20 Ago 2014 a 23 Ago 2014

O 1º dia do Vodafone Paredes de Coura 2014

O 1º dia do Vodafone Paredes de Coura 2014

Como em edições anteriores, ouviu-se música em lugares inusitados pelo fim da tarde em Paredes de Coura. Capicua foi convidada e deu um showcase só de Spoken Word junto a uma Ponte Romana perto de Paredes de Coura, para alguns festivaleiros sortudos e parte da comunicação social acreditada no Festival. Explicou a sua ligação às palavras, recitou poesia de Cesário Verde, contrapôs com a dela, e cativou quem teve a sorte de ir até a primeira das Vodafone Music Sessions.

 

 

 

Paredes Coura - Capicua (Hugo Lima)

Foi também Capicua a abrir oficialmente o festival, e logo no palco principal, utilizado devido à enorme afluência de público. Mais um concerto, mais uma vitória para a MC do Porto. Mesmo que o recinto ainda estivesse a meio (o que é muito tendo em conta que este seria o dia da “recepção ao campista”), Capicua, Ana Matos de nome próprio, foi mais uma vez enorme em cima do palco, fosse acappella ou com os beats a ajudar. Em mais ou menos 40 minutos pôs toda a assistência a dançar ao som das suas rimas acutilantes, e das suas histórias de mulher do norte que não tem papas na língua. Vayorken, como seria de esperar, foi cantada em uníssono pelos presentes, que ficaram bem animados para o que a seguir viria.

Paredes Coura - Capicua (Hugo Lima)

Os Cage The Elefant entraram em palco já com o recinto bem recheado de festivaleiros, que continuariam a chegar aos magotes durante a actuação dos rapazes originários do Kentucky. Estes, apoiados pelo seu rock bem rasgado, e uma atitude em palco totalmente irreverente, levaram ao delírio as massas que os presentearam com mosh, crowdsurf e muito salto e bater de palmas. No que fica para a história como o primeiro grande concerto desta edição de Paredes de Coura, a harmonia insana entre banda e assistência foi levada ao rubro nos mais conhecidos “In One Ear”, “Come a Little Closer” e “Take It or Leave It”. Pelo meio, direito a um visitar de “Seven Nation Army”, com a assistência a mostrar porque Portugal é considerado um dos melhores públicos do mundo. Para o fim, e para terminar em com estrondo, o vocalista, em tronco nu, a atirar-se para o mar de povo à sua frente. Apoteose total.

Paredes Coura - Cage The Elephant (Hugo Lima)

Janelle Monáe deu um espectáculo de grande entertainer, bem secundada por uma banda competente. Muito aplaudida, enérgica, e com uma componente muito forte de imagem, o espectáculo seria talvez ideal para uma sala, mas funcionou muito bem tambem no festival, devido a energia da própria Janelle, mas tambem pela boa disposição do público. Tarefa difícil, depois do grande concerto de Cage The Elefant, mas superada satisfatoriamente pela americana. O single High or Low, o mais conhecido da cantora, pôs o pleno da assistência a bater palmas e a cantar com a artista. No encore, a comunicação entre Janelle e o publico durante um improviso da banda foi magnifica, e não deixou ninguém parar, sacudindo o frio que já se fazia sentir.

Paredes Coura - Janelle Monáe (Hugo Lima)

Os Public Service Broadcasting são um duo que usa electrónica, bateria, guitarra e um banjo (!) para transmitir, através da música e da projecção vídeo que a acompanha, alguns ideais de cariz politico e social. Se bem que o som tenha começado por animar a população ainda presente no recinto, o adiantado da hora e o muito frio que se fazia sentir levaram muitos a abandonar o recinto a meio da actuação. A sonoridade mais melancólica de grande parte dos temas dos PBS não foi muito grata aos festivaleiros que tentavam de tudo para afastar o frio. Ainda assim, um concerto interessante pelo conceito, mas que pecou pela falta de energia para o adiantado da hora.

Paredes Coura - Public Service Broadcasting (Hugo Lima)

O dia terminou com um DJ Set dos Cut Copy no palco Vodafone.FM, já para lá das 2 da manha, onde dois dos membros do grupo deram música aos aguerridos festivaleiros que confirmaram que o frio é mesmo psicológico para quem dança. Com sons variados, do rock ao pop à electrónica, incluindo alguns dos hits de dança deste verão, misturados com mestria, não houve quem ficasse quieto durante o set.

Começou bem este Paredes de Coura, com o dia de “recepção ao campista” a parecer um dia normal de festival, tanto nos artistas como na afluência de publico. Bons prenúncios para o que vem aí!

Paredes Coura (Hugo Lima)

Fotos oficiais do Vodafone Paredes de Coura por Hugo Lima

Pedro Gama  

Amante de fotografia, computadores, carros antigos, lê avidamente, como se respirasse livros. Gosta de musica e cinema, mas não tem tempo (€) para ir a todos os eventos que gostaria. Vai escrevinhando umas coisas enquanto trabalha e estuda Literatura Inglesa...


Ainda não és nosso fã no Facebook?


Mais sobre: Cage The Elephant, Capicua, Janelle Monáe, Public Service Broadcasting


  • Partilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *