20 Jul 2018 a 22 Jul 2018

1º dia do MEO Marés Vivas com público muito jovem, pontualidade acima de tudo e a perninha de Slow J

1º dia do MEO Marés Vivas com público muito jovem, pontualidade acima de tudo e a perninha de Slow J

Esta sexta-feira, dia 20 de Julho, o MEO Marés Vivas abriu mais uma vez as suas portas (este ano às 16:00h em ponto) dando assim início a mais uma edição do Festival nortenho. O recinto este ano é maior, não consideravelmente, mas maior. E o vento que se fez sentir de tarde levantou uma incrível poeira, que pareceu por momentos que não iria dar tréguas, mas ao fim do dia quando o sol se pôs também a poeira finalmente assentou.

Manel Cruz foi o artista a inaugurar as atuações no palco MEO. Ao aperceber-se de que a atuação de Fernando Daniel ainda não tinha terminado no Palco Santa Casa, revelou-se logo bastante carismático dizendo “A gente espera” soltando o riso por parte do público. Com um novo álbum a caminho com data de lançamento para o próximo mês de Setembro, Manel Cruz tocou essencialmente novos temas como Cães e Ossos, O Navio Dela, Libelinha, Missa, Ainda Não Acabei entre outros, que antecipam mais um extraordinário disco por parte deste artista. Deu também um pulinho a Foge Foge Bandido com a Canção da Canção Triste e presenteou no fim o público com a Capitão Romance dos Ornatos Violeta. Público esse que permaneceu muito adormecido até à última música interpretada por Manel Cruz.

Os Goo Goo Dolls entraram às 22h quase em ponto no palco MEO repletos de uma energia como sinceramente não esperávamos. Damos por isso nota positiva para a banda norte-americana que desde logo agradeceu o facto de finalmente estar a atuar pela primeira vez em Portugal. O vocalista Johnny Rzeznik percorreu constantemente o palco durante toda a sua atuação. A energia daquele homem parecia não cessar e interagiu bastantes vezes com o público português. Os Goo Goo Dolls terminaram com a tão esperada Iris tema do aclamado filme A Cidade dos Anjos tema esse, que toda a gente reconheceu e cantou em uníssono. Naquele momento, a quantidade de telemóveis que se levantaram no ar para gravar a canção foi simplesmente esmagadora!

Os cabeça de cartaz Jamiroquai liderados pelo vocalista de pai português, Jay Kay tinham uns fãs fervorosos na frontline. Com um show repleto de efeitos luminosos, iniciaram o mesmo com músicas do seu mais recente álbum Automaton lançado a 31 de Março de 2017 mas não perderam tempo a tocar temas mais antigos como Use The Force, Runaway, Love Foolosophy, Virtual Insanity, Alright, Cosmic Girl entre outros que não foram deixados para trás pela banda. Ninguém diria que há pouco mais de um ano Jay Kay foi operado a uma hérnia discal, o britânico parecia não conseguir ficar no mesmo sítio mais de 20 segundos. Apresentou constantemente uma mistura de movimentos de dança com ginástica, mas não interagiu muito com os portugueses. A plateia só pareceu mais aderente em alguns dos temas mais conhecidos e a banda não nos presenteou com encore.

Richie Campbell foi outra história. Quando vimos que a organização tinha posto Campbell a encerrar os concertos no palco principal ficámos intrigados com a decisão. Mas depois de assistirmos ao concerto do mesmo, eis que a lâmpada se acendeu no cimo da cabeça e chegamos à conclusão: este foi um concerto digno de cabeça de cartaz. É verdade que a assistência é constituída por um público muito jovem, muito jovem mesmo! Contudo a energia do português com raízes bem assentes no reggae e dancehall era contagiante para qualquer idade.

 

Não houve sequer uma música na qual a plateia não tivesse cantado em conjunto com o artista. E a surpresa maior foi a entrada do rapper setubalense Slow J que cantou em conjunto o single Water. Surpresa das surpresas, ontem Richie Campbel fez uma perninha no concerto do Slow J no SBSR e depois Slow J fez uma perninha no concerto do Richie Campbel no MEO Marés Vivas. Indubitavelmente, este foi o concerto da noite e tivemos direito a encore terminando com as canções Best Friend e Do You No Wrong.

Hoje, dia 21 de Julho espera-se artistas como The Black Mamba, Kodaline e David Guetta. A programação completa do festival está em musicfest.pt/festival-edicao/meo-mares-vivas-2018/ e podes usar o teu telemóvel para marcar com uma ⭐ os concertos que não queres perder!

Ana Duarte  

Consultora Musical na Fonograna e fundadora da webzine CONTRABANDA. Estudou Music Business na Arda Academy e Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tinha uns pais melómanos que a introduziram a concertos/festivais, ainda tinha ela dentes de leite. 3 décadas depois, aproveita para escrever umas coisas no ponto de vista de espetador melómano (quando a vida de consultora musical lhe permite).


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Mais sobre: Goo Goo Dolls, Jamiroquai, Manel Cruz, Richie Campbell


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2 Comentários

  1. Iolanda Silva diz:

    Virtual Insanity não foi tocado. Jay Kay não estava com a mínima pachorra para aquele festival, quanto mais para um encore.
    Um desperdício de dinheiro, é o que eu digo…

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