Primeiro dia de MEO Marés Vivas: Hora de levantar ferro
O Festival Marés Vivas arrancou dia 17 na praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, abrindo portas para aquilo que prometia uma passagem pelo passado, que é presente e será certamente futuro.
O nevoeiro que se fez sentir na Foz do Douro durante o dia fazia adivinhar que algo fantástico estava para acontecer no Cabedelo nessa noite. E de facto, aconteceu. Num alinhamento bastante diversificado, que contava com indie, dubstep, rock e cyberpunk, podemos dizer que a emoção foi sempre crescente.
Num palco apenas e só “nacional” – Santa Casa – os The Lazy Faithful deram as boas-vindas aos primeiros festivaleiros que chegavam ao recinto, pelas 18h00.
Os Capitão Fausto subiram ao palco às 19h00 e atuaram para um público ainda reduzido, mas conhecedor, que sabia nitidamente que a “Maré” ainda iria “subir”, e muito, durante a noite.
Os Faustos levantaram ondas sonoras suficientemente grandes para fazer balançar os corpos dos presentes, ao som de uma mágica alternância de ritmos que proporcionam um mix de feelings diversos ao público. É neste deambular de emoções eufóricas e mais serenas que os Capitao Fausto captam a simpatia do público presente que, por sua vez, não respeita idades nem estereótipos, fazendo o que de melhor sabem fazer: Rock português, do bom.
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Já com o descer do Sol, a maré volta a subir ao som de Skindred, que estreiam o Palco Meo nesta edição do Marés Vivas. Batiam as 20h30 quando Benji Webbe apareceu em cena, ao som da Marcha Imperial da Série Star Wars.
Os Galeses saudaram o público com o seu novo álbum “Kill the Power”, combinando um mix de reggae, metal alternativo e hardcore punk que fez o público, ainda reduzido mas activo, saltar e vibrar ao som de um alinhamento que contou com “Nobody”, “Doom Riff”, e “Pressure”.
O Rastafari Jamaicano surpreendeu com um Harlem Shake, por momentos esquecido – mas muito bem lembrado – e bem inserido, para uma plateia que fez a areia do Cabedelo levantar.
Com o Sol já baixo e o céu manchado de amarelos e rosas na Foz do Douro, os Modestep entram em palco para arrasar o público com uma energia eletrizante. A fusão do dubstep, drum and bass, com o hard rock, que compõem um cocktail musical perfeito, incendiou a margem Sul do Rio Douro.
Os Londrinos surpreenderam e brindaram as hostes que os recebiam com samples de “Smells Like Teen Spirit”, dos Nirvana, “Fight For Your Right (To Party)”, dos The Beastie Boys, “Satisfaction”, de Benny Bennassi, e até com “Hangover (BaBaBa)”, dos Buraka Som Sistema.
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A noite ficou fria, no entanto, o ambiente aqueceu e as Marés estavam, enfim, altas.
Os Xutos & Pontapés subiram ao palco para festejar o 35° aniversário com o recinto já bem composto. Não há em Portugal banda tão consensual quanto os Xutos. Novos, velhos e assim assim, todos sabem as letras de músicas novas e antigas, cantam em coro e, na maior parte das vezes, afinados.
Com os braços em cruz, cantaram músicas do seu novo álbum “Puro” e os conhecidos “Contentores”, “Circo de feras”, “Homem do Leme”, terminando o alinhamento com a habitual “Casinha”.
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O nevoeiro que cobria a praia do Cabedelo constituía o cenário ideal para receber o primeiro cabeça de cartaz desta edição do Meo Marés Vivas.
Os Prodigy apoderaram-se do palco e alcançaram desde os primeiros minutos as altas expectativas do público que ansiosamente esperou por eles.
Os britânicos rapidamente contagiaram a malta, que dançou, saltou e gritou todo o concerto.
A monumental abertura com “Breath”, seguida de “Thunder” e “Voodoo people” prometia um alinhamento soberbo, e que não ficou de modo algum aquém do esperado.
O show de luzes, moshes de um público em êxtase completo, incitados por Keith Flint e Maxim Reality, são a memória que ficará desta noite, que atingiu o seu expoente máximo com “Smack My Bitch Up”, levantando as maiores ondas sonoras da praia do Cabedelo.
Os Prodigiosos despedem-se do tão aclamado durante o concerto frente a “Porto People” com “their law” e com a sensação de dever cumprido.
No primeiro dia, a maré foi sempre em crescendo, e a tripulação levou o festival até mar bem alto. Nos próximos dias se verá se o barco chegará a bom porto, mesmo sendo do lado sul do rio.