Novo videoclip de Vhils para “A Minha Cena” de Carlão
Vhils, o consagrado e galardoado artista de rua, realizou o novo videoclip para o tema “A Minha Cena” de Carlão.
A segunda colaboração entre os dois artistas após Alexandre Farto ter desenhado a capa do álbum “Quarenta”, vê Vhils a captar fragmentos da vida do músico nos mesmos locais a que se referem, tecendo-os de forma hábil de modo a criar uma história cinemática sólida e coesa. O vídeo foi filmado em vários locais à volta de Lisboa e da Margem Sul, onde ambos os artistas têm as suas raízes.
De acordo com Carlão:
Depois da capa do disco “Quarenta”, o Alexandre assina agora aquele que é sem dúvida um dos videoclipes mais emblemáticos da minha carreira. E eu fico a babar-me, porque duas vezes no mesmo ano (!!!) trabalhei com um dos artistas cujo trabalho mais admiro. Lembro-me de ter saído da sua exposição “Dissection” com duas ideias na cabeça: “Do que conheço neste mundo, o artista plástico de quem mais gosto é este”. E logo a seguir: “Os portugueses orgulham-se dos seus jogadores de futebol, enquanto embaixadores da pátria, o que é facilmente compreensível, mas para mim o Vhils é o meu orgulho. As suas ruas, a sua postura, a sua linguagem, a sua alma margem-sulista, a sua visão, são todas minhas também”. E a cena dele é a minha cena, neste video com as minhas palavras e as suas imagens.
De acordo com Vhils:
Fiz este projecto com o Carlão porque para mim é uma figura de referência, tendo o álbum “3º Capítulo” que editou com a sua anterior banda, os Da Weasel, exercido uma grande influência sobre a minha vida. Mas mais do que isso, o Carlão (em conjunto com os Da Weasel) foi a primeira pessoa ligada ao Hip Hop a trilhar o caminho solitário de quebrar barreiras e chegar a um público mais vasto. De desfazer toda uma série de clichês que existiam em relação à música e à cultura que me eram próximas. De ser mal amado pelo próprio movimento e nem sempre aceite pelo status quo. De ter tido a capacidade de enfrentar o mundo e as suas batalhas sozinho, algo que não está ao alcance de todos. De sobreviver e chegar aos 40 com a mesma força de sempre. Foi um projecto próximo e especial para alguém que admiro muito por tudo aquilo que conseguiu, por tudo aquilo que me deu a mim e à cultura. Por ter conseguido levantar-se após os tropeções que a vida, por vezes, nos prega. Por todos os estigmas e preconceitos que rebentou. De Almada a Lisboa, de Faro ao Porto, de Ponta Delgada à cidade da Praia.