11 Ago 2017 a 14 Ago 2017

Sempre a Rock & Rollar – o segundo dia de Bons Sons 2017

Sempre a Rock & Rollar - o segundo dia de Bons Sons 2017

Ao segundo dia, Cem Soldos rendeu-se aos veteranos e deixou-se levar pelos mais novos.

Não há aldeia sem crianças a correr de um lado para o outro, a jogar às escondidas ou noutras brincadeiras. Cem Soldos não foge à regra e, mesmo em tempo de azáfama festivaleira, dá espaço aos mais novos. Entre oficinas onde podem experimentar instrumentos tradicionais e “darem os primeiros passos na procura de bons sons”, visitas guiadas à aldeia feitas pelos pequenos cem soldenses, jogos tradicionais espalhados pelo largo principal e passeios de burro, há muito entretém para os mais petizes nestes quatro dias de Bons Sons.

Mas para a maior parte do público, a animação começa depois de almoço. No palco Música Portuguesa a Gostar Dela Própria (que é também o altar da igreja) João Raposo e Lúcia Vives apresentaram doces canções à guitarra, antes de Filipe Valentim e o seu saxofone entrarem em cena. No coreto Giacometti, Filipe Sambado trouxe Vida Salgada e a sua pop descontraída mereceu a primeira enchente da tarde. Enquanto os Les Saint Armand faziam a festa no palco Tarde ao Sol muitos procuravam as poucas sombras do recinto. Na aldeia o calor tórrido é combatido por borrifadores e pistolas de água, mas nem sempre as armas chegam para os quase 40° que se fazem sentir.

Uma temperatura que muitas vezes é elevada pelos eventos que ocorrem em palco. Foi o que aconteceu no coreto, quando Sandra Baptista e Mitó Mendes, ou seja, as Señoritas, apresentaram as canções de “Acho Que É Meu Dever Não Gostar”. Com Sandra no baixo e acordeão e Mitó na voz, guitarra e xilofone. O ambiente criado é pujante e não deixa ninguém indiferente. Houve também tempo para música ainda não editada e uma belíssima versão de Amanhã, dos Sitiados.

Já no largo principal, subiram depois Carlos Medeiros e Pedro Lucas ao palco Lopes-Graça. A dupla Medeiros/Lucas junta a tradição à electrónica e embalou a hora de refeição dos festivaleiros.

BONS SONS 2017 – Señoritas no Palco Giacometti.
Foto: Carlos Manuel Martins

BONS SONS 2017 – Medeiros/Lucas no Palco Lopes-Graça.
Foto: Carlos Manuel Martins

Há mais algum festival onde a primeira fila de Mão Morta esteja repleta de crianças? Não sabemos, mas foi esse o cenário que recebeu os veteraníssimos bracarenses no Bons Sons. A celebrar o 25° aniversário do disco “Mutantes S.21”, Adolfo Luxúria Canibal e companhia ofereceram o melhor concerto do festival até agora, tocando o álbum na íntegra e fazendo alguns desvios muito bem recebidos. Tão bem recebidos que foram obrigados a regressar por mais um tema, ainda que admitissem que tal não estava previsto. Oub’lá fechou em grande.

Também veterana mas com menos projecção, Né Ladeiras surpreendeu o público de Cem Soldos. Perante um largo do Rossio cheio, a cantora trouxe temas de toda a carreira, incluindo canções da saudosa Banda do Casaco. A música de raiz tradicional tem lugar cativo na aldeia e mais uma vez provou merecer toda a atenção.

BONS SONS 2017 – Mão Morta no Palco Eira.
Foto: Carlos Manuel Martins

BONS SONS 2017 – Né Ladeiras no Palco Lopes-Graça.
Foto: Carlos Manuel Martins

Para fechar, os energéticos Throes + The Shine obrigaram a plateia que enchia o espaço do palco Eira a dançar, pôr os braços no ar e a tirar o pé do chão. A mistura do rock com o kuduro voltou a provar a sua eficiência num concerto a quebrar o recorde de mais poeira levantada.

A animar Cem Soldos pela noite dentro ficaram Zé Nuno, Sam U e Beatdizorder no palco Aguardela.

Dia 13, Samuel Úria, Orelha Negra e José Cid com o seu “10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte” serão as principais atracções.

Teresa Colaço  

Tem pouco mais de metro e meio e especial queda para a nova música portuguesa. Não gostava de cogumelos mas agora até os tolera. Continua sem gostar de feijão verde.


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Mais sobre: Filipe Sambado, Filipe Valentim, João Raposo, Les Saint Armand, Lucía Vives, Mão Morta, Medeiros/Lucas, Né Ladeiras, Señoritas, Throes + The Shine


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1 Response

  1. José diz:

    Precisava do áudio do concerto de mão morta na antena 3, alguma alma caridosa que tenha gravado o concerto?

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