A noite sublime da doce, tão doce, Mayra Andrade

A noite sublime da doce, tão doce, Mayra Andrade

A noite de 1 de Março marcou o regresso de Mayra Andrade ao Capitólio para a apresentação do recém-lançado Manga, álbum que veio elevar o melhor da cantora para que todos o possam finalmente reconhecer.

Neste Portugal que musicalmente nunca foi tão crioulo como hoje, sobretudo nesta Nova Lisboa como diria Dino d’ Santiago, é tão natural ouvir o público a alternar entre o português e o crioulo que foi sem surpresas que Mayra Andrade esgotou a noite de dia de 1 Março adicionando sem demoradas uma segunda noite na sala lisboeta.

Mayra não é de todo estranha aos palcos e não poderia haver prova maior do que a forma como, sem nos darmos conta, somos completamente envolvidos pela sua voz, pela sua beleza e pelo seu ritmo. Sem distinção de nacionalidades, de idades ou de géneros, é difícil encontrar quem não se deixe encantar pela cantora cabo-verdiana.

Acompanhada pelos músicos Euclide Gomes, Swaéli Mbappé, Tiss Rodriguez e Nicholas Vella, que mereceram uma apresentação carinhosa e mais do que individualizada ao público, Manga foi apresentado na íntegra com temas como Afeto, Manga, Pull Up, Tan Kalakatan, ou Vapor di Imigrason dedicado aos emigrantes e filhos de emigrantes presentes, a sacudir o Capitólio. Do álbum Navega de 2006 Mayra trouxe ainda Tunuca e Lua que ainda estavam na ponta da língua, e na ponta dos pés, de muitos dos presentes.

Para o encore e perante um público ensurdecedor a pedir o seu regresso, Mayra voltou com Reserva Pra Dois, single lançado em 2016 em conjunto com Branko, cantou a inesquecível Ilha de Santiago do álbum Lovely Difficult e ainda Nha Baby, single lançado em 2016 com Nelson Freitas.

Depois de deixar o palco uma segunda vez voltou para derradeiramente deixar o público absorvido pela sua voz com a sua versão de Guardar Mais, original de Sara Tavares.

Mayra foi sublime. Houvesse mais noites com Mayra e lá estaríamos com o brilho e a vontade da primeira vez.

 

N.R: Por motivos de agenda não nos foi possível fazer reportagem fotográfica
Foto: Luis Sousa – Música em DX

Mónica Borges  

Acho todos os cães bonitos, gosto de festivais e ainda mais de imperiais.


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