Até já, Rock in Rio! – A reportagem no último dia do RiR 2016
Habitualmente, o domingo é um dia em que aproveitamos para dormir mais um bocado e, sobretudo, ignorar o despertador. Curiosamente o último dia da sétima edição do RiR 2016 foi aquele que começou mais cedo. As portas abriram às 15h e nem a notícia do cancelamento do concerto de Ariana Grande abalou a boa disposição de quem aguardava para entrar na Cidade do Rock.
Isaura, B Fachada e Hinds no palco Vodafone
Isaura subiu ao palco Vodafone à hora marcada, 15h45, na companhia de Ben, Miguel e Gonçalo. Brindou o público com Yamh, 8, Useless, bem como com uma versão de Love me harder, de Ariana Grande. Change it também não poderia faltar. A artista deu-se a conhecer ao mundo quando, em 2014, partilhou o tema Useless, através da rede social YouTube. O ano seguinte confirmou o seu talento e o carinho de muitos para com o seu trabalho. Sempre a transpirar tranquilidade – não fosse Serendipity o nome do seu EP – Isaura agradeceu o acolhimento do público, partilhando que estava muito feliz por ter feito parte do cartaz deste festival.
Às 18h o português B Fachada deu início ao segundo concerto deste palco, tendo o encerramento ficado a cargo das Hinds.
As espanholas Carlotta Cosials, Ana Perrote, Ade Martin and Amber Grimbergen já têm no seu currículo alguns concertos em terras lusas: Paredes de Coura, Lisboa e Porto. Coube-lhes ontem o papel de dar música a muitos dos presentes no “relvado sintético”, em frente ao palco Vodafone.
Charlie Puth, Ivete Sangalo e Avicii no palco Mundo
Era uma vez um jovem que um dia partilhou uma cover de uma música da Adele – e vocês nem imaginam o que aconteceu a seguir. Do YouTube para o mundo (ups! já escrevemos isto por aqui…) Charlie Puth subiu ao Palco Mundo com boa disposição e vontade de agarrar o público. Marvin Gaye foi o tema escolhido para a abertura de um concerto. Assim que começou a tocar, viram-se muitas, muitas pessoas a correr, de vários pontos do recinto para perto do Palco Mundo, para poder assistir ao concerto o mais perto possível. Do alinhamento fizeram parte temas como Dangerously, Some type of love, Left right left e One Call Away. Charlie mostrou-se muito feliz com a sua presença no RiR tendo elogiado, por várias vezes, a beleza das mulheres com as quais se cruzou nos bastidores e com as quais ia trocando piropos durante o concerto. A sua passagem pela Bela Vista ficou registada num momento partilhado por Charlie, via Snapchat.
Ivete Sangalo subiu ao palco em substituição de Ariana Grande que, por motivos de saúde, não pôde assegurar o concerto anunciado e em torno do qual havia expectativas por parte de muitos jovens. A cantora cumpriu exemplarmente o desafio lançado pela organização horas antes: afinal a Ariana Grande comunicou a ausência perto das 2h da manhã de domingo. Certamente que a muitos aconteceu algo semelhante à jovem Camila: pensou seriamente em desistir daquela que seria a sua primeira vez neste festival. Confessou-nos que Ariana Grande foi o motivo que levou os seus pais a comprar bilhetes para o dia 29 de Maio. Acabou por marcar presença no festival e quando lhe perguntámos se estava a gostar, largou um sim muito tímido, de quem não tinha a noção da grandeza do evento e das múltiplas experiências que ali se podem viver.
A noite terminou com a presença de Tim Bergling – não, não foi uma substituição de última hora. Estamos mesmo a falar do DJ sueco mais conhecido por Avicii. Já são dez anos de dedicação ao mundo da música electrónica que a indústria – e sobretudo, o público – reconhece de forma indubitável. O parque da Bela Vista deu lugar a uma discoteca gigante onde o som vibrava por todos os nossos poros. Além disso, o espectáculo visual era merecedor de hashtags do estilo amazing, neverforget, weloveavicii ou rir4ever. Foram 47 mil as pessoas que passaram pela Cidade do Rock, no último dia de RiR 2016 – e temos a certeza que esta foi uma noite inesquecível, um verdadeiro estoiro de sensações.
E agora, RiR?
E assim se comemoraram trinta anos de Rock in Rio no mundo, nesta sétima edição que aconteceu em Lisboa. Uma das características deste evento é o facto de não se limitar só a ser um festival de música. É isso e muito mais: é um conjunto de experiências, de partilhas que podem ser vividas por miúdos e graúdos, pais e filhos, amigos e amigas, namorados e namoradas. É o espaço onde podemos ouvir o nosso artista preferido, conhecer outro do qual não sabemos o nome – tudo isto enquanto andamos na roda gigante ou deslizamos pelo slide.
A organização avançou com um dado curioso: nesta edição foram distribuídos cerca de 40 mil sofás Vodafone, que em muito contribuíram para o colorido do parque – já para não falar do descanso dos festivaleiros. E foram “só” mais 60% relativamente ao ano de 2014. Não admira, pois, que o espaço onde as filas se acumulavam para recolher a oferta se chamasse “fábrica de sofás”.
Deixamos um até já, pois o querido Rock in Rio vai visitar-nos de novo em 2018, no mesmo local.