O Rock chegou à cidade com Volbeat, Baroness e Danko Jones

O Rock chegou à cidade com Volbeat, Baroness e Danko Jones

O Coliseu de Lisboa encheu-se para uma das digressões mais aguardadas do ano, a Rewind, Replay, Rebound, que junta os dinamarqueses Volbeat, aos Baroness e Danko Jones. E não é que as expectativas foram ultrapassadas! Afinal o rock está vivo!

Quando chegamos à mítica sala lisboeta somos confrontados com uma multidão cuja ansiedade se sente à distância… O caso não é para menos: passou uma década desde que os dinamarqueses Volbeat pisaram esta terras sagradas. Neste tempo, muita coisa mudou, contudo, o quarteto soube envelhecer e, por aquilo que se vê na sala, regenerou a sua audiência.

Nesta digressão a banda faz-se acompanhar por dois nomes de peso, elevando assim o espetáculo para outros níveis, senão vejamos: Danko Jones teve um início de carreira pujante e granjeou-lhe uma vasta legião de fãs (bem representada na sala lisboeta), ficou bem patente ao longo da atuação que Danko e “sus muchachos” continuam a respirar e a transpirar rock por todos os poros. É certo que o novo reportório da banda não é, talvez, tão apelativo para a velha guarda, mas é para os mais recentes seguidores que a banda toca e, por isso mesmo, Danko diverte-se em temas como First Date ou Full of Regret e o público reage efusivamente. Estava dado o mote para o que seria uma noite intensa.

De regresso a Portugal, onde existe uma vasta legião de seguidores, os Baroness foram a intensidade em pessoa. Logo ao início com um John Baizley de óculos espaciais e, desde logo, apostado em fazer os sentidos amontoarem-se, o grupo foi mostrando todos os motivos para serem um dos grandes nomes do rock atual, e isso percebe-se na reação a temas como Torniquet ou If I Have To Wake Up (Would You Stop The Rain?) e, claro, o hino Shock Me. Falar desta atuação sem referir a guitarrista Gina Gleason frenética e que coloca muitos guitarristas num canto a chorar. Como sempre, a música deles vagueia entre uma possessão (quase) demoníaca e um rock musculado e desenfreado. Para o final, ficamos a saber que Baizley comemora o seu aniversário. O público mostra o respeito e o rock continua. O público está pronto para os grandes senhores da noite.

Por esta altura o palco do Coliseu está maior do que nunca e vislumbra-se a enorme bateria de Jon Larsen, ouvem-se alguns trechos de Nick Cave e Motörhead e eis que o quarteto dinamarquês Volbeat surge em palco e arranca para uma atuação plena de intensidade e cujo tempo para respirar era (quase) nulo. Com uma sequência inicial com Pelvis on Fire (do mais recente disco), Lola Monteze «Doc Holliday (ambos do disco de 2013) ficou bem patente que o quarteto dinamarquês não estava ali para brincar. Ele é Michael Poulsen irrequieto a saltitar de micro em micro, fazendo do palco a sua casa, enquanto as guitarras de Rob Caggiano se soltam em solos vindos sabe-se lá de onde e a isto juntamos um baixista frenético que nos faz repensar nas leis do rock. Aliás, o que fica deste concerto é que os Volbeat conseguem baralhar e voltar a dar, algo que fica bem patente em temas como Sad Man’s Tongue ou For Evigt. Num momento inesperado, enquanto tocavam Black Rose na companhia de Danko Jones, a banda fica sem luz no palco, e o que faz a banda? Continua o seu rock! Aliás, todos nós conseguimos ver a banda a prosseguir com o seu set sem perdão. Apesar de When We Were Kids e Slaytan terem sido tocadas a meia luz, acabaram por ganhar na intensidade, rejuvenescendo, assim, um concerto que já ia de vento em popa. Íamos a meio e o público estava já rendido a estes dinamarqueses que, não inventando nada, fazem-no com a intensidade de uma banda nova, divertem-se e gostam de ver os outros a divertirem-se. Para o final, ficam os temas Die To Live, Seal The Deal e Last Day Under The Sun. Eu disse “para o final”, mas não, há ainda mais para a despedida e é em regime encore que a banda se despede de Portugal com quatro temas, onde se destacam Leviathan e Still Counting. Estava assim feita a festa do rock e já temos saudades.

Esta foi uma noite de saudosismo, de liberdade e, sobretudo, de vitalidade. Afinal, o rock está bem vivo e recomenda-se.

 

N.R.: Por motivos de agenda não nos foi possível fotografar as actuações de Baroness e Danko Jones

Nuno C. Lopes  

Melómano convicto, dedicado ás sonoridades mais pesadas. Fotógrafo, redactor, criativo. Acredita que a palavra é uma arma. Apesar de tudo, até é boa pessoa.


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