Mais um nome anunciado para o Festival do Além: George Michael
Foi um tweet da BBC Breaking News que deu a notícia: George Michael, de 53 anos, tinha falecido. A notícia invadiu a timeline, com algumas figuras públicas, como Ricky Gervais, Elton John, Ringo Starr e Ellen DeGeneres, a manifestar o seu pesar e incredulidade.
Singer George Michael dies at 53, publicist says https://t.co/kBI7ScE575
— BBC Breaking News (@BBCBreaking) December 25, 2016
É natal: aquela altura do ano em que Last Christmas invade as superfícies comerciais e a nossa vida. Mas George Michael é mais do que isso. Recordo-me da minha infância e dos videoclips que via na televisão. Não vos sei dizer qual era o canal ou o programa, confesso. Mas sei muitas músicas de cor dos Wham e do próprio George Michael à conta disso. Não me lembro sequer do nome do outro membro da banda – e aposto que vocês também têm que pesquisar via Google para descobrir.
Georgios Kyriacos Panayiotou era um rapaz bonito: olhos claros, sorriso largo, dentes bonitos e mexia-se como ninguém. E quem já me encontrou em concertos, ainda que em reportagem, sabe bem que não resisto a um pezinho de dança. E as músicas de George Michael são dançantes: mais animadas ou a puxar para o slow no convívio da escola secundária. Quem nunca namorou ao som de Careless Whisper?
São muitas as músicas que vão ficar para a história da música, pela estética que as acompanhava, por nos revelarem um artista inovador e à frente do seu tempo, pelas recordações que cada um de nós imprimiu em cada uma delas. Há um dueto com Aretha Franklin que é simplesmente brilhante, I knew you were waiting for me. Já para não falar de Don’t let the sun go down on me, com Elton John. Tantos e tão bons momentos.
2016 revelou-se um ano negro: perdemos David Bowie em Janeiro e, mais recentemente, Leonard Cohen. Por ocasião da morte de Prince, em jeito de homenagem, resolvemos criar um festival imaginário, com alguns dos músicos que admiramos e que já não estão entre nós. O Festival do Além é um festival de sonho, ao qual gostaria de assistir o mais tarde possível, se é que me entendem.
Seja pelas recordações de infância, pela marca indelével que deixa na história da música, pela forma como se reinventou ao longo da carreira: a morte de George Michael deixa-nos com saudades. Era nesta altura que terminaríamos o artigo com um RIP: Rest in Peace. Todavia, consta que não será o mais adequado:
George Michael just walked in playing a sax made of gold & the angels are all singing "faith." I'd say RIP, but he's having too much fun now
— Jesus Christ (@Jesus_M_Christ) December 26, 2016
Há umas semanas fui apanhada a dançar em plena reportagem, em dois concertos muito distintos. Na altura, um colega jornalista comentou que eu estava muito animada e que não parava de dançar. Na altura respondi à observação com humor: “se quisesse escrever sobre coisas aborrecidas, estaria algures a escrever obituários”. E eis que aqui estou agora, a escrever estas linhas. Pelo meio, adivinhem, dancei. Ao som desta música. E desta. E ainda desta. Obrigada, George Michael!