O 3º dia do MEO Marés Vivas foi o dia do Girl Power!
O dia mais marcado pela presença de artistas femininas. Laura Pergolizzi encantou, Joss Stone celebrou 12 anos de carreira e Rita Ora imparável.
No último dia desta edição Janeiro, seguido de Bárbara Bandeira (que até teve a presença do amigo e colega AGIR) iniciaram as festividades no Palco Santa Casa. Mas foi no palco principal que se fez novamente a festa, desta vez com um início de tarde pouco ventoso e sem grande poeira no ar.
LP e Joss Stone duas mulheres de atitude
O sol ainda raiava quando Laura Pergolizzi aka LP subiu ao palco MEO. Dona de uma voz invejável, com uma assonância perfeita de graves e agudos aqueceu o público no último dia da edição 2018 do Marés Vivas. Laura cantou temas do seu último álbum (com direito a novidades pelo meio) e terminou com o single mais conhecido pelo público Lost On You.
Há concertos durante a tarde em que uma pessoa se senta por cansaço e anseia que terminem. E há outros, em que se senta, fecha os olhos e simplesmente aprecia do início ao fim. Aquela voz deixou-me com um sentimento de – “Sinto-me tão bem, que podia ouvir-te a noite toda!”.
Joss Stone celebrando 12 anos de carreira na sua Total World Tour (que passará por todos ao países da ONU) encheu os ânimos por estas marés. A cantora já tinha dado um concerto enérgico numa edição anterior deste festival e estreou-se num palco português em Vilar de Mouros, na edição de 2005 (estive lá e confesso que agora temos uma Stone bastante mais matura e segura de si).
There’s a lot of madness in the world right? With the Orange Man and so…
Foi com esta crítica a Donald Trump que introduziu uma das suas canções de intervenção social (For God’s Sake) Give More Power To The People. Ainda assim, Joss mostrou-se sempre extremamente simpática e acessível. Percorrendo temas do seu espectro musical bastante familiares para a audiência.
Contraste: Rita Ora a artista da noite e D.A.M.A com fraca adesão
O público parecia estar sem dúvida à espera deste momento da noite. Que receção para Rita Ora! A artista entrou em palco em grande, e sempre acompanhada do seu conjunto de flexíveis bailarinos. O público dançou, cantou e uma fã em particular até teve direito a que Rita lhe cantasse os parabéns. Assim como outro fã teve direito a empunhar o microfone e cantar a Listen para ela. A britânica de etnia albanesa tem os TPC’s todos feitos no que toca a puxar pela plateia. Mais do que um concerto, foi uma performance e a cantora tem realmente o factor X.
Thank you for letting me live my dream, you guys are the best. I do this for you
Emocionada, não se fartou de agradecer ao público. E tal como o seu colega fez no dia anterior, Rita também homenageou o falecido Avicii com quem tem a música Lonely Together.
Se Rita Ora teve uma enchente de público, já os portugueses D.A.M.A não poderão dizer o mesmo. A banda que já encheu salas e esgotou o Campo Pequeno viu uma plateia muito reduzida em relação à artista anterior, e como habitual constituída por uma camada feminina bastante jovem. Talvez fosse porque a hora já era tardia e no dia seguinte era dia útil. Não era habitual em edições anteriores do Marés Vivas ver um público tão reduzido no Domingo, mesmo quando quem encerrava as atuações no palco principal não era cabeça de cartaz.
Estraca: se o Sam The Kid e Valete tivessem um filho
Quando alguém se afirma no hip hop nacional desde tão tenra idade e aborda ainda nos seus temas problemáticas de consciência social, é de louvar. Num mundo de riminhas sem grande conteúdo, repleto Post Malone’s e Migos’s, é sempre bom ter alguém tão jovem, ainda de pés assentes no verdadeiro significado da cultura hip hop.
Estraca foi o último artista a atuar no MEO Marés Vivas no palco Moche. O MC apresentou fundamentalmente o seu álbum Trajetória e debateu temas de causas sociais como a: corrupção, política, consumismo e comercialismo do meio musical, entre outros. Well Done!
Terminou assim mais uma edição do festival de Vila Nova de Gaia. Segundo a organização, no total dos 3 dias passaram 100 mil pessoas pelo recinto. O MEO Marés Vivas 2019 será, em princípio, de 18 a 21 de Julho, informação prestada ontem pela organização do festival, que deixa em aberto a possibilidade da mudança de local, afirmando no entanto que será sempre à beira rio e sempre em Vila Nova de Gaia.