Iron Maiden: a maior banda do mundo – reportagem no concerto do Estádio Nacional

Iron Maiden: a maior banda do mundo - reportagem no concerto do Estádio Nacional

Ao fim de muitas décadas a tocar em Portugal o quinteto britânico estreou-se num concerto de estádio a rebentar pelas costuras e com um público dos 8 aos 80. O sexteto apresentou-se em grande forma num concerto que não deixou, como sempre, ninguém indiferente. Afinal, eles são a maior banda do mundo.

O Estádio Nacional está ao rubro e já com o devido aquecimento feito quando os Iron Maiden sobem ao palco. Além do imenso mar de gente, salta à vista a imensidão de um palco montado e pensado a rigor para receber Dickinson e companhia. Doctor Doctor, dos UFO, toca enquanto se ultimam os pormenores. No palco uma aldeia japonesa, o tema dá o mote para o que seria uma entrada triunfal com Senjutsu, Stratego e The Writing on the Wall, todas retiradas do último registo da banda Senjutsu. Foi o suficiente para agarrar o público que ficou, logo ali, apanhado na máquina Iron Maiden e, claro que não poderia faltar, o sétimo elemento da banda, a mascote Eddie, aqui trajado a rigor e imponente, mas isto ainda era só o começo.

Bruce Dickinson continua a ser o leme de uma embarcação em que Steve Harris é o capitão, e Nicko MacBrain, nos seus 70 anos, o guiador de uma marcha que segue com Gers, Murray e Smith a encherem as músicas com as guitarras em constante diabrura. Ninguém diz a esta malta como se deve fazer as coisas.

Cai a tela sobre Senjutsu e vamos “brincar aos clássicos” sobre uma enorme catedral. Revelations (Piece of Mind, 1983), Blood Brothers (Brave New World, 2000) e Sign of the Cross (The X-Factor, 1995), apenas cumprem o seu papel teatral e permitem ao vocalista brilhar por todo o palco, mostrando o porquê da sua longevidade. Mas, como se diz, tantas vezes, o melhor está sempre por chegar e, depois de uma Flight of Icarus, surge o clássico Fear of the Dark, entoado a todo o pulmão pelos milhares presentes no Estádio Nacional. Enérgico, dinâmico, seguro e com continuidade em Hallowed Be Thy Name, The Number of The Beast e a “velhinha” Iron Maiden. E assim terminou o Acto I.

Antes dos britânicos, os australianos Airbourne aqueceram um Estádio ainda sob um sol escaldante, distribuíram cerveja pelo público e ainda mostraram que são os próximos AC/DC. Diversão, garra e, claro, rock’n’roll. Proporcionaram um bom aquecimento e, talvez merecessem ocupar um outro lugar no cartaz. Já os neerlandeses Within Temptation foram iguais a si mesmos, certinhos e a cumprir o seu lugar, que poderia ser outro. Arrefeceram um público que não era o seu e cumpriram o seu papel, poderia haver quem esperasse mais, mas ali não era o local, não era o tempo.

Nuno C. Lopes  

Melómano convicto, dedicado ás sonoridades mais pesadas. Fotógrafo, redactor, criativo. Acredita que a palavra é uma arma. Apesar de tudo, até é boa pessoa.


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