19 Ago 2015 a 22 Ago 2015

Rajadas de electrónica contra o Templo. Dia 3 do Paredes de Coura 2015

Rajadas de electrónica contra o Templo. Dia 3 do Paredes de Coura 2015

E eis que ao terceiro dia em pleno do Festival, chega a chuva, tradicional companheira em Paredes de Coura. A sério, há até quem diga que se não chove, não é festival. E com a chuva, que caiu pouca, servindo apenas para acalmar o pó, chegou também o tempo frio. Mas a alma do festivaleiro não esfria. E isso viu-se mais tarde.

Comecemos no princípio. Ao entardecer, no palco principal, a Banda do Mar, parceria luso-brasileira que este ano levou a sua pop em português a vários festivais. Momento lindo o abraço entre os 3 membros ao fim da actuação.

Depois foi a vez dos Woods, e mais uma vez o psicadelismo marcou presença este ano. Os instrumentais alargados fizeram a actuação algo de especial, mas era demasiado cedo para a audiência, que não passava de metade do recinto.

No Vodafone.FM, o duo de electrónica Sylvan Esso pôs toda a gente a dançar, com a sua mistura de batidas fortes e influencias folk. E o recinto, mesmo à hora de jantar, foi pequeno para tanta gente que se foi juntando à festa. Foi uma festa, verdadeiramente, e uma das boas surpresas do festival.

De volta ao palco principal, mais rock psicadélico misturado com indie pop, mas com estilo. Eis os Temples, que deram um bom concerto, e levaram ao rubro o já cheio anfiteatro natural do Tabuão. Sim porque apesar do frio, e de ter chovido, não cabia mais ninguém a ouvir os britânicos. Apoiados no seu único álbum, fizeram esticar os instrumentais, com muita energia e fazendo o público delirar.

E eis que do palco secundário se ouve a primeira explosão da noite. Fuzz viram os Temples, seguiram-lhe os passos, mas meteram muita mais pólvora na mistura. Ty Segall e seus comparsas não dão tréguas, levam a energia ao máximo do princípio ao fim de cada canção, de cada concerto. E o público não se fez rogado em responder na mesma moeda, e tal como em Pond, não houve espaço para tanto mosh e crowd surf como o que se viu. Muito, muito bom!

Voltando ao palco Vodafone, é por entre algumas pingas tímidas de chuva que Lykke Li nos embala com a sua pop muito doce, muito romântica, mas que encontra na assistência fiéis seguidores, que cantam a plenos pulmões as letras de todas, sim, todas as músicas da artista. No entanto, a maioria da população mantem-se ali, à espera da apoteose final.

E à hora marcada, eis que chegam os Ratatat. Duo de electrónica e guitarras, numa fusão de estilos e imagens que deu a todos os presentes a finalização perfeita para o festival que melhor une natureza e musica. Dançou-se, pulou-se, surfou-se a multidão em bando, com os seguranças a ter uma hora e pouco de trabalho em excesso. Foi a loucura total, com as imagens no ecrã, os strobes e os lasers a completarem o espectáculo, que pecou apenas por ser curto, com os pedidos de encore a serem em vão.

Grandioso encerramento para o festival que, pela primeira vez em 23 anos, esgotou por completo todos os 4 dias, e que está prometido para 17 a 20 de Agosto do próximo ano.

(A organização não nos atribuiu acreditação com possibilidade de fotografar os concertos)

Pedro Gama  

Amante de fotografia, computadores, carros antigos, lê avidamente, como se respirasse livros. Gosta de musica e cinema, mas não tem tempo (€) para ir a todos os eventos que gostaria. Vai escrevinhando umas coisas enquanto trabalha e estuda Literatura Inglesa...


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Mais sobre: Banda do Mar, Fuzz, Lykke Li, RATATAT, Sylvan Esso, Temples, Woods


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2 Comentários

  1. Antonio Esteves diz:

    “(A organização não nos atribuiu acreditação com possibilidade de fotografar os concertos)”

    Pudera este site é muito fraco, e parece que só faz reportagens para os “colaboradores” irem curtir os festivais

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