Estreia de Mishlawi no Hard Club, influenciando a geração Z de Norte a Sul

Estreia de Mishlawi no Hard Club, influenciando a geração Z de Norte a Sul

O luso-americano de 22 anos está tão na mó de cima, que esgotou duas datas no Hard Club, no Porto, a 22 e 23 de Fevereiro. Na sexta estivemos por lá e presenciámos o seu primeiro concerto a solo e indoor.

A primeira parte ficou a cargo do artista convidado, HEX. O rapper britânico cativou-nos rapidamente pela sua energia e deparou-se com uma plateia muito conhecedora das suas letras. Mas a casa estava cheia para ver e ouvir Mishlawi! A espectativa estava alta e o público (maioritariamente muito jovem) esteve sempre ao rubro. Se com HEX a plateia o acompanhou na letra, com Mishlawi não cantaram com ele, cantaram para ele. E Tarik não se podia ter demonstrado mais agradecido.

Graças a vocês temos duas datas esgotadas, muito obrigado mesmo

O artista de R&B e hip-hop, escolheu o Porto para apresentar o seu primeiro álbum Solitaire e de fora não deixou singles de 2016 e 2017 com os quais ganhou notoriedade.

Começou com o single fmr (há algo no refrão desta canção que não combina com raparigas de 13 anos a cantar isto de alma e coração, mas vamos ignorar tal facto). Passou para New Thang e em Audemars conseguiu pôr as paredes e o chão do Hard Club a tremer. O clube portuense não é novato neste tipo de experiência, mas não deixa ser algo notável.

Façam barulho para o meu puto de Lisboa

, gritava o “padrinho” da Bridgetown Records.

A quantidade de telemóveis a fazer “insta-directs”, subiu exponencialmente quando Richie Campbell entrou em palco para acompanhar na Boohoo, colaboração que fez com Mishlawi em 2017. E permaneceu para o tema Rain, ao qual se juntou Plutónio em palco, obviamente.

Um ponto menos positivo da “performance”, talvez tenham sido os arranjos da “live band”. Apesar da mestria dos músicos em palco, a maioria dos temas como Bad Intentions, All Night, Always On My Mind, Limbo e outros, ficou com um arranjo bastante diferente do original. E a quantidade exagerada de auto-tune não era necessária, Tarik tem uma voz melodiosa por si mesmo, não necessita de tanta distorção lírica. Talvez fosse pertinente avaliar que o Hard Club não é um espaço festivaleiro ao ar livre e tem uma acústica perfeita para que o som passe em pleno. Contudo, nada disso impediu os fãs de apreciarem o concerto do ínicio ao fim.

Para encore, ficou Ignore (que já tantas dores de cabeça deu a um certo rapper americano, por ter sido acusado de plagiar Mishlawi) e tal como tantos outros temas, foi igualmente celebrada com grande entusiasmo.

Em Lisboa, será ainda possível assistir ao concerto dia 9 de Março no Coliseu dos Recreios (bilhetes aqui).

Ana Duarte  

Consultora Musical na Fonograna e fundadora da webzine CONTRABANDA. Estudou Music Business na Arda Academy e Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tinha uns pais melómanos que a introduziram a concertos/festivais, ainda tinha ela dentes de leite. 3 décadas depois, aproveita para escrever umas coisas no ponto de vista de espetador melómano (quando a vida de consultora musical lhe permite).


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