16 Ago 2017 a 19 Ago 2017

Um aniversário que se adivinha estrondoso – Vodafone Paredes de Coura

Um aniversário que se adivinha estrondoso - Vodafone Paredes de Coura

Arrancou ontem, 16 de Agosto, a 25ª edição do Vodafone Paredes de Coura (VPdC). NA verdade, os festejos já tinham começado no dia 12, com concertos que aconteceram pela vila. As margens do Taboão estavam bem compostas, com muitos festivaleiros. A Ângela Afonso e o Pedro Gama andam por lá e vão contar-vos (quase) tudo nos próximos dias.

O VPdC é um festival mítico, que arrasta consigo um público fiel, há já muitos anos. E, claro, há sempre quem esteja pela primeira vez. No primeiro dia de festival, ao descermos para o recinto, verificamos que o campismo está mais composto este ano. O crescimento do festival é notável, bem como o investimento em infraestruturas e conforto para o público. Este ano os festivaleiros podem contar com tudo a que têm direito num aniversário – e mais!

Vamos à música? A primeira banda a atuar foram os The Wedding Present, na primeira Vodafone Music Session do festival (palco Jazz na Relva), às 16h30 (à qual, infelizmente não conseguimos ir). Regressaram mais tarde ao palco Vodafone, às 20h40, para um concerto bem mais coeso e completo. Apresentaram o seu álbum George Best, numa viagem aos anos 80.

A primeira a estrear o palco Vodafone foi, no entanto, a Escola de Rock. O pontapé de saída deste palco aconteceu às 19h30 . A Escola de Rock é um projeto musical que tem o intuito de tirar os jovens de casa e os por a fazer música durante as férias. O que aconteceu em palco foi uma série de covers de graúdos, feitas por miúdos, para toda a gente.

Embriagado, não em vertigem, mas em exaltação, ficou o público durante a performance dos Mão Morta, batia o relógio as suas 21h55. Trouxeram consigo o álbum Mutantes S.21 e com ele êxitos como Istambul (Um Grito), Budapeste (Sempre a Rock & Rollar) e Marraquexe (Pç. das Moscas Mortas). Abraçaram o público no seu rock e punk metalado. Da voz funda de Adolfo Luxúria Canibal entoaram-se os parabéns ao festival. Um momento quase familiar tendo em conta que não são novos nestas andanças e muito menos no line-up do Coura. De facto, são a banda que mais vezes atuou neste festival.

De linhas bem traçadas pelo krautrock e eletrónica chegaram os Beak> às 23h20. Para os fãs de Portishead foi fácil reconhecer Geoff Barrow na bateria. No entanto, foi uma performance que, de modo geral, desapontou. Apesar de enérgicos, a batida cansada dos Beak> não foi o motivo para que o imenso público que se encontrava já no recinto não arredasse pé.

O motivo tinha um nome: Future Islands. Num percurso de 11 anos e meio admitiram estar felizes por se verem na presença de tamanha audiência e por atuarem em Paredes de Coura, pela primeira vez. Se houve banda a dar tudo por tudo em palco, foi sem dúvida esta banda norte-americana. O público estava absolutamente envolvido nas melodias; uma energia mega dançável percorria o anfiteatro natural, de uma ponta a outra. Com um synthpop aliado a hits que não deixam espaço para aborrecimento, trouxeram Seasons (Waiting on You). Sem dúvida: a espera aconteceu por eles.

A Kate Tempest, a artista do spoken-word, irreverente e incansável, coube o desafio de encerrar a noite e conquistar a multidão irrequieta. Para os amantes deste género musical foi, sem dúvida, um espetáculo único. Para aqueles que estavam mais indecisos, deixaram de o estar e não arredaram pé (ou melhor, era ver o pé a abanar perante a batida contagiante). “Let them eat caos” – “Eles que comam o caos” como chamou ao seu álbum e literalmente traduzido, mandou os festivaleiros para as tendas de barriga cheia, cer-ti-nho. Uma performance estrondosa.

Com o andamento do último concerto, era garantido que a festa ia continuar na zona de campismo. E o que acontece no campismo, fica no campismo, não tem lugar aqui na nossa reportagem.

Preparado para o segundo dia de VPdC? Se não queres perder as melhores malhas, dá uma vista de olhos neste artigo que fizemos para ti. Aproveita ao máximo este quarto de século de Coura!

 

Edição de Joana Rita

Ângela Afonso  

1,60m de aleatoriedade, inspirada por coisas e pessoas boas. Vive para as artes e as letras. A sua religião é a música e mora atrás da lente da câmara fotográfica. Minhota da cabeça aos pés e em tudo o que diz. (O mau feitio é mito)


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Mais sobre: BEAK>, Future Islands, Kate Tempest, Mão Morta, The Wedding Present


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