É amor o que existe entre os The Script e Portugal – reportagem no concerto na Altice Arena
Não é a primeira vez e esperamos com emoção que não seja a última. Consta que já são oito os concertos dados pelos The Script em Portugal e é seguro dizer que voltaram para tocar e encantar. Estava toda uma Altice Arena a mexer nesta sexta feira, 23 de Março, ao som da banda irlandesa – como é suposto, até os mais preguiçosos.
Danny O’Donoghue, Mark Sheehan e Glen Power voltam a território nacional com brilho nos olhos e acrescentam: “Não somos melhores do que vocês e é a vossa energia que nos mantém a fazer o que mais gostamos”. Aquilo que sentem por Portugal é, certamente, amor. Um regresso aguardado depois de uma pausa quer para se reinventarem, quer para ultrapassar o problema de saúde do vocalista nas cordas vocais. Não é fácil ser uma banda de sucesso depois de uma década de carreira. O que importa é voltar, de preferência em grande e com uma Freedom Child Tour, que terminou, nada mais nada menos, em Portugal. E que final!
Comecemos pelo princípio para nos organiarmos, como em todas as histórias. Passavam dez minutos da hora prevista, as 21h, e fizeram-se soar vozes quer femininas, quer masculinas de todas as idades, a explicar o que era para elas a Liberdade. Algo que faz todo o sentido para justificar o título do mais recente albúm, Freedom Child, que deu nome à tour e que traz à baila a necessidade de nos levantarmos pelo que acreditamos, num mundo que cada vez nos surpreende mais pela negativa no que toca a valores. Já não é de agora a vontade da banda no que toca a dar um cariz político e social aos seus temas, se bem que neste disco está bastante mais presente.
Tudo começou com Superheroes, Rock The World e Paint The Town Green. Uma energia louca de quem tinha vontade de voltar e uma plateia não esgotada mas bem composta para acompanhar. O público deixou-se agarrar antes da terceira música e por esta altura já Danny estava cansado como se tivesse actuado por duas horas. Ninguém o deixa parar, mas é um amor recíproco: um público exigente constrói uma banda fiel à casa. Nas palavras da mesma: “essa loucura que vocês emitem é tudo. De verdade. De todos os sítios da Europa onde vamos esperamos sempre pela vossa energia”.
Num dia chuvoso, houve tempo para ser dada homenagem com Rain, onde na plateia um conjunto de guarda chuvas se fez erguer, para as fãs mais destemidas provarem que ainda estavam ali para ficar e para os restantes poderem mostrar os seus melhores passos de dança.
Nos pontos altos da noite podemos incluir os passeios da banda pela plateia e primeiro balcão, sempre prontos a surpreender e a tirar selfies com quem aparece no caminho. Tudo isto também para dar um pouco de trabalho aos seguranças da Altice Arena. Para este momento escolheram os temas If You Ever Come Back e Never Seen Anything Quite Like You.
Já no tema No Man Is An Island foram feitas algumas brincadeiras: na plateia e em conjunto, oito saltos para um lado e oito saltos para o outro; um barco boia foi atirado para que Danny pudesse fazer crowd surfing. O resultado foi só mega divertido. Um capião de alto mar a indicar aos seus fãs o caminho que quer seguir – “para ali; e agora para aqui. Vamos! Agora vou descer!” e conseguiu voltar a palco inteiro.
Chegada a altura de terminar, foi a vez de Breakeven, um dos primeiros sucessos da banda, e de Hall of Fame que tantas pessoas move. “Estamos quase a terminar este magnífico concerto”, diz Danny, ao que a plateia lhe responde com um “yeah!”. Surpreendido acrescenta: “vamos acabar e dizem yeah? A resposta era buh!”, brincou o artista.
A abertura do espectáculo ficou ao cargo de Ella Eyre, artista escolhida pela banda, que se distingue pelo seu estilo e voz que fica no ouvido. Numas calças douradas que se notavam de qualquer ponto do recinto, encheu o ambiente de boa energia e preparou todos para o que aí vinha. Uma tour europeia que acaba em beleza depois de passar por 18 conhecidas salas de espectáculo.
Texto: Sofia Felgueiras
Edição: Daniela Azeendo
Fotos: Marta Ribeiro