O fenómeno Russ na Altice Arena

O fenómeno Russ na Altice Arena

O rapper norte-americano que não coube no Coliseu de Lisboa levou 13.000 pessoas a atingir um estado de ebulição coletivo na Altice Arena naquele que foi o primeiro concerto de Russ em Portugal, e o seu maior concerto até agora.

Foram necessárias pouco mais de 36 horas para que os bilhetes para a digressão There’s Really a Wolf in Europe esgotassem o Coliseu de Lisboa. Em menos de nada o concerto estava remarcado para a Altice Arena e não demorou até que a plateia esgotasse novamente. No meio disto tudo multiplicavam-se as perguntas “Quem é esse tipo, quem é o Russ?”.

Russell Vitale, norte-americano com raízes sicilianas, já anda a desbravar caminho na música há pelo menos 10 anos. Russ mescla hip-hop e R&B e destaca-se por produzir, escrever, editar, e claro cantar, tudo por ele próprio. Mas Russ não é mais um tipo qualquer do hip-hop. Russ é um modelo exemplar de um crescendo de popularidade proporcionado pela internet. Experimentem escrever Russ em qualquer plataforma musical. Melhor, experimentem o Twitter. Prova maior só mesmo o público presente na Altice Arena, maioritariamente jovem, bem jovem, sem qualquer limite de decibéis e sem qualquer problema em aguentar-se firme, à chuva, para garantir um bom lugar.

Às 21h26 do dia 7 de março, com o uivar do lobo, Russ entra em palco com What They Want, incluído no seu último álbum There’s Really a Wolf. Sendo um dos maiores hits do rapper não foi de estranhar a reação de deitar tudo abaixo que se sentiu na Altice Arena. De estranhar, pelo menos para leigos, foi que todas, mas todas, as músicas daí para a frente fossem recebidas com tanto ou mais paixão e êxtase do público. Aliás, Russ podia estar imóvel em cima do palco que certamente o nível de decibéis seria desmesurado à mesma.

Russ trouxe-nos os seus maiores hits, Psycho, Do It Myself, Flip, Pull the Trigger, Me You, Losin Control ou Ride Slow (com direito a versão acapela) mas também houve tempo para os primeiros fãs relembrarem músicas como Goodbye, lançada em 2014.

Houve bandeira portuguesa em palco, acenderam-se lanternas dos telemóveis para os momentos mais smooth e não faltaram elogios ao público português. Entre músicas era visível a admiração estampada na cara de Russ perante a plateia que tinha à frente. Nas suas palavras este foi o maior concerto da sua carreira, algo que reforçou ao longo da noite. Costumamos duvidar destes elogios, mas desta vez acreditámos nele.

Para o encore Russ repetiu Do It Myself, desta vez com a ajuda em palco de alguns jogadores da NFL, e despediu-se de Lisboa, prometendo voltar, abraçado à mãe em palco.

É mais que sabido que o hip-hop vive um período firme em Portugal, prova disso mesmo são os cartazes dos maiores festivais portugueses que se avizinham. Ainda que Russ seja um fenómeno de popularidade não é nenhuma surpresa que tenha reunido tanta aceitação do público jovem. Juntem talento e competência a uma cara bonita e a simpatia. É fácil gostar do tipo. Estaremos por cá para ver se se torna gigante.

 

Texto: Mónica Borges
Edição: Daniela Azevedo
Foto: facebook.com/russtheone
O artista não autorizou a recolha de imagens pela comunicação social

Mónica Borges  

Acho todos os cães bonitos, gosto de festivais e ainda mais de imperiais.


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