#MilhoesDeTalentos – Reportagem do dia 22 de Julho no Milhões de Festa
Segundo dia de Milhões de Festa, que já provou ser um dos festivais com maior talento para mostrar ao mundo e, uma vez mais, que músicos gigantes não são só os que fazem capa de revista.
O dia começou na Piscina Red Bull Music Academy: calor, uma data de bolas insufláveis e muito boa música – Surma a abrir, seguida de Wume, Nicola Cruz e para finalizar, Nan Kolè. Destaque para Nicola Cruz, que pôs os banhistas a bater pé até dentro da piscina, entre os tantos que saíram das toalhas para o bater mais perto do palco, a América Latina (ou quase).
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O Taina não perdeu o fôlego da noite anterior e mal teve oportunidade deu seguimento à festa. Por lá passaram os Uppercut e os Malandrómeda, ambos a mostrar um bocadinho do que é a gigante cultura musical galega no género post rock e punk.
Os momentos que roçaram a via láctea, no entanto, dividiram-se entre o Palco Milhões e o Palco Lovers. Primeiro com Evols a chamar a audiência ao Milhões, que como que a medo foi aderindo; depois, e após um ligeiro atraso, Goth Money Records a dominar o Lovers e a plateia por completo: os rappers não desiludiram e o público mostrou-se desgostoso apenas pela duração do concerto. Ao final da noite ficou-se foi com a ideia de que na verdade tempo nenhum seria suficiente.
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De volta ao palco Milhões onde estiveram Sons of Kemet, atuação que se resume a: “o mundo a dançar”. A explosiva e enérgica junção de jazz e ritmos tribais trazida por artistas incansáveis que puseram os “milhionários” a mexer de início ao fim. Resumo, uma plateia rendida à paixão que se fazia sentir (e ouvir) a olhos vistos.
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Ainda com o zumbido das percussões e a anca em modo baloiço, os festivaleiros regressam ao Lovers para mais uma atuação – que embora não para todos os ouvidos – arrasou num bom sentido qualquer estereótipo musical. Num concerto que jamais terá comparação, absolutamente único, assistimos à assombrosa performance de Marshtepper + HHY + Vag. Uma sonoridade conflituosa, um techno rasgado e o drama da sua forma de expressão, fizeram as maravilhas de quem aprecia viagens inesperadas em direção à distorção da mente. Mais uma performance inesquecível.
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Dão pelo nome de GOAT e são a banda que “anda de máscaras”. Amaldiçoados ou não, eram uma das bandas mais esperadas do dia 22 e trouxeram a Barcelos o seu rock extravagante. A plateia delirou música após música e ainda deu aso a um ou outro crowd surfing bem executado. Encerrava-se assim o Palco Milhões e o resto da noite ficou a cargo do Lovers.
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The Bug, que no ano passado atuou a solo no palco Milhões, regressou em força numa colaboração com Miss Red. Absolutamente absorvidos na destruição Acid Ragga que o músico trazia, o público, perdido de horizontes, parecia revitalizar-se a cada ritmo de uma forma quase bizarra. O cansaço não estava nem por lá perto.
A desejar as boas noites esteve o grupo Cheryl a espalhar glitter tanto quanto, no seu estilo muito próprio, como que desejaram sonhos coloridos aos resistentes.
(Sabes que de facto foi um dia de festival brilhante quando a certo ponto ouves: “quero ver como vais escrever sobre isto”.)