Scorpions no MEO Arena: Rock’n’Roll Forever

Scorpions no MEO Arena: Rock'n'Roll Forever

A noite de ontem viu regressar a Portugal uma daquelas bandas que há muito animam gerações: Os Scorpions. E para uma banda com quase 50 anos (foi formada em 1965), estiveram muito bem, mostrando ao publico no Meo Arena que, a experiência de palco e a cumplicidade entre os membros do grupo são sem dúvida, mais valias.

60 minutos antes da hora marcada para o inicio do concerto e a frente de palco estava já bem preenchida. Não fossem os Scorpions uma referência do Hard Rock ao Heavy Metal, e poderíamos estranhar ver tantas caras jovens mesmo junto às grades. Um olhar mais atento (e alguma conversa) poderia também mostrar que havia por ali muito bilhete ganho em concurso mas isso agora não interessa para nada.

As filas fora do Meo Arena pareciam não parar de crescer e já se imaginava o resultado final: sala cheia. Os Scorpions, com o seu histórico de actuações em Portugal, não esperariam menos que isso.

Um público especial para uma banda especial

Os minutos vão passando e o publico adensa-se. Jeans, algum cabedal (mais roçado ou acabado de comprar) e cada vez mais cabelos grisalhos. Em contraste com outras bandas (ou com outros tempos) do Rock, são escassas as fartas cabeleiras, mas não é difícil imaginar como seriam muitos dos presentes aquando da primeira vez que ouviram The Zoo (1980), Blackout (1982) ou Big City Nights (1984), só para referir algumas…

Junto a mim, outro classico destes concertos: Old School Bikers. Um grupo de motards e as suas Old Ladys. Coletes de cabedal e patches. Cerveja na mão e prontos para “abanar a carola”, estão também à espera das baladas certas que os Scorpions são isso mesmo: Hard Rock quando a mota se faz à estrada, canções de amor quando é hora de encostar.

Scorpions e Portugal: Uma história de amor

Nas colunas do Meo Arena soava bem alto Enter Sandman dos Metallica e o público estava já pronto. Apagam-se as luzes e soam as primeiras batidas na bateria de James Kottack a anunciar Sting in the tail, musica que deu nome ao album de 2010 e que, como entrada, anima as hostes.

As próximas duas horas iriam ser non-stop. Klaus Meine fala para o publico ao fim da segunda musica, Make it Real. “Boa noite Lisboa. Estão bons?”. A resposta esperada a dar o mote para o resto da conversa “It’s a long love affair between the Scorpions and the Portuguese fans“… Ninguém tem duvidas.

Um adeus aos Scorpions? Ainda não.

Klaus Meine, James Kottak, Rudolf Schenker, Pawel Maciwoda e Mathias Jabs dão tudo no palco lisboeta. Do solo de guitarra a fazer estremecer o chão (literalmente) ao extraordinário solo de bateria (terminando Kottak com um fantástico “Only three words: You Kick Ass!“) passando pela proximidade de todos eles à plateia, os Scorpions pareciam querer que o público lhes dissesse que ainda não está na hora de acabar. E que melhor público para lhes dizer isso que o público português. Talvez por isso, a cidade de Big City Nights seja, esta noite, Lisboa, como anunciam as imagens por trás da banda.

O primeiro encore abre com Still Loving You e garantidamente, não havia alma na sala que não conhecesse a música. Quantos primeiros beijos não a tiveram como banda sonora? Klaus Meine faz depois uma referência à paz que o mundo procura, à paz que a Europa precisa. Era claro o que estava para vir, um hino à paz que não podia faltar, e os braços levantam-se uma vez mais ao som de Wind of Change.

Rock you like an Hurricane e When the Smoke is Going Down No One Like You encerram a noite. Uma noite em que os Scorpions brilharam, marcando uma vez mais o seu lugar no firmamento do rock e fazendo justiça ao nome da digressão:  Rock’n’Roll Forever.

Pedro Rebelo  

Apaixonado pela internet desde 1994, blogga por vocação desde 2001, depois do devanio da juventude no direito licenciou-se em ciências da comunicação com especialização em comunicação, cultura e artes.


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2 Responses

  1. Vasco Amorim diz:

    Só para corrigir um erro, a música que terminou o concerto foi “No one like you” e não “When the Smoke is Going Down”

    • Olá Vasco… Obrigado pela nota. Foi um descuido da minha parte possivelmente por ter estado a ler sobre o concerto dos Scorpions em Madrid onde a banda efectivamente finalizou o concerto com o “When the Smoke is Going Down”. Erro assumido e quase imperdoável pois será difícil confundir “No one like you” com qualquer outra música… Ainda assim, espero que me desculpem a falha com a promessa de maior cuidado ainda para a próxima.

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