O caso de deslumbramento com Nakhane – reportagem no concerto do Super Bock em Stock
A Casa do Alentejo tem-nos proporcionado dos melhores momentos das últimas edições do (antigo) Vodafone Mexefest, e a façanha voltou a repetir-se na noite de 23 de Novembro. “Wow” foi o que mais se ouviu durante a atuação de Nakhane.
Wow, Johnny Marr vai ter de esperar
O sul-africano Nakhane é relativamente novo na cena musical, mas a reação do público do Super Bock em Stock mostra que o burburinho em torno do músico é mais que justificado.
Imaginem uma mescla linda e harmoniosa entre James Brown, Benjamin Clementine, Grace Jones e Skin. Imaginem uma pessoa em palco a viver o seu melhor momento, livre do preconceito vivido no país natal, livre do julgamento religioso, essencialmente livre para ser ele mesmo. Este é o momento de Nakhane brilhar.
Pela primeira vez em Lisboa, o músico trouxe-nos o álbum You Will Not Die, lançado em Março de 2018, e singles como Interloper ou Clairvoyant mostraram já ser bem conhecidos do público. Para quem não conhecia o cantor a cover de Killer, de Seal, foi a cereja no topo do bolo e poucos aguentaram não tirar alguma peça de roupa numa Casa do Alentejo a ferver.
Desde lembrar a sua avó, a quem dedicou o álbum, a lembrar a saída da igreja ou fazendo uma ode ao sexo anal, inspirou-nos a assumir a nossa individualidade. Nakhane introduziu-nos à sua realidade, à sua história, ao seu registo vocal irrepreensível e à sua sexualidade e erotismo. Disse-nos que voltava e estaremos por cá para o seu regresso.
Foto: Andreia Carvalho / World Academy / Super Bock em Stock