Caetano Veloso e Gilberto Gil ao vivo nos Coliseus em Abril
A digressão “Dois Amigos, Um Século de Música” que junta Caetano Veloso e Gilberto Gil chega finalmente aos Coliseus, as salas mais emblemáticas de Portugal, após 44 espectáculos esgotados em 35 cidades de 21 países, totalizando uma audiência superior a 135.000 pessoas. O Porto recebe a estreia no dia 24 de Abril, seguido de Lisboa, a 27 de Abril. Os bilhetes vão estar disponíveis a partir de sexta-feira, dia 5 de Fevereiro.
Esta digressão, que contemplou o nosso país no verão passado com um concerto esgotado no festival EDP Cool Jazz Fest, regressa agora com duas datas em salas fechadas e encontra-se documentada num CD + DVD recentemente editado. “Dois Amigos, Um Século de Música” é o testemunho de um encontro histórico entre dois amigos de sempre e a celebração dos 50 anos de carreira de ambos.
Cantores, compositores, escritores e guitarristas, vencedores de Grammy, activistas de causas políticas e sociais, Caetano Veloso e Gilberto Gil desempenharam um papel central na modernização da MPB com a criação do Tropicalismo nos anos 60 do século XX, movimento mundividente que mescla as suas deambulações pelo universo pop global com o contexto local de turbulência e repressão política então vivido no Brasil, que culminaria com a prisão e exílio de ambos os músicos.
A intimidade que se sente entre as vozes e guitarras de Caetano e Gil parece transportar-nos a essa década de 60, a Salvador, na Baía. Muitas coisas foram então experimentadas, entre os concertos históricos no Teatro Vila Velha, as actuações em festivais de música, a chegada ao Rio de Janeiro e São Paulo, a prisão, o exílio em Londres. O facto é que a forma como olham um para o outro e a forma como cantam os versos, revelam nitidamente as inúmeras alegrias, tristezas, acordos, desacordos e músicas que estes dois artistas partilharam nas suas vidas e que somos convidados a revisitar ao vivo, em comunhão, em cada noite sempre única e irrepetível.
Gil (por Caetano):
Gil é um grande inventor que nao registra patente. Sua imensa vaidade exercida com demasiada modéstia e seu desprezo inocente pela própria grandeza são as duas faces dessa lua meio negra meio escondida que é a música de sua pessoa. O meu entendimento do Gil de hoje: ser músico, para ele, sempre foi uma banalidade; é inerente a ele; não lhe dá trabalho. Ele quer discutir o que cerca a música, quer planejar uma estratégia política, com todos os seus colegas, da interferência no mercado que resulte numa desprovincianização e modernização do Brasil. Gil um dia disse que, ao contrário de refinar sua percepção harmônica, queria terminar batendo um tambor.
Caetano (por Gil):
Com Caetano tem sido sempre a reiteração do ato ritual da música, compreendido este ato em suas formas mais devocionais (como no mestre João Gilberto) ou nas mais guerreiras (como no rock n roll). Sempre pelo zen de todos e a felicidade geral do planeta. Com Caetano tem sido sempre pelo que a vida nos oferece de real: o viver. Como na viagem de avião ou na obrigação do Candomblé. Pelo gesto civilizado e pelo pensamento selvagem. Com Caetano tem sido sempre amor e amizade.
Fonte: Press Release Livecom
Foto: Marcos Hermes