Light nights em Lisboa – Reportagem no concerto dos The National

Light nights em Lisboa - Reportagem no concerto dos The National

Banda amada do público português, os The National apresentaram-se em Portugal para mais 3 concertos, desta vez no decurso do tour de apresentação do álbum “First Two Pages of Frankenstein” editado em Abril deste ano, embora o grupo tenha brindados os seus fãs com novo álbum “Laugh Track” no passado mês de setembro.

A banda liderada por Matt Berninger esteve no dia 5 no Porto, para depois seguir para mais dois concertos na sala do Campo Pequeno, em Lisboa. O Musicfest esteve presente no 20º concerto, na passada sexta-feira, no primeiro dos dois concertos da capital. Apesar do primeiro concerto em Portugal ter ocorrido no remoto ano de 2005 em Paredes de Coura, a devoção do público nacional para com os The National permanece intacta. A praça de touros esteve completamente cheia, sempre em êxtase com os cinco elementos do grupo baseado em Nova Iorque, cantado e aplaudindo non-stop durante as 2h15 minutos que durou o concerto.

Mesmo na hora exata, tal como a banda principal, às 20h30, iniciava-se a primeira exibição dos Bartees Strange. Sem surpresas, Bartees Leon Cox Jr. nascido em Inglaterra, mas que vive agora nos EUA, anunciava-se fã convicto dos The National – “a melhor banda do mundo”. Num registo entre os Kings of Leon e TV on the Radio, começou a sua exibição com uma cover de “About Today”, primeira faixa do seu EP “Say Goodbye to Pretty Boy” de 2020 com covers dos The National. Concerto curto, com apenas 9 canções dividas sobretudo entre Live Forever (2020) e Farm to Table (2022), este último já editado pela 4AD, label que também agrega os The National. O público mostrou-se bastante satisfeito com a atuação de Bartees, que dotado de um enorme vozeirão e uma muito competente banda, preparou o regresso dos The National ao palco de Lisboa.

Os The National apresentaram-se sobriamente à hora prometida, 9h45, num palco negro pontuado por quadrados luminosos que rodeavam os quatro elementos da banda, o vocalista Matt Berninger e os dois elementos de sopro que habitualmente os acompanham em digressão. Um quadro geométrico, esteticamente apurado, de acordo e em consonância com a formação em design do frontman do grupo. “Once on a poolside” foi a primeira de 24 canções tocadas pelos The National, a faixa que abre “First Two Pages of Frankenstein” e que tem a colaboração de Sufjan Stevens. Após mais duas canções do álbum de abril, surgiu “Squalor Victoria” uma canção onde o vocalista mostra algumas sombras da sua personalidade, em que a sua voz de barítono dá um toque ainda mais carregado de emoção.

“Bloodbuzz Ohio”,”Sorrow”,”Day I Die”, “Light Years” e “Fake Empire” foram os destaque de uma noite onde houve direito a várias incursões de Matt pela plateia, mergulhando entre os seus fãs que entoavam todas as sua canções como se fossem suas, acenando com os telemóveis iluminados. O público português abraçou, como desde sempre, os The National com afeto, sentimento igualmente retribuído pelo seu vocalista que, a certo momento, envolveu uma bandeira de Portugal, lançada a si, ao pescoço, num gesto simbólico de introjeção dessa generosidade. No final ainda houve tempo, e mais haveria se a banda quisesses tocar mais, para um encore com 4 canções: “Weird Goodbyes”, lamentavelmente sem Bom Iver, “Mr. November”, “Space Invader”e “Vanderlyle Crybaby Geeks”. Sem dúvida um concerto para os fãs, recheado de grandes hits da banda onde High Violet, The Boxer, Alligator estiveram em grande plano, além dos dois álbuns mais recentes e que deram o mote para esta digressão.

“Artists make art because they’re trying to figure out something that’s too hard to figure out in any other form” declarou Matt em abril deste ano ao The Guardian, ainda a prepósito de um período depressivo e de bloqueio artístico que o afetou recentemente. Foi o que se assistiu em palco: um artista a sair da penumbra através da afeição transmitida por uma plateia que os aceita e acolhe totalmente.


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