Regresso do verão com Tindersticks – A reportagem no Tivoli
A 26 de outubro Lisboa vestiu-se de verão para receber uma vez mais a voz e música quente de Stuart Staples e os seus Tindersticks.
Passavam 10 minutos da hora marcada, quando o teatro Tivoli BBVA se encheu com os acordes de Follow Me, tema de abertura de The Waiting Room, o décimo álbum de originais dos Tindersticks. Na sala, um público atento e fiel preparava-se para partilhar a anunciada nova vida da banda.
Tinham-nos prometido que a nostalgia fazia sobretudo parte do passado e é isso mesmo que o ar sereno e mão no bolso do vocalista nos parecem transmitir.
Durante os cerca de noventa minutos de espectáculo os seguidores fiéis deste projeto são levados a oito dos onze recantos de The Waiting Room. Pelo meio, são convidados a visitar outras salas que vão de Sleepy Song,- que dá título ao álbum de 95 – a temas de trabalhos desta década.
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A quase duas dezenas de canções, em que Staples ora se mostra contido, voltando à mão no bolso, ora mais liberto e de guitarra nos braços, são aplaudidas calorosamente por um público claramente conhecedor e, diríamos até, conhecido da banda. Um olhar e ouvidos mais ou menos atentos não poderão deixar de notar que uns e outros se sentem “em casa”.
Todos os temas são reconhecidos e aplaudidos aos primeiros acordes, exceção feita para o absoluto silêncio respeitoso com que é recebido Hey Lucinda – o tema gravado com a participação de Lhasa de Sela, e que teve de esperar seis anos após a morte da cantora até que a banda conseguisse dá-lo a ouvir – fortemente aplaudido no final.
Iniciou-se um momento intimista e de grande beleza com How He Entered, The Waiting Room e Planting Holes a evidenciarem a presença forte e características de diseur da voz de Stuart Staples.
Foi indubitavelmente um encontro de velhos amigos, com um vocalista que deixa tudo em palco e que não hesita em confessar que está quase sem voz no momento em que, perto do final, saúda o seu público e garante que é sempre bom estar com Lisboa.
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Estivemos perante uma banda versátil, com novos temas a tocar diferentes géneros musicais e que, não esquecendo o património construído, não deixa de se reinventar como ficou provado e comprovado com a belíssima nova roupagem de My Oblivion a encerrar a noite.
Fica a sensação de que até a voz de Staples está menos nostálgica, não sabemos bem se melhor, mas uma coisa é certa: “we look forward for the next time”.