Entrevista aos HMB a propósito da curadoria de DJ Kamala no NOS Alive
Os HMB, considerados um dos maiores fenómenos da Soul, Hip-Hop e R&B cantado em português, são uma das confirmações para o palco Clubbing, do NOS Alive, a 8 de julho – o dia em que, naquele palco, só se vai ouvir música portuguesa.
Héber Marques (voz), Joel Silva (bateria), Daniel Lima (teclados), Fred Martinho (guitarra) e Joel Xavier (baixo) já tinham atuado na edição do ano passado do festival, no palco principal, e este ano aceitaram o desafio do curador DJ Kamala, para um concerto especial no qual vão rever parte da história do hip-hop português.
Em 2014 lançaram o álbum “Sente” e em 2016 continuam a pôr todos a mexer com o dançável ‘Naptel Xulima’. E nós apanhámo-los em ambiente descontraído depois do anúncio da presença no NOS Alive deste ano.
Daniela Azevedo – Agora que sabemos que vocês vão ter uma participação especial no Clubbing, a 8 de julho, pergunto-vos o que é que podemos esperar da vossa atuação?
Fred Martinho – O convite do nosso grande amigo DJ Kamala foi no sentido de os HMB serem uma banda residente, mais ao menos à imagem do que os Roots são lá fora, que acabam por ser os anfitriões de todos os outros MCs e vocalistas que aparecem. Os HMB vão estar em palco a “dar cama” àquela gente toda; somos a pasta que vai tornar aquilo tudo homogéneo [risos].
DA – Em que medida é que o vosso carimbo pessoal vai estar presente nessa “pasta”?
Daniel Lima – Está sempre presente porque temos a nossa personalidade como músicos mas acho que toda a gente que vai estar naquele palco tem a ver com o estilo musical em que nós nos inserimos também. Por isso, a nossa parte não se vai destacar assim tanto, vamos estar todos a “jogar em casa” e acho que vai funcionar bem, precisamente por causa disso.
DA – O vosso mais recente álbum, “Sente”, de 2014, valeu-vos uma digressão no ano passado e várias colaborações. O que nos reservam para 2016?
Héber Marques – Este ano vão continuar a ouvir falar muito de HMB. Felizmente a nossa agenda está a compor-se, o telefone do nosso manager não para de tocar e estão a acontecer-nos todos os clichés de um ano bom.
DA – A música ‘Naptel Xulima’ parece que não para de crescer, continua a ser uma aposta nos vossos concertos?
DL – No ano passado quando a começámos a tocar ao vivo era talvez a menos conhecida e no final da digressão já era a música em que as pessoas participavam mais. Afinal, ninguém quer ficar «a chupar limão»! [risos].
DA – Para vocês qual a importância da organização do NOS Alive ter decidido dedicar um dia do Clubbing só a músicos portugueses?
FM – É fulcral. Acho que espelha a quantidade de música boa que se está a fazer em Portugal porque se não existisse, isto não faria sentido. Já no ano passado ouvi muita música boa no NOS Alive. E não é só neste, também os outros festivais estão repletos de música portuguesa. É maravilhoso estar vivo e ser uma banda ativa nesta época.