20 Jul 2018 a 22 Jul 2018

O 2º dia do MEO Marés Vivas teve lotação esgotada

O 2º dia do MEO Marés Vivas teve lotação esgotada

Os artistas pediram e o público correspondeu, foi uma entrega de ambas as partes com casa cheia. Carolina em lágrimas, The Black Mamba ao estilo de Marvin Gaye, Kodaline ternurentos e Guetta nas remixes.

Com estreias de VIA e Tiago Nacarato no palco Santa Casa, também foi a vez de Kazzio (o YouTuber português com mais subscritores) subir ao palco no MEO Marés Vivas. Antes que os nossos leitores mais ávidos me crucifiquem passo a explicar o porquê da menção. Kazzio sempre acompanhado do rapper Kilate tiveram uma interação absolutamente fantástica com o público. Público esse muito jovem, mas que vibrou com dois rapazes que demonstraram um conforto e à vontade em palco dignos de gente grande. A escolha musical será certamente penosa para muitos de nós que somos mais virados para conteúdos musicais cuja a letra vale a pena ser estudada, mas não o foi para uma enchente de teenagers no Palco Moche.

Carolina Deslandes em lágrimas e The Black Mamba sem Twitter nem Tinder

A cantora portuguesa abriu a horas as atuações no palco principal e rapidamente não conteve as lágrimas ao entoar a canção Heaven escrita aquando a morte do seu avô. Rapidamente se recompôs e presenteou o público (bastante mais animado do que ontem) com singles seus bastante conhecidos e chamou ao palco inclusive o marido e produtor Diogo Clemente.

No Norte sinto-me em casa, aqui há uma energia como não há em mais lado nenhum

Damn right Carolina! E a verdade, é que o público nortenho teve sim bastante energia. A jovem de 26 anos, além da sua mistura habitual de pop melodioso, soul, R&B, jazz e funk também apresentou um medley onde conjugou Britney Spears, Da Weasel e Ornatos Violeta dedicando-o ao pessoal nascido nos anos 90 e terminou a sua atuação com Circo de Feras dos Xutos & Pontapés, afirmando:

A música tem o poder de juntar multidões e os primeiros a juntar multidões foram os Xutos

Os portugueses The Black Mamba donos de uma old soul, não são desconhecidos por estas marés de Vila Nova de Gaia. Orgulhosos de não possuírem Twitter, nem Tinder animaram mais uma vez a plateia. Numa combinação de temas mais antigos, temas novos e com direito a covers do Marvin Gaye com Let’s Get It On e I Heard You Through the Grapevine e partes de Sexual Healing. Viajaram ainda até Curtis Mayfield e o seu Move On Up.

Are You Feeling?

Com um total de 9 músicos imparáveis em palco, Pedro Tatanka na voz e guitarra não se fartou de nos perguntar se estávamos a sentir. E quem não estivesse, certamente ficou. Um dos pontos altos foi mesmo a apresentação de um novo single Still I Am Alive do próximo álbum, com lançamento previsto para o fim de Setembro. O vocalista pediu a colaboração da plateia com telemóveis ao alto e em harmonia toda a gente cantou o refrão num momento digno de ser gravado.

Kodaline novamente em solo português e David Guetta meio original meio remix

A banda indie irlandesa também já é conhecida por estas marés, tendo já atuado neste festival em 2016. O concerto teve início 10 minutos antes da hora marcada. Os 5 irlandeses aliados a temas como High Hopes, The One, All I Want, Ready, Love Like This contaram igualmente com a colaboração dos fãs na entoação das suas canções.

It’s absolutely amazing to be back in Portugal

Mais uma vez demonstraram um carinho enorme e gosto pelo público português. Ainda bem que o conseguiram fazer, visto que tinham fãs fervorosos não só na frontline como em toda a audiência. A performance de Steve Garrigan e companheiros foi ternurenta e durou cerca de 70 minutos. Mesmo não apresentando um alinhamento muito inovador, o público respondeu como se fosse a primeira vez, demonstrando dessa forma o porquê dos Kodaline serem tão acarinhados em território nacional.

O DJ e produtor encerrou as performances da noite no palco MEO com 23 minutos de atraso. Mas não foi isso que impediu, mais uma vez, a grande fatia do público de vibrar com produções originais e remixes de Titanium, I Gotta Feeling, When Love Takes Over, Memories, Love Is Gone entre tantos outros êxitos produzidos pelo artista francês. Guetta contou com um jogo de luzes e efeitos visuais desde as típicas chamas on stage, fumos, confettis e fogo-de-artifício. É uma performance típica para gente que de madrugada já está certamente pouco sóbria mas que não deixou de ter uma boa adesão da audiência, sempre com as hands in the air.

I love you all

Assim se despediu David Guetta, que tendo ainda mais 2 minutos de atuação decidiu fazer uma homenagem ao colega de trabalho Avicii, deixando tocar a conhecida Wake Me Up do falecido DJ e produtor sueco.

Ana Duarte  

Consultora Musical na Fonograna e fundadora da webzine CONTRABANDA. Estudou Music Business na Arda Academy e Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tinha uns pais melómanos que a introduziram a concertos/festivais, ainda tinha ela dentes de leite. 3 décadas depois, aproveita para escrever umas coisas no ponto de vista de espetador melómano (quando a vida de consultora musical lhe permite).


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Mais sobre: Carolina Deslandes, David Guetta, Kodaline, The Black Mamba


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