multidão e com apenas dois álbuns e um terceiro a caminho, já são das bandas mais ouvidas em todo o mundo. Aqui no North Music Festival fizeram as delícias dos mais jovens e terminaram com Pompeii, um dos temas mais celebrados da noite.

Este Alex Kapranos continua cá uma peça…

Sendo (ou não) a tua primeira vez a ver e ouvir Franz Ferdinand, já sabias certamente que as expectativas não estavam baixas. A banda de Glasglow deu mais um concerto super típico de si mesma onde o frontman Alex Kapranos nos aparece novamente engravatadinho e sempre com as suas poses e trejeitos peculiares. E a sua capacidade para puxar pela plateia também continua plena.

Os temas consagrados do costume não falharam e até estrearam cá Black Tuesday (que fará parte de um próximo álbum ainda distante…). A nova canção no contexto do concerto foi bem recebida por todos e nela notei uma pequena evolução da banda (pelo menos face ao álbum mais recente). Claro que os êxitos de outrora serão sempre vividos com maior entusiasmo, mas não posso deixar de referir o quanto Always Ascending também me surpreendeu pela positiva. O tema do álbum com o mesmo nome, resulta melhor ao vivo do que em gravação.

Para encore ficou Jacqueline, Love Illumination e This Fire. A última foi prolongada por vários minutos e, como é hábito, Kapranos pede a todos que se baixem. Nós obedecemos e ali ficamos, novamente expectantes daquele salto coletivo enquanto cantamos de pulmões abertos: “This Fire Is Out of Control!”. É… foi outra vez um fogo difícil de controlar.

A noite terminou com DJ set de Moullinex.

O festival fica marcado pela enchente de gente que recebeu este ano e pelo cartaz que conseguiu produzir. Esperamos que se mantenha no mesmo espaço nos próximos anos . Afinal, não é qualquer festival citadino que tem uma vista tão privilegiada como este!

Ana Duarte  

Consultora Musical na Fonograna e fundadora da webzine CONTRABANDA. Estudou Music Business na Arda Academy e Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tinha uns pais melómanos que a introduziram a concertos/festivais, ainda tinha ela dentes de leite. 3 décadas depois, aproveita para escrever umas coisas no ponto de vista de espetador melómano (quando a vida de consultora musical lhe permite).


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