“Keep on Rotting in the Free World!”- Reportagem no 1º dia do VOA 2017
O primeiro dia do VOA ficou marcado pelo calor de Corroios e pelo peso das bandas que lá foram. Nesta edição foi inaugurado o palco LOUD!, que intercala os concertos do palco principal, mostrando as promessas do metal em Portugal. Os grandes concertos do dia foram dos Insomnium, Epica e Carcass.
O festival abriu com o Post-Metal dos Process of Guilt, de Évora, que em meia hora demonstraram o poder dos seus riffs avassaladores. A plateia que assistiu a este concerto não se deixou afectar pelo calor, dando assim início às festividades.
Seguiram-se os holandeses The Charm The Fury, que são a promessa da grande editora de metal Nuclear Blast. Consistem num groove metal com uma vocalista electrizante, acompanhada pelo som contemporâneo do metal. A meio do concerto, tocaram um breve tributo a Metallica, tocando a Seek and Destroy. Acabaram o concerto com a Carte Blanche, música que inaugurou os primeiros moshs do festival.
Os finlandeses Insomnium, que não vinham cá desde 2011 abrindo para os Dark Tranquility, trouxeram o disco Winter’s Gate lançado no ano passado. Eles tocaram o registo na íntegra, aliciando assim o público português com o seu Death Metal Melódico. Os Insomnium conseguem transmitir peso e melodia, através dos seus solos de guitarra majestosos. Estes finlandeses simpáticos interagem bem com o público, pedindo várias vezes moshs, e acabaram o concerto com While We Sleep.
Adorados pelo público português, os Epica voltam a Portugal depois de 3 anos, em pretexto de apresentação do novo registo, The Holographic Principle. Mais uma vez podemos contar com a voz angelical de Simone Simmons, combinada com a agressividade presente em alguns temas da banda. Um espetáculo com alta pirotecnica, luzes e alguns clássicos do repertório dos Epica, como por exemplo, a Cry for the Moon e Unchain Utopia. A vocalista não só manteve uma presença comunicativa e alegre, como garantiu o regresso para o próximo mês de Novembro, em Lisboa e no Porto.
Por volta das 23h, os Carcass, que regressaram a Corroios, após a tour Deathcrush com Obituary, Napalm Death e Voivod. Esta mítica banda britânica, que fecha o cartaz deste primeiro dia do festival, traz o seu Death Metal vicioso, relevante para a música extrema. Os circle pits em Carcass pareciam nunca perder o gás, de música a música, pareciam ganhar ainda mais adesão. Apesar destes britânicos bem conservados, não terem à vista um novo álbum, tocaram clássicos como a Incarnated Solvent Abuse, This Mortal Coil, Keep on Rooting in the Free World e Heartwork. Graças aos rugidos de Jeff Walker e dos duelos de guitarra entre o Bill Steer e Ben Ash, a plateia do festival assistiu a um concerto inesquecível e frenético, deixando a vontade de voltar a repetir a dose.
A inclusão do palco LOUD!, veio a trazer uma nova dinâmica ao festival que está habituado a ver tudo num só palco. As bandas que passam por aqui, representam já uma lufada de ar fresco no metal, mostrando assim aos curiosos que lá passaram, o que anda por aí a fazer em Portugal. Este palco foi inaugurado pelos Névoa, banda de Black Metal com uma sonoridade mais tribal e experimental. Tocaram na íntegra o EP Re Un, que já começa a ter destaque fora do país. Seguiram-se os Earth Drive com o seu rock psicadélico e hipnótico, fazendo lembrar uns jovens Kyuss. A última actuação coube dos The Black Wizards, outra banda psicadélica mas com mais traços de Jimi Hendrix. Estes jovens mostraram como se faz o Fuzz, proporcionando assim uns passos de dança a quem assistiu.
Fechado assim o primeiro dia, para quem continuou a assistir aos 3 dias do festival, ficou certamente ansioso por apreciar o resto.