14 Jul 2017 a 16 Jul 2017

O Domínio dos Escorpiões – O segundo dia de MEO Marés Vivas

O Domínio dos Escorpiões - O segundo dia de MEO Marés Vivas

O MEO Marés Vivas despede-se este ano da Praia do Cabedelo: o cartaz não podia ser o melhor para este adeus. No dia 14 de Julho o festival recebeu os Scorpions e os bilhetes esgotaram  à velocidade da luz. Houve casa cheia, a temperatura sentiu-se um pouco mais baixa, fez-se sentir o leve vento, numa tarde que aqueceu com a alegria e o entusiasmo de todos os presentes.

Mais um dia, mais uma voltinha. A segurança do recinto onde tem lugar o MEO Marés Vivas continuou apertada –  e até se pode dizer que foi reforçada. Este foi o grande dia em que o Norte recebeu os Scorpions, com fãs vindos de todas as partes e de todas as idades. Alguns, pareciam até ter hibernado desde a última vinda da banda a Portugal, no verão de 2016, só para despertarem para este momento. Por todo o lado avistavam-se as camisolas negras com o logotipo destas lendas do rock, já para não falar do lenço na cabeça que ajuda sempre a compor o figurino.

Coube a João Pequeno a honra de dar início à música. No Palco Santa Casa, esta data foi dedicada ao hip hop nacional. Não podiam faltar os temas Não é Novidade e Verdade ou Consequência, que são o seu cartão de visita. E sem paragens e dentro deste estilo musical, seguiu-se Kappa Jotta. Na primeira fila, um vasto conjunto de fãs femininas não consegue conter o entusiasmo, podendo ler-se um cartaz com a mensagem: “Kappa, tira uma foto comigo e deixa Gaia em chamas”. E assim foi.

Para finalizar este palco, e não menos importante, actuou Mundo Segundo, o artista que normalmente se faz acompanhar de Sam The Kid. Tudo o que Tenho e Tu Não Sabes não puderam faltar no repertório; o mesmo acontece com o recente tema Também Faz Parte. Vê aqui as fotos.

Fecha-se um palco e abre-se outro. No palco MEO, ao cair da tarde, surgem os Amor Electro. A tão enérgica banda de Marisa Liz era esperada por muitos, pelo grande carinho que têm pela artista e por tantos sucessos que sabem na ponta da língua. Um espetáculo que visualmente desperta a atenção de todos e um conjunto de instrumentais que não deixa ninguém indiferente. Não são só mais uma banda. São a marca do electro-pop em Portugal. São o grupo que consegue juntar as raízes tradicionais àquilo que se faz agora em termos de batidas. A energia e vitalidade da voz que enche a plateia deixa qualquer um de coração cheio. E power não lhes falta. Escrevem em português e é uma tradição a manter. Assim, fazem-se ouvir Mar Salgado, A Máquina e Só É Fogo se Queimar. Fica a mensagem de que todos somos pessoas, com um corpo e uma mente humana e que apenas Juntos Somos Mais Fortes.

Lukas Graham também teve direito ao seu momento. Ainda que seja um artista recente, o músico dinamarquês começa a juntar o seu nicho de seguidores. E conseguiu arranjar mais uns fãs por cá, depois do espetaculo que deu. Ao som de Seven Years e de Mama Said o recinto viu-se lotado. As fotos aqui.

A meio da noite, por volta das 22h15,  foi a tão aguardada vez dos cabeça de cartaz, Scorpions. Oito anos depois, a Praia do Cabedelo volta a receber esta banda alemã. E a perfeição repete-se. Para aqueles que conhecem o trabalho destes artistas foi impossível não gostar do concerto. Um mistura entre os temas recentes do álbum Return to Forever, e os megalómanos sons como Wind of Change, Rock You Like a Hurricanee Delicate Dance. São 50 anos de carreira que só fazem com que o seu som fique mais afinado com a idade, mas com uma energia que nunca muda.

Seguiu-se a este ponto alto o show da Rádio Comercial. Luisa Barbosa, Vasco Palmeirim, Nuno Markl e Pedro Ribeiro cantaram o tão conhecido tema do MEO Marés Vivas, que faz os ouvintes diariamente rebolar de riso. Boa disposição e humor não faltaram, de todo.

Sente-se o cansaço, mas a vibe continua, no mínimo, intensa. É hora de encerrar este tempo de qualidade que passou a correr. E quem melhor do que a banda de Leça da Palmeira, os Expensive Soul, para o fazer? Sobem a palco New Max e Demo, com as suas extravagantes roupas, para encher o Douro de bons ritmos e de cor. E que se faça a festa. Acompanhados da sua vasta banda, meteram toda a gente a dançar e, nas suas palavras, estavam ali para “representar a boa música portuguesa”. Um objectivo que foi cumprido e uma boa aula de fitness depois de tantas horas em pé. Nenhum dos sucessos obrigatórios foi posto de parte, com especial destaque para 13 Mulheres, O Amor é Mágico e Que Saudade.

Com tanta emoção já vivida, surpresas e tanta boa energia gasta pelos festivaleiros, custava ainda acreditar que havia mais uma data, com um cartaz promissor. O último dia de MEO Marés Vivas incluiu a presença de Sting. Mas disso falaremos num outro artigo.

 

Edição de Joana Rita

Sofia Felgueiras  

Diz que é jornalista, curte de apresentar televisão e ainda acredita em magia. Aquela criança histérica que vai conhecer todos os artistas. "Gotta Catch'em all!".


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