Hang Massive: da meditação ao pé de dança

Hang Massive: da meditação ao pé de dança

Os Hang Massive estão pela terceira vez em Portugal, e subiram ao palco do Lisboa ao Vivo no passado dia 18 para apresentar o seu mais recente álbum, Luminous Emptiness. Um concerto dividido em duas partes distintas: uma primeira em que nos levaram em viagens mais meditativas para fora daquelas quatro paredes, e uma segunda em que o público pôde dançar com os beats mais fortes dos arranjos eletrónicos que o duo criou para esta tour.

No centro do palco cinco “hangs” têm lugar de destaque, ladeados por alguma maquinaria que nos fazia adivinhar um lado mais eletrónico nesta Luminous Emptiness Tour, que no dia seguinte passou pelo Hard Club no Porto, para depois percorrer a Europa, num total de quase 50 atuações.
Pouco passava das 22h00 quando Markus “Offbeat” Johansson e Danny Cudd tomaram conta do palco com um ritmo melódico inconfundível. Um gingar suave invadiu a plateia e na tela que decora o palco aparecem imagens de Buda.
Não sabemos se Buda tinha chegado a Lisboa, ou se Lisboa se tinha transformado numa pequena Goa, mas os corpos ali presentes estavam já embalados pela música relaxante dos Hang Massive.

As primeiras palavras de Markus – “Oh My Goodness” – fizeram-se ouvir no final da terceira pausa agradecendo ao público presente, enquanto confessa que esta cidade tem um feeling especial e pede que todos guardem o smartphone no bolso.
Vem aí o The Secret Kissing of the Sun and Moon que diz ter um significado muito especial para ambos.

O público pede silêncio, e com os primeiros momentos da percussão surge um sample que nos acalma a respiração e nos volta a transportar para bem longe daquelas quatro paredes. Na cumplicidade de Markus e Danny facilmente se percebe que esta é a sua composição preferida do álbum, e antes do final daqueles ritmos, Danny assume o controlo dos “hangs”, Markus recua dois passos e, se não está em plena meditação, enganou-nos bem.

Get back and relax

, anuncia Danny Cudd.
E o público acede. Talvez pelos últimos dias de stress na caça à gasolina, talvez pela antecipação do stress que pode ser a Páscoa, a verdade é que naquele momento o público relaxou. Momentos de puro relaxamento e meditação, incomodados aqui e ali por um ou outro espetador ávido de um pé de dança.
Danny percebeu e diz-nos

One more mellow one, and then we gonna pump it up.

Estamos a meio do concerto e ainda há muita gente a pedir silêncio, a querer estar ali naquele Lisboa ao Vivo, que se tornou um espaço intimista, de meditação e reflexão.
Nesta primeira parte os Hang Massive são aquele duo que precisas na tua sala enquanto relaxas depois de uma semana stressante de trabalho.

A segunda parte do concerto é mais dançante.
Samples e sintetizadores compõem este lado mais ritmado do duo. Grande parte do público agora quer dançar.
Mas há também quem não se reveja neste lado mais eletrónico acabando por se afastar para longe do palco.

I hope you enjoy the show. Maybe not what you were expecting it to be, but we fucking love it.

, justifica Danny.

Os beats estão em crescendo, tornam-se mais audíveis e não há pé de dança que resista.
O upbeat conquista o seu espaço e surgem aplausos efusivos.

Novamente a imagem de Buda na tela, que num caleidoscópio se vai desenvolvendo até se transformar em imagens indecifráveis que nos fazem viajar. Desta vez não há dúvidas, chegámos a Goa.
A atuação evolui naturalmente para ritmos mais dançáveis, beats mais fortes onde o “hang” por pouco não perde o seu protagonismo.
Markus sorri para Danny, que sorri de volta para o público que se deixou libertar e tornou o Lisboa ao Vivo num espaço de sorrisos e dança.

Mas Markus anuncia a última música. Once Again, a faixa que popularizou os Hang Massive, com mais de 38 milhões de visualizações no YouTube tem uma roupagem nova. Muito mais dançante, mais samples, uma batida forte e o público em êxtase sem querer que a noite acabe.

Mas acaba. Ou quase.
Danny e Markus voltam a palco. Confessam não gostar de o fazer, mas fazem-no por Lisboa. Porque gostam de Lisboa e da sua vibe, dizem.
E que encore!
Markus toma conta do sintetizador enquanto salta e puxa pelo público, Danny mostra-nos todo o potencial do “hang” e temos um LAV feito tenda eletrónica.
Os corpos dançam, os rostos sorriem, ninguém quer que acabe, mas há sempre um fim para tudo.

Uma noite com um alinhamento em crescendo que culminou numa celebração de alegria e pessoas felizes.

Spread the love around the world

diz-nos Danny. E nós assim o faremos.


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