Slow J é fado, semba, hip hop e (Super Bock Super) Rock
20 de Julho foi o dia escolhido para voltar a receber Slow J no alinhamento do festival SBSR. À sua espera encontrava-se uma legião de fãs com as letras bem sabidas, prontos para acompanhar o artista, do princípio ao fim.
De palco em palco
Há dois anos foi possível conhecer Slow J no então palco Antena 3. Tímido, fez-se acompanhar de Francis Dale e Fred Ferreira. Na altura, talvez fosse Cristalina o tema mais conhecido do artista de Setúbal. No ano seguinte, o festival desafiou-o a experimentar um outro palco. Slow J esteve à altura do desafio e foi imediatamente convidado para assumir os comandos da Altice Arena na 24ª edição do SBSR. De palco em palco, de sonho em sonho, João Batista Coelho vai construindo o seu caminho e conquistando o seu lugar ao sol, no panorama da música portuguesa.
Um concerto com convidados especiais
Eram 20h em ponto quando as luzes da Altice Arena deram lugar à escuridão e depois ao tema Arte. A abertura foi eléctrica e serviu de banda sonora para a chegada do público ao espaço da plateia. Casa foi o tema que permitiu a Slow J dizer “Finalmente, Super Bock”. A felicidade era evidente. João assumiu: esta era uma noite de realização de sonhos. Um deles foi poder partilhar o palco com Carlão, no tema Repetido. “Hoje vou cumprir um sonho. Vocês não se importam?” – perguntou, antes de revelar o nome. A admiração entre os artistas é mútua: trocaram elogios sentidos, num dia que era especial também por se tratar do aniversário de Carlão.
Antes desse momento tão especial, já Nerve tinha subido ao palco com o tema Às vezes. Os convidados não se ficaram por aqui: Richie Campbell cantou Water, um tema onde participam Lhast e Slow J. Umas horas mais tarde, no festival MEO Marés Vivas, os papéis inverteram-se e foi Slow J o convidado do concerto de Richie Campbell.
Iminente, um tema de Papillon, também teve lugar nesta noite especial. Nele participam Slow J e Plutónio. A “casa” de Slow J tem sempre a porta aberta para os amigos, sobretudo aqueles que admira e com quem gosta de trabalhar. O artista de Setúbal aproveitou para partilhar o gozo que lhe dá o trabalho em estúdio e as criações que surgem das parcerias com artistas .
“Eu quero que se sintam em casa”
“Vocês são bués pessoas, não sei o que se diz!” – a confissão de Slow J confirma a humildade que lhe conhecemos, literalmente, de outros festivais. Durante o concerto pediu várias vezes para que as luzes permitissem ver a plateia bem composta à sua frente. “Eu quero que se sintam em casa” – o sentimento é mútuo. O público recebeu Slow J numa casa que agora também é sua: a Altice Arena.
É fado, é semba, é hip hop, é a arte de desacelerar e de parar para pensar. As letras de Slow J não servem só para rimar ou para acompanhar a batida. São propostas para pensar o mundo à nossa volta. “Não quero uma boa vida, quero uma vida boa” – e este é um desejo mais profundo do que a simples troca de palavras.
Slow J também vestiu algumas palavras: na sua t-shirt branca podia ler-se a seguinte frase:
If you try to be somebody else the world will miss out on you. Please don’t.