15 Ago 2018 a 18 Ago 2018

2.° dia no Vodafone Paredes de Coura 2018 – Jungle voltem sempre! Por favor!

2.° dia no Vodafone Paredes de Coura 2018 - Jungle voltem sempre! Por favor!

Pela tarde fomos recarregando baterias… Baterias essas, que poupamos e descarregamos numa noite memorável. Os nossos destaques neste segundo dia, vão para o frenético The Legendary Tigerman e os eletrizantes britânicos Jungle.

Nuno Lopes na noite anterior quase nos esgotou as energias com batidas de 128 BPM. Por isso, durante a tarde do segundo dia do festival courense, deixamos a preguiça vencer e ficamos no chill o dia todo. Deitadinhos nas margens do rio Coura, tiramos proveito das sessões de Jazz na Relva com Galo Cant’Ás Duas e S. Pedro.

Já no recinto com FUGLY no palco secundário Vodafone.Fm, os ânimos começaram a aquecer. E a assistência foi-se compondo durante a atuação dos autores de Take You Home Tonight.

Meia hora depois saltamos rapidamente para o palco Vodafone, para o aguardado regresso dos X-Wife. Rui Maia, Fernando Sousa e João Vieira tocaram essencialmente novos temas, entre eles o single de estreia This Game, do álbum X-Wife lançado este ano. Fizeram-se acompanhar por vozes secundárias femininas, trompete, saxofone e na bateria Gil Costa (que já acompanhou João Vieira nos White Haus). O baterista dos FUGLY não atuou com os mesmos (mas honrou-os usando uma t-shirt alusiva à banda).

Voltamos a trocar para o palco secundário onde nos esperavam os The Mystery Lights. Os rapazes de Brooklyn, NY que dizem que o rótulo de psych-garage rock que a crítica lhes costuma conferir, vai muito para além disso (mas talvez seja a designação mais precisa). O concerto começou com uns 10 a 15 minutos de atraso, o que nos levou novamente a correr para o palco principal para ver Shame. Os londrinos entraram com uma disposição mirabolante. O vocalista Charlie Steen começou logo a fazer crowd surfing e rapidamente envolveu a multidão.

Chegou mesmo a apelar aos seguranças:

Security, they wanna crowd surf, that’s fine we don’t mind. Enjoy yourselves!

Paulo Furtado és grande! Gigante mesmo!

Após fazermos uma breve pausa para jantar, subiu The Legendary Tigerman ao palco Vodafone. Inicialmente com alguns problemas técnicos no micro, o que o levou a vociferar palavras menos simpáticas para o roadie. Paulo Furtado apresentou músicas do novo álbum, Misfit. Mas não se ficou por aí e acabou em grande, em grande mesmo! Findou com 21st Century Rock ‘N’ Roll que durou uns largos 7 minutos, enquanto Paulo Furtado se envolvia na multidão e a mesma cantava o refrão over and over

O que é que vocês sentem? Amor? Rock ‘N’ Roll?

Bem Paulo…nós sentimos tudo! Obrigado por seres um intérprete tão completo! Não és UM artista de rock português, és O artista. (O único verdadeiro rockstar português segundo o nosso diretor)

Seguiram-se às 23:15h os norte-americanos Fleet Foxes, os senhores do indie folk com mesclas de folk rock e pop barroco. Não são uma banda “para partir tudo” mas sim para ser apreciada num estado calmo e sereno. Deram um concerto intimista contando com uma legião de fãs na frontline cantando canção a canção.

Jungle, os reis da selva (sorry não deu para resistir ao cliché)

Estou tão feliz por o recinto estar mais verdinho e não existir tanta poeira como na edição anterior. Os Jungle fizeram-nos tirar tanto o pé do chão que, com pó pelo ar, teríamos deixado de ver o palco sequer.

São uma banda fundada pela dupla Josh Lloyd-Watson e Tom McFarland que agora conta com mais 5 membros, mantendo uma sonoridade virada para o modern soul, funk e electrónica. Fizeram MESMO a magia acontecer no palco Vodafone. Falo-vos da minha percepção como espectadora que estava bem pertinho deles. Talvez alguns considerem mau profissionalismo da minha parte não vos poder dar inteiramente a percepção geral do público, mas neste concerto tive mesmo de ver quase na linha da frente. O público mais distante tem estado com uma low/medium energy na maioria dos concertos, e não quis de todo, que isso influenciasse mais a minha experiência. Contudo, para minha surpresa, das imensas imagens que passaram no ecrã sobre o público geral, este esteve (tal como eu) envolvido no espírito eletrizante da banda.

Não falharam temas já conhecidos e fomos presenteados com Casio, tema do próximo álbum que sairá em Setembro. Em Happy Man garanto que ninguém se envolveu tanto como eu… a qualidade do som estava excelente. Mas as grandes vencedoras da noite foram Busy Earnin’ e Time. Foi ainda prestada homenagem à voz de peso do soul, Aretha Franklin (uma referência mais que certa para esta banda), com a canção Respect. Foi um prazer, voltem sempre!,

E voltarão mesmo para o Super Bock em Stock, sabe aqui mais pormenores.

A noite terminou no After-Hours com os dançantes Confidence Man e o dreamy deep house de Young Marco.

Ainda faltam mais dois dias de festival! Vê a programação completa aqui: musicfest.pt/festivaledicao/vodafone-paredes-coura-2018/, relembro que podes usar o teu telemóvel para marcar com uma ⭐️ os concertos que não queres perder!

Ana Duarte  

Consultora Musical na Fonograna e fundadora da webzine CONTRABANDA. Estudou Music Business na Arda Academy e Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Tinha uns pais melómanos que a introduziram a concertos/festivais, ainda tinha ela dentes de leite. 3 décadas depois, aproveita para escrever umas coisas no ponto de vista de espetador melómano (quando a vida de consultora musical lhe permite).


Ainda não és nosso fã no Facebook?


Mais sobre: Fleet Foxes, FUGLY, Jungle, Shame, The Legendary Tigerman, The Mystery Lights, X-Wife


  • Partilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *