Senhoras e Senhores, Lenny “Sexy” Kravitz!

Senhoras e Senhores, Lenny "Sexy" Kravitz!

Há fenómenos inexplicáveis e Lenny Kravitz, que atuou na Altice Arena a 1 de julho, pode ser considerado um deles. Com 54 anos, o cantor nova-iorquino com um dos jogos de anca mais sexy do rock’n’roll, deixa muitos artistas de 20 anos de boca aberta. E nós sabemos bem porquê!

Lisboa já pedia – e merecia – um regresso de Lenny Kravitz aos palcos, apesar da afluência ao concerto não ter sido das melhores. Com uma casa não muito cheia, a Altice Arena recebeu o artista nova-iorquino, nesta que foi a sua 8.ª passagem por terras lusas. A razão? A apresentação do mais recente álbum, Raise Vibration, que tem data de lançamento marcada apenas para Setembro. Mas se quem marcou presença nesta arena à beira rio plantada estava à espera de ouvir alguns exclusivos do novo trabalho de Kravitz, saiu desapontado. De hits e clássicos se fez este concerto, onde só houve espaço para dois dos temas novos que farão parte do alinhamento do álbum novo: Low e It’s Enough.

Lenny Kravitz é, indiscutivelmente, um dos seres humanos mais charmosos do universo musical. Que o digam todas as senhoras (e senhores) presentes no concerto que derretiam a cada movimento de anca ou abanar de “rastas” do cinquentão. Numa produção contida, sem exageros e com um palco grande mas sem enormes ostentações, Kravitz enche tudo e todos de cantigas bem conhecidas. Sem grandes pudores, não há calma na hora de arrancar com a setlist e quando se ouvem os primeiros acordes de Fly Away sentimos que a noite promete – e muito. Dig In e Bring It On chegam de uma assentada só para não deixar a vibe e o groove abrandar. American Woman traz consigo nuances jamaicanas, com algum reggae à mistura.

O público, composto essencialmente por gente mais adulta e madura, não deixa o feeling morrer e canta com fortes pulmões as músicas que certamente serviram de banda sonora para tantos momentos das suas vidas. Já Lenny, continua impecável, sem uma ruga à mostra, com os seus galantes óculos escuros e o seu tom de voz que mais parecia ter sido retirado de uma qualquer gravação. Não há nota que lhe falhe, não há nenhum tiro no escuro. Em certas alturas até nos atrevemos a pensar que está a fazer playback, tal é a exactidão e a semelhança com o que ouvimos nos álbuns.

Mas nem só de sex-appeal se faz Lenny Kravitz. A sua simpatia e simplicidade falam quase tão alto quanto o seu charme e isso nota-se quando faz questão de cumprimentar todos os presentes, à sua frente, nas laterais, nos balcões e nas bancadas. Não houve quem não se tivesse sentido cumprimentado – e amado. Ouvem-se músicas novas e voltamos aos clássicos com It Aint Over ’Til It’s Over, Always on the Run, Believe e I Belong To You, cantada aos altos berros por todos os presentes. Raros foram os que não levantaram os telemóveis para gravar um vídeo ou fazer um Instastory (nós incluídos, confessamos!).

Where Are We Runnin’?, The Chamber e Again deram o alinhamento por terminado, pelo menos oficialmente. Claro está que concerto sem encore não é concerto e poucos minutos depois das palmas e dos gritos a “exigir” o regresso de Kravitz, voltamos a ter o ensemble de músicos em palco para os últimos dois temas. Let Love Rule chegou e durou. Muito. Foram largos e largos minutos os que se ouviram deste tema, com o músico a descer do palco e a passear, literalmente, pelo meio do público do antigo Pavilhão Atlântico. A cada passo dado, a multidão abria alas para Kravitz que, tal qual Moisés a separar as águas do Mar Vermelho, ia abrindo caminho para a mais esperada da noite: Are You Gonna Go My Way. E, senhoras e senhores, se ainda não tínhamos saltado e dançado o suficiente nesta noite, a verdade é que todos perdemos as estribeiras e abanamos o capacete, como assim deve ser num concerto de rock.

A verdade é que, apesar da adesão ao espetáculo não ter sido a maior, Lenny Kravitz está para o público como o vinho do Porto está para a idade: quanto mais velho, melhor!

 

Texto e fotos: Marta Ribeiro
Edição: Daniela Azavedo

Marta Ribeiro  

A miúda do cabelo curto. Fotógrafa, sonhadora, amante de música e com a mania que tem piadinha. Despachada. Às vezes escreve coisas um tanto ou quanto bonitas, mas na verdade a única coisa que faz bem é dar ração à cadela. Normalmente encontra-se por detrás de uma câmara e em vestes negras.


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