A casta da música portuguesa provou merecer um Coliseu só para si – EA Live no Coliseu

A casta da música portuguesa provou merecer um Coliseu só para si - EA Live no Coliseu

O festival de música portuguesa juntou nomes de vários quadrantes e encheu o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, na passada quarta-feira, dia 30 de Maio.

Depois de ter apresentado semanalmente gravações de músicas de artistas nacionais interpretadas ao vivo na Adega do Cartaxo, a produtora de vinhos EA quis festejar o feito e juntar sete nomes da música portuguesa (e um novo projecto) no mais emblemático palco do país, o Coliseu de Lisboa. Se ao longo de sensivelmente um ano as EA Sessions contaram com a presença de 24 artistas, dos mais variados géneros musicais, o objectivo do festejo na capital era juntar vários desses géneros numa só noite. Objectivo esse que foi cumprido e pareceu agradar ao público, uma vez que a sala acabou por esgotar.

Houve a poesia de Allen Halloween e a sua voz inconfundível a entregar verdade crua e dura a cada verso, com direito a intervenção disruptiva de Scúru Fitchádu. A plateia ainda era pouca mas reagiu com rigor a cada incentivo. Houve palavras doces a acompanhar a pop sonhadora de Luís Severo, com direito a coro conhecedor. O autor de Cara D’Anjo apresentou-se “provavelmente” pela última vez em formato piano e guitarra e encantou os presentes com as suas melodias.

Logo de seguida as melodias ganharam corpo e complexidade, pelas mãos dos You Can’t Win, Charlie Brown. O sexteto trouxe maioritariamente temas do mais recente Marrow e mostrou-se emocionado por pisar o palco do Coliseu. Houve também espaço para o gospel de guitarra em riste de Samuel Úria, que se fez acompanhar por um coro e que cedo ganhou um outro na plateia do coliseu.

Plateia essa que já estava cheia quando os Linda Martini entraram em palco. Com os temas do disco homónimo ainda frescos, o quarteto teve o Coliseu na mão – qualquer dia fazem disto hábito (depois de em 2016 terem esgotado a sala, voltaram no final do ano passado para um combate cheio de amor). Quem devia fazer do Coliseu um hábito são os Mão Morta, que para além de arrastarem atrás de si uma legião de fãs extremamente dedicados, são donos de algumas das mais belas canções do rock português, aquele que é visceral e bruto em todos os sentidos da palavra.

Visceral é também o rock and roll de The Legendary Tigerman, que, acompanhado por bateria, baixo e saxofone, conseguiu o impossível: elevar ainda mais a fasquia e fechar a noite em beleza. Houve ainda Rui Pregal da Cunha e Francisco Rebelo em modo Encore Project, para o final oficial.

Teresa Colaço  

Tem pouco mais de metro e meio e especial queda para a nova música portuguesa. Não gostava de cogumelos mas agora até os tolera. Continua sem gostar de feijão verde.


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Mais sobre: Allen Halloween, Linda Martini, Luís Severo, Mão Morta, Rui Pregal da Cunha, Samuel Úria, Scúru Fitchádu, The Legendary Tigerman, You Can't Win Charlie Brown

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