23 Jun 2018 a 30 Jun 2018

O Rock In Rio está de volta à Bela Vista, e nós também

O Rock In Rio está de volta à Bela Vista, e nós também

Se passaram por uma fila de 800m para conseguir um sofá insuflável, se viram um grupo de pessoas a correr para tirar foto com algum youtuber, e ainda esbarraram com uma Sailor Moon pelo caminho, sim, chegou mesmo o Rock In Rio Lisboa 2018. Mas tudo controlado, ainda há música no Parque da Bela Vista.

Passava pouco das 12h do dia 23 de Junho quando as portas se abriram para aquele que foi o primeiro dia da 8ª edição do festival mais carioca de Lisboa. Esteve calor, bastante, mas foram poucos os que se renderam à sombra naquele que é provavelmente o festival com mais opções de entretenimento para todas as idades.

Diogo Piçarra foi o senhor responsável por abrir o Palco Mundo perante uma plateia bem recheada. Sem qualquer surpresa os principais singles de Piçarra estão na boca dos portugueses e não faltou dedicação em temas como Já Não Falamos, Tu e Eu e claro, Dialeto. Para Trevo, aquela balada que entra na cabeça (e não sai), Piçarra juntou-se à dupla brasileira Anavitória que uma hora antes tinha inaugurado o palco Music Valley (e sim, também cantaram Trevo). Entre os convidados Diogo Piçarra chamou também o fadista Marco Rodrigues para juntos cantarem o tema O Tempo, do qual é autor.

Subindo o Parque da Bela Vista era difícil ficar indiferente aos ritmos africanos que se faziam sentir na EDP Rock Street. Pelas 19h o nosso querido Bonga animava o público com uma jovialidade arrebatadora para um homem com 75 anos muito bem vividos. Quem lá passou, gingou, eu inclusive. Mais um bocadinho de trabalho de gémeos e no extremo superior da Bela Vista Carolina Deslandes atuava no Music Valley. Lá é provável que tenha mesmo rolado uma lágrima no canto do olho.

Rumo ao lado oposto do Parque era tempo de voltar ao Palco Mundo para o regresso das norte-americanas Haim ao nosso país para apresentar o álbum Something To Tell You, de 2017. As irmãs Este, Danielle e Alana, e todo o seu girlpower, mostram como o simples pode ser tão bom, contudo o horário da atuação não foi propriamente amigo do trio. Foram poucos os que fincaram pé até ao final do concerto no meio das múltiplas conversas dos reencontros, dos comes e bebes, e ainda em plena luz do dia. Para os que não desistiram, temas como Falling, The Wire ou Want You Back foram um belo mimo de fim de tarde.

Bastille foram os senhores que assumiram o Palco Mundo de seguida com uma plateia que foi ficando completa com o avançar da noite. Naquele intervalo de tempo em que praticamente todos já só queriam Muse, os ingleses foram exímios em deixar o público entretido durante o compasso de espera. Já não são de todos desconhecidos dos portugueses e foi bonita a festa que se fez com temas como Bad Blood, Things We Lost in the Fire ou a explosão dançante de Off the Night, a “versão muito estranha” dos hits The Rhythm of the Night e Rhythm is a Dancer, nas palavras do vocalista Dan Smith. Entre conversas com o público, novas músicas e umas tentativas no português, Smith fez questão de dedicar o tema The Currents com um “f*ck you” a“pessoas como o Donald Trump” fechando a setlist com Pompeii.

Pós-Bastille chegou a hora mais aguardada para maioria do público presente. Muitos foram os que rumaram dos quatro cantos do país até Lisboa só para ver Muse, o que era visível pela enchente para o concerto dos britânicos, e pela quantidade de t-shirts da banda a circular pelo o recinto. Já o dissemos e voltamos a dizer, os Muse são um caso irrevogável de sucesso entre os portugueses e por muito que voltem não faltarão certamente multidões.

Sem surpresas o cenário em palco continua vistoso, mantêm-se os LEDs bem como o poderio instrumental da banda. Para rejubilo dos presentes não faltaram clássicos como Plug In Baby, Supermassive Black Hole ou Stockholm Syndrome. Entre as mais recentes ouviram-se Thought Contagion e Dig Down, lançadas em 2018, mas também temas como Mercy e Psycho, do último álbum lançado pela banda, em 2015.

Para o final os Muse deixaram-nos Take a Bow, Uprising e a clássica Knights of Cydonia, para satisfação geral dos fãs.

O Rock In Rio Lisboa continuou hoje, naquele que é o único dia esgotado da 8ª edição do festival.

 

N.R.: Por opção da banda não nos foi possível fotografar o concerto de Muse

Mónica Borges  

Acho todos os cães bonitos, gosto de festivais e ainda mais de imperiais.


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Mais sobre: Bastille, Bonga, Carolina Deslandes, Diogo Piçarra, Haim, Muse


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