A noite das t-shirts negras – Reportagem no concerto dos Gojira no Hard Club
A velha e a nova guarda deslocaram-se até ao Hard Club envergando a sua melhor e recôndita t-shirt preta para receber os Gojira. O dia 7 de Julho marcou a primeira visita da banda francesa à cidade do Porto.
Uma impressionante massa humana, de todas as idades, reuniu-se neste espaço portuense para assistir à quarta tentativa de invasão por parte dos franceses.
Mas antes, paremos por uns momentos e falemos dos Equaleft, a banda de abertura e que jogava em casa. Com três (!!!) guitarristas em palco desempenharam exemplarmente a função de preparar e aquecer o público para o que se seguiu. Eram constantes os momentos em que pediam ao público que fizesse barulho para Gojira e até tempo houve para dirigir o moshpit com um sabre de luz. Se à entrada para o HardClub não era evidente o porquê de tanta tshirt negra de Equaleft, depois do concerto tornou-se mais claro compreender a falange de fãs.
E eis que os franceses Gojira entraram em palco. A banda constituída por Joe Duplantier, Mario Duplantier, Christian Andreu e Jean-Michel Labadie aproveitou o lançamento de Magma para esta passagem em Portugal, antes de rumarem ao Ressurection Fest. Passearam por todos albúns com a elegância e técnica que lhes é conhecida e adorada. À primeira música de Magma, de seu nome Silvera, a falange reconheceu-a como sendo uma deles e aceitou-a, num abraço negro, suado e a cheirar a cerveja.
Houve tempo para Toxic Garbage Island, L’Enfant Sauvage e The Heaviest Matter of the Universe antes mesmo de “fazermos mosh” no novo albúm. Aqui a carreira cimentada notou-se: nesta esta altura já estavamos preparados para tudo. Preparados e cansados, pois a dança natural do estilo musical chegava ao espaço onde se encontrava a régi.
O abanar de cabeças em movimento “Sim, era isto que eu queria mesmo ouvir agora, neste momento da minha vida e do universo em que me insiro” – esse, enchia o HardClub. Assim aconteceu em Flying Whales ou Backbone.
Prestes a terminar o concerto, Joe Duplantier lembrou-se que tinha de ser francês e falar de futebol. Até aí foi divertido e, verdade se diga, hipnotizados como estavamos nem nos chateámos.
Foram cerca de noventa minutos imersos naquilo que de melhor se faz, nos dias de hoje, no metal. A banda, outrora conhecida por Godzilla, apresentou-se sem devaneios de artista, mas exímia na sua performance.
Para o fim ficaram os temas Vacuity e The Shooting Star – e da nossa parte, um pedido de regresso rápido.