O dia de rock que terminou com “moches” aos bolos de Steve Aoki
No dia dedicado ao rock, as três actuações – Queens of the Stone Age, Steve Aoki e a banda brasileira Capital Inicial – são uma estreia, pois apenas os Linkin Park já estiveram presentes no Rock in Rio Lisboa. Na festa do décimo aniversário do evento em Portugal, o Palco Mundo recebeu um special guest. Considerado o oitavo melhor DJ do mundo pela DJ Mag, Steve Aoki encerrou a noite deste palco.
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O Palco Vodafone é uma das novidades da Cidade do Rock nesta edição que comemora dez anos do evento e por ele têm passado os mais recentes talentos da música. Em cada dia, o palco conta com três actuações: um cabeça de cartaz internacional, uma banda portuguesa e ainda uma outra banda selecionada através de um casting. A banda vencedora de hoje foram os Caffeina que actuaram às 16h45. O grupo de rock tem vindo a cimentar-se no panorama musical da nossa região com músicas como «Talvez Assim» e « Dead To Be Alive».
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São uma das grandes revelações da música portuguesa. A vontade de fazer música sem pensar em alinhamentos e álbuns, levou os Salto a criar o Beat Oven. O duo portuense constituído por Guilherme Tomé Ribeiro e Luís Montenegro compilam beats de uma das suas mais recentes viagens à Lua, num formato que se esquece das vozes e das guitarras para permitir que os synths, o beat e os samples ganhem força. No Palco Vodafone, às 18h00, duas vozes, um baixo, uma guitarra, teclas, bateria e o single «Deixar Cair» prometem muitos anos pela frente.
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No mesmo palco, atuou duas horas depois (20h00) Blood Orange, o alter-ego do productor Dev Hynes, que vive agora uma vida bem mais interessante do que a primeira sob o pseudónimo Hype Williams. Subiu ao palco com duas vocalistas e cinco músicos convidados. Os anos 80 esquecidos são a lembrança de Blood Orange, mas se este é o tempo de olhar os anos 80 que ficaram de fora do eixo pós-punk/new wave, Hynes tem um ouvido eficaz e sabe filtrar a música que acabou excluída pelas tribos. A ascenção de side man tem sido bem sucedida com êxitos como «Bad Girls», «Heartbreak Hotel»» e «Time Will Tell».
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Quem fez as honras do Palco Mundo foi a veterana banda punk-rock brasileira Capital Inicial. Fê Lemos e Flávio Lemos são irmãos e formaram-se em 1982. O baterista e baixista completaram 30 anos de carreira em 2013 e depois de terem tocado em quatro edições do Rock in Rio no Brasil, tocaram pela primeira vez em Lisboa. Dinho, Flávio, Fê e Yves prometeram trazer o melhor do rock brasileiro para Portugal e cumpriram cantando sucessos como «O bem, o mal e o indiferente», «Cristo Redentor» e «Fatima», e percorrendo toda uma carreira desconhecida para o público português. O vocalista acaba mesmo por referir o enorme prazer que é estar em Lisboa e, apesar de terem anos e anos de estrada, ser a primeira vez que estão em Portugal. Iniciam a balada «Primeiros Erros» mas, assim que centenas de braços se elevam no ar, mudam de ideias e tocam a roqueira «Música Urbana». Aos poucos enche-se um enorme polvo insuflável cor-de-laranja no palco e dança-se a conhecida «Should I stay or should I go?». O vocalista confessa: «Como é a primeira vez que estamos em Portugal, estávamos com medo para c@%&/#o, mas vocês são um público formidável». Com raízes portuguesas, identificam-se com os Xutos & Pontapés e tocam a música mais conhecida e com maior êxito «Natasha».
Foto: Agência Zero
Pela primeira vez na história do Rock in Rio Lisboa, a noite foi feita de duas bandas cabeças de cartaz, mas comecemos pelas rainhas. Queens Of The Stone Age subiram ao Palco Mundo às 20h45 com a música «Millionaire» e provaram porque são uma das mais consistentes forças da música rock. O último álbum …Like Clockwork foi editado no ano passado mas hoje as músicas soaram diferentes. Foram mais dinâmicas e tiveram mais pormenores do que é habitual, como se se tratassem de organismos vivos em constante transformação de música para música. Depois dos discos Songs from the Deaf (2002) e Era Vulgaris (2007), as músicas do novo álbum têm tanto de semelhante como de diferente, com algumas baladas sinistras em «Smooth Sailing», ambientes psicalédicos em «Burn The Witch» e um rock barroco e corpulento como em «Better Living», «No One Knows» e «Dead».
Foto: Agência Zero
O regresso dos Linkin Park ao Parque da Bela Vista foi um dos mais pedidos nas redes sociais e no site oficial do Rock in Rio Lisboa. A espera foi muita devido ao tráfego aéreo. Os pilotos de avião fizeram de tudo para mostrar aos seus passageiros a cidade mais importante do mundo e tivemos de esperar pelo maravilhoso fogo de artifício antes do concerto da banda mais esperada da noite. Mike Shinoda (voz, guitarra, teclado), Brad Delson (guitarra) e Rob Bourdon (bateria), Joe Han (DJ), David “Phoenix” Farrel (baixo) e Chester Bennington (voz) já tocaram duas vezes na Cidade do Rock: em 2008, para 90 mil pessoas e o dia esgotado, e em 2012 para mais de 80 mil pessoas. Hoje foram 68.000 pessoas, mas o concerto foi igualmente fabuloso. Para além da já habitual presença do DJ Steve Aoki, como special guest, em todas as ocasiões entoaram as letras de sucessos como «What I’ve Done», «Somewhere I Belong», «Numb», «Crawling», «One Step Closer» e «In the End» e hoje não foi excepção. Num concerto com cinco actos, um público vibrante e um palco todo artilhado com estrututas de metal, os norte-americanos tocaram «Given Up», «Castle Of Glass», Burn It Down» e já no encore «Until It´s Gone», «A light that Never Comes» e «Bleed It Out».
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O rock que me perdoe, mas eu estava eléctrica e Steve Aoki foi a cereja no topo do bolo, apesar de não ter levado com um dos sete bolos exigidos pelo DJ e produtor. Steve Aoki é extravagante e sabe como interagir com o público que o idolatra. Os olhos rasgados e os longos cabelos negros também ajudam à festa. E festa é a palavra certa para descrever o concerto do artista americano. Ele é bandeiras de Portugal, bolos com chantilly atirados à cara do público, barcos de borracha insufláveis e garrafas de champanhe. Ele é electrónica, electro-house, é boa vibe, é braços no ar muitos pulos. Steve Aoki é a cereja no topo dos (seus próprios) bolos.