29 Nov 2013 a 30 Nov 2013

O primeiro dia do Vodafone Mexefest Lisboa 2013

O primeiro dia do Vodafone Mexefest Lisboa 2013

Menos pessoas a circular na Avenida da Liberdade, menos calor humano. A edição 2013 do Vodafone Mexefest arrancou a um ritmo calmo e um pouco amiúde. Mas se na rua estava frio, as salas foram aquecidas pelo público que dançou e vibrou de palco em palco.

Márcia

Márcia fez as honras da noite e presenteou-nos um concerto muito bonito na sala Manoel de Oliveira, no Cinema São Jorge, que encheu de repente. A música de Márcia é bela e o seu estilo bastante peculiar transporta-nos para um estado de magia agridoce. «Cabra-Cega» foi o dote de abertura para um concerto que se esperava bastante íntimo e introspectivo. Seguiu-se a canção «Delicado» que faz parte do novo álbum Casulo, um disco tocante de tão bonito. Esta música foi tocada a pedido de um fã que trouxe a namorada de Londres apenas para ouvi-la e foi um momento muito bonito para quem o assistiu. Márcia conhece demasiado bem o público que a ouve e prometeu-nos um concerto maravilhoso, convidando dois génios da música portuguesa – Samuel Úria e António Zambujo. A relação de amizade e cumplicidade entre si é mais do que óbvia e ouvimos, num registo íntimo, as músicas «Menina» e «Eu Seguro» em dueto com Samuel e a terminar com maior intensidade, as músicas «Vem» e «A Pele Que Há Em Mim» cantadas com António.

Savages

A banda certa à hora certa. São quatro e vêm de Londres. Falamos naturalmente de Savages que actuaram no Coliseu dos Recreios, com uma sala quase cheia. Existem desde 2011 mas só este ano se estrearam com o intenso album Silence Yourself. Apesar de terem já marcado presença em Portugal, no Optimus Primavera Sound, esta foi a primeira vez do quarteto em Lisboa. Lideradas pela carismática Jehnny Beth, dona de uma voz irreparável, defenderam com convicção músicas como «City´s Full», «I´m Here», «She Will» e «I Need Something New». São já consideradas uma das melhores bandas de rock do momento.

John Grant

Se a noite começou com vozes femininas, o norte-americano John Grant cumpriu o que prometeu:deslumbrou à primeira nota. Grant nem precisa de apresentações porque é dono de uma das melhores vozes do momento e prova disso foi ter conseguido lotar a maior sala do Cinema São Jorge. «You Don’t Have To» abriu o concerto e arrepiou. Seguiram-se músicas com ritmos demoníacos e hipnóticos como «Pale Green Ghosts». As músicas «Where Dreams Go to Die» ou «Queen of Denmark» foram as mais emocionantes e todo o concerto, envolvido num misto de psicadélico e nostalgia, levou o público a aplaudir várias vezes o música e restante banda. O disco Pale Green Ghosts foi gravado na Islândia e é simplesmente épico e singular, composto por arranjos luxuosos que nos transportam para a electrónica dos anos 80.

Woodkid

**ADSENSE** Se a noite começou a passo lento, terminou com o Coliseu dos Recreios completamente cheio de pessoas a dançar ao ritmo do estreante Woodkid. «Boat Song», «The Golden Age» e «I Love You» são apenas algumas das músicas do disco The Golden Age. O francês Yoann Lemoine foi mais do que uma agradável surpresa e ofereceu-nos uma atmosfera folk, misturada com pop sumptuosa com arranjos de cordas e metais. O público vibrou num ambiente quase que dramatizado por imagens em contante movimento, dançou e foi embora com a sensação de ter assistido a um dos melhores concertos de sempre.

Mafalda Saraiva  

Eu sei lá resumir-me numa frase. Mas escrevo muitas no meu blog.


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Mais sobre: John Grant, Márcia, Savages, Woodkid


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