Sempre que brilha o David, naquele palco – A reportagem no CCB
Poucos minutos passavam das 21h quando as luzes do CCB se apagaram. O público terminava as suas actualizações de estado no Facebook e compunha a instagramadela tirada ao palco, com as tags convenientes. Esse palco fazia prever um concerto com encenação à maneira e à medida dos vídeos com os quais David Fonseca nos costuma presentear.
De mala de viagem numa mão e com o seu rosto em tamanho XXL na outra, David entrou em palco para deixar uma mensagem ao seu #futuroeu. Iniciou-se assim uma caminhada de duas horas e pouco, entre músicas novas e antigas, num concerto esgotado.
Chama-me que eu vou resgatou as primeiras palmas ao público que também aplaudiu David quando este confessou “Este é o espectáculo onde tudo pode correr mal, por ser o primeiro.” A cantora Márcia acompanhou David e a sua banda em duas das músicas do novo trabalho: Deixa ser e É-me igual. São temas que flutuam entre o conformismo e a melancolia e contrastam com o tom de um dos grandes momentos da noite, sensivelmente a meio da noite: Stop 4 a minute. Para além da batida forte, da letra atrevida – e do vídeo que ia preenchendo os écrans que se encontravam atrás do David que, a dada altura, saltou do palco para tocar no meio da plateia.
O rapaz de Leiria que um dia fez parte de uma banda chamada Silence Four e que tinha (tem!) toda uma legião de fãs mostrou-se divertido e de peito aberto para com o público. Presentou-nos com uma ou duas histórias divertidas e confessou que, em pequeno, comprava um chocolate, o Táxi (quem se recorda? papel azul e com o nome táxi em amarelo), mas levava outro no bolso. Um dois em um, portanto.
Kiss me, Oh kiss me, Someone that cannot love, Superstars saltearam o concerto entre as músicas cantadas na língua de Camões, como Sem aviso, uma música que constitui uma espécie de lado B do trabalho Futuro eu.
Há cerca de duas semanas, David Fonseca foi protagonista de um reality show transmitido em directo no seu canal de You Tube. Ontem, no CCB a realidade de quem o visitou foi a experiência de um espectáculo pensado, criado, encenado e que espelha a criatividade e o empenho de David.
Após o encore programado, surge o verdadeiro encore. E outra confissão: Where is my mind dos Pixies foi uma das primeiras músicas que o músico aprender a tocar. E a confissão surge após uma pessoa do público lhe ter pedido “toca a primeira música que escreveste”. Ficámos também a saber que o Sempre que brilha o sol é a música preferida de David, no momento do banho. Coisa que merece a tag #TMI (too much information)!
A noite terminou com o You know who I am. E o público aplaudiu, muito. Há dias, David partilhava nas redes sociais “Que profissão incrível esta que permite que nos encontremos dentro destas canções.” – que privilégio o do público em poder beber dessa entrega à profissão. Daqui a uns anos, o Facebook irá apresentar-nos a memória deste concerto – e aí, as selfies, os vídeos e as fotografias do David a tocar ali mesmo no meio da plateia (OMG! O David abraçou-me) farão parte do futuro eu de todos nós. E isso é incrível, concordam?
No dia 31 de Outubro o Futuro eu passa pela Casa da Música; no dia 7 de Novembro pelo palco do Teatro de Vila Real; a 14 de Novembro, pelo Teatro das Figuras, em Faro. Haverá tempo ainda para uma visita ao Luxemburgo e a Estarreja até ser recebido na cidade de Leiria, no dia 10 de Dezembro. O trabalho de David encontra-se no primeiro lugar do top nacional. Estamos certos que o seu futuro eu ficará muito orgulhoso e feliz.
Vê aqui todas as fotos do concerto do David Fonseca no CCB a 30 de Outubro.