Ter asas nos pés e saltar! – Bons Sons, 14 de Agosto
Sexta-feira: o dia da semana preferido de muitos. Mas é Agosto e em Cem Soldos, a aldeia festivaleira à beira (To)mar plantada, vive-se o segundo dia do Bons Sons. Com mais movimento e mais pessoas, a caminhar de palco em palco. Havia mais gente a chegar para o campismo; afinal, este é o segundo de quatro dias de festival. Estamos todos muito a tempo de viver a aldeia e o ambiente único de Cem Soldos.
Neste festival, as manhãs despertam com actividades para as crianças, no auditório. A iniciativa é fruto de uma parceria com Canto Firme e tem como objectivo envolver pais e filhos. Não dá desculpas para não viver a aldeia, na companhia dos mais pequenos.
Sequin subiu ao palco do coreto na hora marcada e eram muitos os festivaleiros que a aguardavam. Ana Miró apresentou-se na aldeia e ao seu álbum Penelope, que marca a sua estreia a solo. Conversou com o público e confessou o seu nervosismo pela presença neste Festival. O público aplaudiu e bateu o pezinho do princípio ao fim do concerto. E pediu mais uma música: e a Sequin voltou, acompanhada por Tiago e Filipe, os seus companheiros habituais em palco.
Da tarde do segundo dia do Bons Sons fizeram parte, ainda, Bicho do Mato, Eduardo Ráon, Chão da Feira e Minta & The Brook Trout. Em Cem Soldos é assim: andamos pela aldeia e de repente damos de caras (e ouvidos!) com uma banda que não conhecemos e que nos faz ficar por perto a ouvir.
Carlão e os seus olhos azuis. Ah sim, e a música. A música! Quarenta é o nome do álbum que anda a apresentar em concertos e corresponde aos anos de vida do artista que tatuou o Cristo Rei na sua pele e cuja voz está inevitavelmente tatuada nos (bons sons) da banda Da Weasel. Encontrámos o Carlão na loja Fnac instalada perto do palco Giacometti e transbordava simpatia para com os fãs que faziam fila para resgatar o autógrafo do seu ídolo. Foi um momento feliz para Carlão, que reencontrou uma capa de cd de outros tempos: “Eh pah nem eu tenho isto”, tal não era a raridade que teve a oportunidade de tatuar para a vida.
Já em palco, Carlão teve o cuidado de manter conversa com o público, partilhando muitas vezes aquilo que o motivou na criação dos temas do seu álbum Quarenta. “Ontem estive no Sol da Caparica”, disse. Confirmamos: a nossa equipa esteve por lá a fotografar. Já espreitaram a galeria?
Os Clã – e o furacão conhecido por Manuela Azevedo – que não víamos em palco desde o Vodafone Mexefest subiram ao Lopes-Graça para encontrar o recinto cheio de gente de todas as idades. Eram, a par de Carlão, os artistas mais aguardados deste dia. E pensar que esta banda anda a dar-nos música desde 1992? E boa música, com registos diferentes e uma coerência musical rara de encontrar. Sem problemas de expressão (apostamos que este trocadilho já foi feito vezes sem conta, mas agradecemos ao leitor que a encare com a frescura da primeira vez, pode ser? então vamos repetir! cá vai!) Sem problemas de expressão, os Clã tomaram de assalto o Festival e um público que acompanhou com muita energia a entrega desta banda cujo habitat mais querido é, sem dúvida, o palco. E uma vez terminado o concerto, voltaram ao palco, brindaram-nos com mais duas músicas e ainda um parabéns a você à Vilma, que faz parte da equipa técnica da banda. Afinal, em Cem Soldos – não nos cansamos de repetir – estamos em casa.
A fechar a noite – e sem deixar cair – os Salto. O palco Aguardela nunca mais será o mesmo depois da visita da dupla Guilherme Tomé Ribeiro e Luís Montenegro. E temos a certeza que não vamos mais ficar atrás de quem não quer ver. O pior seria mesmo se alguém nos visse a dançar – no palco Eira ou no palco Aguardela, onde os Salto acabaram a noite em modo DJ set.
Em Cem Soldos vive-se mesmo a aldeia: e falamos da sensação constante de estar a ver caras conhecidas, deste e de outros festivais. Lembram-se do voluntário Joaquim, de quem vos falámos no ano passado? Pois é, este ano ele voltou, para mais uma experiência de voluntariado. E no meio de tanta gente, lá o encontrámos. Conversámos e despedimo-nos com um “até amanhã e bons sons”!