Segundo dia de MEO Marés Vivas: Navegando à Vontade
Ninguém quis perder o Marés Vivas de 18 de Julho e a chuva também não. Água e público em abundância alagaram desde cedo o recinto.
Se no dia anterior tinhamos um público bastante diversificado e de várias idades, desta vez contamos com uma massiva camada de “mais velhos”, que ansiosamente aguardavam pelos James. Não eram menos os mais novos que esperavam pela estreia do vencedor do Factor X UK, James Arthur, no nosso país, e pelo espectaculo alienigena do “deus” do Dubstep, Skrillex.
Às 18h00, João Só abriu as hostilidades no Palco Santa Casa, para um público que se ia preparando aos poucos para uma noite bastante eufórica. Em jeito de aquecimento, João que deixará de ficar Só para sempre, com o anúncio do seu casamento, apresentou um pop-rock ligeiro em tom quase acústico, dando mais tarde lugar aos Plaza que espelhavam, através da sua música, aquilo que a noite prometia, bastante pop-rock e electrónica. Tivemos assim um warm up, qual efeito de estufa, para a chuva que se aproximava (e que intensa que seria).
A abertura do Palco Meo ficou a cabo dos Clã, passava já das 20h30, que num tom morno tomaram as rédeas da noite, convidando Ana Moura a subir ao palco. Esta deu novamente provas da sua versatilidade pop, onde facilmente alcançaria sucesso, cantando “Curto Circuito “ e “Até ao Verão”, este que cada vez mais parecia estar distante, com a chuva que começava a cair.
Os Clã continuaram o concerto “a solo”, oferecendo ao público o som do seu novo álbum “Corrente” e mostrando que nem a chuva permitiria qualquer “problema de expressão” entre a plateia e a banda de Vila do Conde.
A noite caia, e a chuva também, cada vez mais intensa. Intensidade esta que se reflectiu na recepção de James Arthur ao Palco Meo por parte de um público maioritáriamente adolescente e feminino. “Impossible”, a música de fecho, foi sem dúvida o ponto alto da prestação do jovem britânico, momento em que muitas jovens não conteram as lágrimas, a par da efusividade demonstrada no decorrer da cantoria.
Ver todas as fotos de James Arthur no MEO Marés Vivas
O recinto da Praia do Cabedelo por momentos deu ares de um Glastonbury que, apesar de enlameado, não demoveu um insistente público, à espera debaixo da chuva torrencial que os James subissem ao palco.
E eis que surge do meio do público o vocalista Tim Booth, iniciando uma euforia entre os presentes que a todo o custo tentavam chegar perto do músico, enquanto este se dirigia calmamente para o palco. Sinal de que estávamos no inicio de uma hora e meia de celebração intensa, em que Tim não se coibiu do contacto com a plateia, num sem fim de mergulhos para “surfar” a massa humana que nunca arredou pé. Clássicos como “Getting away with it” ou “Sometimes” cantados em uníssono, um grupo de “coristas” em “Sit Down” e “Laid”, as conversas do artista com o povo que do lado de cá o aclamava, mesmo debaixo de chuva, e uma apoteose final com “Born of Frustration”, a mostrar que quem sabe não esquece, e os James continuam a dar tudo por tudo para fazer de cada concerto o melhor das nossas vidas.
Ver todas as fotos de James no MEO Marés Vivas
A fasquia estava elevada, mas não demasiado para Skrillex que voou directamente do Tomorrowland, para aterrar na sua nave espacial no palco principal do Marés Vivas.
De outro mundo foi o fecho do dia pelo aguardado cabeça de cartaz e produtor de Bangarang, que regressou assim ao palco dos festivais portugueses após a passagem pelo SBSR em 2012. Incendiou a Margem Sul do Rio Douro com Dubstep, Electro e efeitos visuais através de projecções de imagens 3D e show de luzes, num estrondoso sem fim de músicas, samples e mixes. O DJ saltou por várias vezes da sua “cabine” para a fuselagem da nave, incitando a enorme multidão de resistentes a dançar, pular, enfim, ao extase!
Ver todas as fotos de Skrillex no MEO Marés Vivas
O segundo dia do Meo Marés Vivas ancorou definitivamente o sucesso do festival que, estamos certos, o último dia irá amplificar! A ver amanhã se as nossas previsões se confirmam, aqui, no horariosfestivais.com.